Por Eliana Maria
(Ir. Gabriela, Obl. OSB)
eremita
na Diocese de Amparo, BA
‘Neste artigo,
desejamos falar, ainda que de modo muito breve, sobre a Abadia da Ressurreição,
comunidade monástica beneditina masculina de Ponta Grossa (Paraná, sul do
Brasil).
Tudo
teve início, em junho de 1981, quando um grupo de dez monges foi do mosteiro de
São Bento de São Paulo para Ponta Grossa. Destes apenas um era professo solene
e sacerdote. Os outros se dividiam entre quatro professos temporários, quatro
noviços e um postulante. A princípio, instalaram-se em casebres de madeira
anexos a um santuário mariano, no Parque estadual de Vila Velha. Nessa época –
1981 a 1985 –, lhes faltava praticamente tudo, menos a caridade dos religiosos,
das religiosas e de leigos que auxiliavam a comunidade com a oferta de
alimentos. Com o tempo, porém, conseguiram a doação de máquinas para a fabricação
de velas e as coisas começaram a melhorar.
Deus
que não se deixa vencer em generosidade, possibilitou, graças a magnânimos
benfeitores, em agosto de 1983, a compra de sete alqueires de terra a doze
quilômetros da cidade. Dois anos depois, agosto de 1985, com a inauguração das
16 primeiras celas, os dois grupos que estavam separados – um na antiga
residência e outro na nova – voltaram a se reunir. Em 18 de outubro de 1984, o
Mosteiro foi erigido canonicamente como Priorado Simples, sob a jurisdição do
Abade Presidente da Congregação Beneditina do Brasil, Dom Basílio Penido, OSB,
e, em 11 de julho de 1987, como Priorado Conventual sendo nomeado o primeiro
superior maior. Em 1991, o superior renunciou. Dom André Martins, OSB, membro
fundador da comunidade, é eleito Prior Conventual. Uma nova fase teve, então,
início para aquela comunidade beneditina. Em 21 de agosto de 1997, por decreto
da Santa Sé, o Mosteiro foi elevado à condição de Abadia e Dom André eleito o
seu primeiro Abade, função que exerce até hoje. Em 2008, após 27 anos de
pertença à Congregação Beneditina do Brasil, a comunidade solicitou sua
incorporação à Congregação Beneditina Sublacense (hoje Congregação Beneditina
Sublacense-Cassinense) e, em 14 de setembro do mesmo ano, teve o seu pedido aceito.
Visando
o silêncio e o recolhimento monástico, a Abadia da Ressurreição não exerce
atividades pastorais externas e permanentes. Assim age, não por acreditar que
elas sejam incompatíveis com o estado monástico, mas para acentuar o caráter
contemplativo da comunidade e a fim de oferecer aos hóspedes e visitantes um
espaço de silêncio e de contato com a natureza, tão propícios à paz e à oração.
Tanto que, hoje, a comunidade de cerca de trinta monges, a viver de acordo com
a Regra de São Bento, tem planos de se mudar para uma área ainda mais afastada
que a atual.
Aqui,
alguém poderá sadiamente indagar : mas, afinal, como é o dia de cada um desses
monges? – Respondemos que o seu dia está dividido entre a oração, a leitura, o
descanso e o trabalho manual e intelectual. O sino os chama, em intervalos
regulares, para celebrarem juntos a Liturgia das Horas ou o Ofício Divino. Sua
oração comum culmina com a celebração diária da santa Missa. Além disso, cada
monge reza individualmente e faz a Lectio Divina, a leitura orante
da Palavra de Deus. Tem-se, assim, a seguinte rotina : 4h : Despertar; 4h20 :
Ofício de Vigílias, desjejum e Lectio Divina; 6h15 : Ofício de
Laudes e Santa Missa (no domingo a Santa Missa é celebrada às 10h); Leitura
pessoal; 8h30 : Ofício de Tércia (no domingo não há a celebração comunitária
desse Ofício) seguida de trabalhos e/ou formação; 12h : Ofício de Sexta,
almoço, lava-pratos e sesta; 14h30 : Ofício de Noa, trabalhos e/ou formação;
17h : Asseio pessoal; 17h30 : Ofício de Vésperas, jantar, lava-pratos (no
sábado, há recreação comunitária) e Colações; 19h : Ofício de Completas e, a
seguir, repouso. `As segundas-feiras, salvo raras exceções, são chamadas ‘dias
livres’.
O
candidato à vida monástica no Mosteiro da Ressurreição deve enviar um e-mail a
Dom Mateus de Salles Penteado, OSB, (d.mateusdesalles@gmail.com) que lhe dará
todas as informações necessárias sobre a vida monástica, a forma de ingresso e
as etapas da formação até a profissão solene com a graça de Deus.
Eis,
em suma, parte da história e do dia a dia dos monges beneditinos da Abadia da
Ressurreição, de Ponta Grossa, no Paraná. Rezemos por eles!’
Fonte : *Artigo na íntegra
https://pt.aleteia.org/2023/01/22/para-melhor-conhecer-a-abadia-da-ressurreicao/
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