Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
*Artigo da revista Além Mar
‘Como afirmava São
João Paulo II, «o mistério da Cruz e da Ressurreição garante-nos que o ódio, a
violência, o sangue e a morte não têm a última palavra nas vicissitudes
humanas. A vitória definitiva é de Cristo e nós devemos voltar a partir d’Ele,
se queremos construir para todos um futuro de paz autêntica, de justiça e de
solidariedade». As meditações desta via-sacra são uma proposta da equipa da
Jornada Mundial da Juventude 2023 e os desenhos da República Democrática do
Congo.
I Estação
: Jesus é condenado à morte
Condenam
Jesus à morte. Não conseguimos perceber porquê. Estamos confusos, baralhados.
Há uns dias aplaudiam Jesus, agora querem-no crucificar. Estamos tristes.
Pilatos parece ter poder para O salvar, mas tem medo e entrega Cristo para ser
crucificado. Ninguém defende Jesus. Às vezes também tu e eu temos medo de Amar
Jesus e de O seguir. Às vezes escolhemos o nosso egoísmo, o nosso comodismo, o
nosso conforto. Deixamos-Te, Jesus, sozinho. Senhor, que eu nunca te deixe
sozinho. Ajuda-me a amar-Te. Meu Deus, que eu Te escolha sempre a Ti, que eu te
escolha sempre a Ti.
II
Estação : Jesus toma a cruz aos ombros
Maltratam-te.
Não basta o que já sofreste e o que ainda vais sofrer, ainda Te humilham. E és
Rei do Universo, Deus todo-poderoso. Não é à força de braços e a ranger os
dentes que suportas todas estas dores e humilhações. Suportas com esperança na
salvação de todas as almas. Queres salvar todas as almas. A mim também. Com as
minhas faltas, ofendo-Te. Ajuda-me a ser humilde e ser capaz de pedir-Te perdão
e estar perto de Ti. Jesus leva agora a cruz aos ombros, a nossa cruz. É de
madeira, lembra-se de Seu pai José, justo, forte e sereno. Jesus, que eu seja
como São José, sempre disposto a cumprir a tua vontade.
III
Estação : Jesus cai pela primeira vez
A
cruz pesa : são os pecados de toda a Humanidade, são os teus pecados, são os
meus pecados. Podiam ser só os meus pecados, Jesus carregaria a cruz à mesma,
mesmo que fosse só por mim. A cruz pesa : Jesus cai e, antes de O podermos
ajudar, levanta-se. Jesus, desculpa, eu não sabia que Te magoava tanto e que me
amavas tanto. Jesus, ajuda-me a nunca mais ofender-Te.
IV
Estação : Jesus encontra a sua mãe
Jesus
levanta-se da primeira queda. Nossa Senhora já estava ao Seu lado. Nossa
Senhora nunca deixou Jesus sozinho. No meio da confusão toda há este momento de
paz e ninguém vê, ninguém repara, ninguém nota. Jesus e Maria cruzam olhares.
Jesus olha Maria, sua Mãe, e conforta-a. Maria olha para Jesus, seu filho, e
conforta-O. Ninguém percebe e Jesus continua a carregar a cruz. Mãe, ajuda-me a
seguir O teu Filho Jesus.
V
Estação : Simão de Cirene ajuda Jesus a levar a cruz
Jesus
anda devagar, está cansado. Os soldados estão com pressa. Vão escolher alguém
para ajudar Jesus. Escolhem Simão de Cirene. Simão não sabe o que se passa mas
Jesus olha-o e a sua vida muda para sempre, a da sua família também. Como foi
esse Teu olhar, Jesus? Como gostava que Jesus me tivesse escolhido a mim para o
ajudar. Pedimos : Jesus, que queres de mim? Que queres que eu faça? Jesus
chama-te! Qual a tua resposta? Vais dizer que sim? Disseste e agora vês que
leve é a Cruz quando amamos Jesus.
VI
Estação : Verónica enxuga o rosto de Jesus
Jesus
está desfigurado. O seu amado rosto está coberto de sangue das feridas, coberto
de pó das quedas. Está desfigurado. Não há muito que possa fazer, mas Verónica,
uma mulher piedosa e corajosa, avança. Procura o rosto de Jesus. Não a
preocupa o que pensam nem o que lhe pode acontecer. Quer apenas limpar o rosto
do Senhor. É pouco o que pode fazer, mas faz. Jesus agradece. Jesus, que eu Te
saiba amar nas pequenas coisas de cada dia.
VII
Estação : Jesus cai pela segunda vez
Jesus
volta a cair. São as nossas quedas que o deitam abaixo, que ferem o Seu
coração. Mas Jesus quer perdoar-nos. E volta a levantar-se, tem de carregar a
cruz. Fá-lo sem rancor, fá-lo para obedecer ao Pai, fá-lo por ti e por mim e
isso basta-lhe. Nós, a quem Jesus perdoou tanto, temos de O amar mais. Jesus,
ajuda-me a perdoar os outros, assim como tu me perdoas.
VIII
Estação : Jesus encontra as mulheres de Jerusalém
Jesus
carrega a cruz, Jesus sofre. O que lhe ocupa o coração? O que o preocupa?
Preocupa-se com aquelas santas mulheres que O seguem e estão a chorar. Preocupa-se
com os seus filhos, que somos nós. Não se preocupa com mais nada. Jesus, que eu
seja como Tu. Que na minha dor esteja preocupado com os outros e não comigo.
Jesus, que eu seja como Tu.
IX
Estação : Jesus cai pela terceira vez
Jesus
volta a cair. Não aguentamos mais e viramos a cara. Não conseguimos ver Jesus
outra vez no chão. Fazemos um propósito firme de nunca mais O ofender.
Lembramo-nos de que somos novos, e de que este propósito é para uma vida toda.
Ficamos assustados. Serei fiel? Amarei Jesus até ao fim? Depois olhamos para
Jesus, já está de pé. Continuo assustado com o meu propósito de nunca mais O
ofender. Mas fico feliz por ter ainda muitos anos para O Amar. Jesus, obrigado
por teres vindo tão cedo à minha alma.
X Estação
: Jesus é despojado das suas vestes
Jesus
entrega-se totalmente por nós. Tiram as suas vestes e ficam com elas. Jesus
sofre e os soldados estão mais preocupados em repartir as suas roupas. Também
nós, às vezes, temos Jesus ao nosso lado e somos-Lhe indiferentes. Estamos
preocupados com as nossas coisas, com os nossos planos. E tudo isso nada vale
ao lado de Jesus. Jesus, tudo o que eu faço seja feito contigo e para Ti. Só
quero estar onde tu podes estar. Não quero que fiques à porta da minha vida,
quero que sejas a minha Vida.
XI
Estação : Jesus é pregado na cruz
Pregam
Jesus na Cruz. E o que pede Jesus? Que o Pai nos perdoe, que o Pai me perdoe.
Que bom é Jesus para comigo, sofre tudo por mim e pede perdão por mim. Como
posso não amá-lo depois de tudo o que fez e faz por mim? Jesus, posso-me unir a
ti? Posso estar um pouco na cruz contigo? Posso ser o bom ladrão?
XII
Estação : Jesus morre na cruz
Jesus,
não sei o que dizer. Morreste por mim. Numa cruz. Jesus, quero estar contigo.
Sabes que sou fraco, sabes que peco, sabes que vou cair. Mas sabes também que
Te amo e eu sei que não Te cansas de perdoar. Não valíamos nada, mas agora que
Jesus morreu por ti e por mim valemos muito. Valemos todo o sangue de Cristo.
Esse é o nosso valor. Jesus, que eu cumpra sempre e em tudo a vontade de Deus
Pai.
XIII
Estação : Jesus é descido da cruz
Descem
Jesus da Cruz. Maria recebe-O nos seus braços. Lembra-se de Jesus pequenino,
bebé, ao seu colo. Maria olha-O. Afasto-me um pouco, não mereço contemplar
aquele olhar. Mas Maria agora é minha Mãe e chama-me pelo meu nome. Que doce é
a sua voz. Aproximo-me devagar, tento conter as lágrimas. Não aguento. Choro.
Nossa Senhora dá-me um beijo e estamos ali os três. Jesus, Nossa Senhora e eu.
Jesus, obrigado por me teres dado a Tua Mãe.
XIV
Estação : Jesus é depositado no sepulcro
Está
ali José de Arimateia. Nunca o tínhamos visto com Jesus, mas era amigo Dele.
Eram muito próximos. Jesus pediu-lhe um sepulcro. José obedeceu. Mandou
escavar um sepulcro na rocha e não disse a ninguém. Queria ajudar sem ser
visto, não queria chamar à atenção. Que eu também seja assim. Vamos agora
sepultar Jesus. Temos de O deixar ali, sozinho. Estão a fechar o sepulcro.
Pedimos mais um minuto. Rezamos mais um pouco. Temos de ir. Jesus, obrigado.’
Fonte : *Artigo na íntegra
https://www.combonianos.pt/alem-mar/actualidade/6/929/amou-nos-ate-ao-fim/
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