terça-feira, 29 de setembro de 2015

"Patrum", o novo App dos Museus Vaticanos



‘Pouco antes da viagem do Papa Francisco a Cuba e aos Estados Unidos, foi criado o Patrum, o novo aplicativo dos Museus Vaticanos, que já conta com mais de 4 mil downloads. A ideia de Juliana Biondo, dos serviços digitais do escritório dos ‘Patrons of Art’, poderá representar uma revolução para os projetos de restauração e um atrativo para as gerações jovens. Eis o que ela falou à Rádio Vaticano a respeito desta iniciativa :

A ideia era a de criar um aplicativo que do ponto de vista do conteúdo, do desenho e do uso nos telefones celulares, fosse ‘social’, mas que também facilitasse a compreensão da história da Coleção de arte nos Museus Vaticanos e dos projetos de restauração. O App está configurado como uma barra contínua de atualizações : cada dia um conteúdo novo será publicado no aplicativo e todos ficarão disponíveis; existem ainda histórias divertidas que foram contadas pelos próprios restauradores, por exemplo, sobre a restauração do Perseu de Canova. Ou mesmo a história da Sistina, de Michelangelo e de Rafael. Depois, comentar, partilhar, colocar ‘curtir’; também entrar em contato com outras pessoas que deixam seus comentários; se pode contatar diretamente quem deixou uma mensagem. Acredito que seja uma ideia realmente interessante. Assim, a ideia era criar uma comunidade e induzir as pessoas a falarem de arte. É um App divertido, mas ao mesmo tempo intelectual e muito preciso no que diz respeito à coleção e aos Patrons’.

Os Museus Vaticanos arrecadam em torno de 80 milhões de euros a cada ano, mas bem pouco deste montante é destinado à seção dedicada às restaurações das obras de arte. De fato, a maior parte dos fundos acaba sendo destinada à manutenção do Estado Cidade do Vaticano e no pagamento dos 800 colaboradores dos Museus. Há mais de 30 anos os ‘Patrons of Arts of The Vatican Museums’, têm, portanto, a tarefa de preencher esta lacuna. A Associação se ocupa de salvaguardar e administrar as coleções presentes dentro da histórica estrutura de exposição, frequentemente através de patrocinadores estadunidenses. A cota associativa anual é de um montante de 600 dólares, como explica Juliana:

E em troca, podem vir ao Museu quando quiserem e admirar o trabalho dos restauradores enquanto é executado, podem encontrá-los, participar de eventos e encontros privativos. Poderá, num certo sentido, estar por detrás dos bastidores e o App contempla também isto, porque poderás nos contatar diretamente através do App e nós responderemos...’.

O App dá vida a uma nova rede social entre os membros, mas não somente. A família dos apaixonados pela arte crescerá e cada um, mesmo sem ser um ‘Patron’, pode contribuir discutindo ou fazendo doações a partir de 10 dólares para financiar uma restauração e salvar uma parte da cultura.  Isto deveria atrair sobretudo as gerações mais jovens.

Larry Blanford, há poucas semanas membro da família dos ‘Patrons’, manifesta o seu entusiasmo pela possibilidade de seguir de perto a atividade dos trabalhadores de restauração e de ver o ‘backstage’ artístico :

Não somente pudemos admirar algumas das magníficas obras de arte que são restauradas neste laboratório, mas o que mais me tocou foi a paixão e a energia dos restauradores. De um lado são verdadeiros artistas, por outro tem uma fé muito radicada. Conjugam, portanto, o amor pela arte com o seu amor pela fé. Como novo ‘Patron’ dos Museus foi emocionante ver a paixão e a energia com que trabalham’.

Muitos trabalhos de restauração nos Museus foram possíveis graças ao patrocínio dos ‘Patrons’. Um exemplo por excelência é exatamente o Perseu de Canova, adquirido pelo Papa Pio VII. Atualmente, muitos projetos aguardam um apoio financeiro : das insígnias etruscas (53.680 euros) até os Jardins Vaticanos, ou a necessidade das máquinas de laser para a limpeza das obras de arte (49.680 euros). Em outubro de 2016 os ‘Patrons’ publicarão o novo ‘Wishbook’, no qual todos os Departamentos dos Museus Vaticanos indicarão os trabalhos de restauração mais urgentes.’ 


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