sábado, 11 de março de 2023

Quaresma: itinerário pascal

 Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 
*Artigo do Padre Geovane Saraiva,

jornalista, colunista e pároco

de Santo Afonso de Fortaleza, CE


O batismo é o primeiro passo da iniciação à vida crista. O batismo é também o nascimento para a vida cristã. Mediante o batismo, homens e mulheres, por serem criaturas humanas, são consagrados como filhos e filhas de Deus, tornando-se templos do Espírito Santo, assim como assegura o apóstolo Paulo : ‘Pela graça do batismo, que possamos chegar ao estado de homem perfeito à estatura da maturidade de Cristo’ (Ef 4, 13). Animados, evidentemente, pela Palavra de Deus, lâmpada para nossos passos e luz para nossas estradas da vida (cf. Sl 15), neste tempo da Quaresma, a Igreja de Deus não para, prosseguindo sua caminhada, na promessa de Jesus de Nazaré, a de um mundo reconciliado, pacificado e transfigurado em Deus.

O mistério da cruz de Cristo é enorme e ensina-nos que a salvação é definitiva, que temos que nos afastar do relativo e abraçar o absoluto. Também nos ensina que temos que nos convencer sempre mais de que o sonho de Deus, que é paz, justiça, concórdia e solidariedade, é tarefa de todos. Que a vida se constitui no viver bem neste mundo, na lógica do projeto de Deus, que quer dizer que devemos andar na direção do Reino de amor, inaugurado por Jesus de Nazaré, ensinando-nos a deixar para trás sua realidade contraditória, agora direcionada para um cenário sagrado e beatífico, longe de choro, tristeza, enfermidade e morte; enfim, será a paz, o novo céu e a nova terra, na sua Páscoa definitiva.

Como é importante perceber e acolher, neste itinerário pascal, como incógnita vasto e profusamente dilatado, a cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, numa abrangência a conduzir ao mistério contemplação, mas como sinal do amor maior, imprimindo na mente e no coração das pessoas o olhar solidário de Jesus de Nazaré, sem que nunca se esqueça dos pontos cruciais da Mãe Terra, onde residem criaturas humanas em situação infra-humana ou em estado de rejeição ou abandono.

Que o Cristo exaltado da cruz seja memória clara, e que não paire dúvida sobre a redenção do gênero humano, sensibilizando-nos a proclamar bem alto e até mesmo gritar o Evangelho de Jesus com a própria vida, na assertiva do bem-aventurado Charles de Foucauld : ‘Tão logo que acreditei existir um Deus, compreendi que só podia fazer uma única coisa : viver só para Ele’. Assim seja!’

Fonte : *Artigo na íntegra

https://domhelder.edu.br/noticias/pagina/religiao

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