Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
*Artigo
de Daniel Reis
‘Defronte ao mundo
secularizado, apressado, tecnicista, consumido pelo consumismo e mergulhado na
volatilidade das relações virtuais, o futuro da catequese consiste nisto :
conseguir propiciar a experiência do encontro e relação com Jesus. Essa
experiência, para que permaneça e frutifique, deve ser proposta de maneira
encarnada, visceral, integral, não apenas mental e racionalmente.
O anúncio
querigmático-catequético, para que cative e encante, também deve, antes, ser
fruto de uma experiência autêntica dos(as) catequistas com a Pessoa de Jesus.
Não se aponta o Caminho (Jo 14,6) sem antes ter passado por Ele. Não se propõe
uma experiência sem antes a ter experienciado. No caso, corre-se o risco de uma
catequese meramente discursiva e ideal, sem o vigor testemunhal.
Com origem no latim (experientia/experiri),
‘experiência’ significa experimentar, provar. ‘Provai e vede como o
Senhor é bom!’ (Sl 34,9), canta o salmista. Fazer provar, escutar,
saborear, ver, tocar, experimentar Jesus é a missão da catequese. Experienciar
e proporcionar experiência, portanto, é algo que passa pelos sentidos e toca a
inteireza do sujeito e da realidade criada.
‘Alguém me tocou!’ (Lc
8,46), exclamou Jesus em meio à multidão que o comprimia. Numa infinidade de
esbarrões, Jesus percebe um toque. Ali se deu uma experiência. Houve ali,
naquele toque discreto da mulher de fé notável, um encontro com o Mestre de
Nazaré. A catequese é aquela que, apresentando o Senhor e o Evangelho de seu
Reino, proporciona e facilita o encontro com Ele. Nesse sentido apontou o papa
emérito Bento XVI : ‘Ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou
uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à
vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo’ (Deus caritas
est, 1).
Uma catequese meramente
doutrinadora, moralizante e dogmática é insuficiente e nada eficiente para
promover a experiência do encontro com o Senhor. De nada adianta apregoar o
conteúdo da fé sem antes suscitá-la a partir d’Aquele que é seu ‘autor e
iniciador’ (Hb 12,2). A catequese, assim, não pode ser vista apenas como
formação, mas como relação. Desfiar o catecismo, sem estabelecer uma relação
com a Pessoa de Jesus e sua práxis, poderá formar bons católicos, mas
dificilmente formará bons cristãos.
A catequese, ao propiciar a
experiência do encontro, acompanhará a relação que ali se desenvolverá. Relação
que é pessoal, porque Deus se revelou, se mostrou, se deu a conhecer plenamente
na Pessoa de Jesus de Nazaré. ‘Pessoal’, no entanto, não se confunde com
uma relação individualista, intimista e sentimentalista. ‘Pessoal’ é a
relação encarnada no hoje da história, comprometida com a ação
sociotransformadora que vise a dignidade e a ‘vida em abundância’ (Jo
10,10) das demais pessoas, a exemplo do que fez a Pessoa de Jesus.’
Fonte : *Artigo
na íntegra https://domtotal.com/noticia/1536480/2021/08/provai-e-vede-como-o-senhor-e-bom-a-catequese-como-experiencia-de-encontro-e-relacao-com-jesus/
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