Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
*Artigo de Vanderlei de Lima,
eremita na Diocese de Amparo,
BA
‘Depois de muito tempo de uma
crença meramente racionalista ou na técnica, há alguns anos estudiosos da
Medicina têm se voltado para a religiosidade – embora de modo um tanto vago e
genérico, é verdade –, como meio de ajudar os próprios pacientes.
Um breve exemplo é o do
geriatra e psiquiatra americano Harold Koenig, diretor do Centro para o Estudo
da Religião/Espiritualidade e Saúde da Universidade de Duke, na Carolina do
Norte e autor do Manual de religião e saúde : revisão de um século de
pesquisa.
Vale a pena citar trechos de
sua fala, pois é a palavra de um homem de ciência e de fé que parece enxergar o
ser humano como um todo, ou seja, a necessitar dos cuidados técnicos dos
médicos, mas também da espiritualidade para a vida do dia a dia, especialmente
nos momentos difíceis aos quais todos estamos sujeitos.
Perguntado se sempre foi um
homem de fé, Dr. Koenig respondeu que não. ‘Só a partir dos 33 anos, quando
enfrentei situações difíceis e busquei conforto na religião, que me ajudou a
superar problemas físicos e emocionais. E hoje, sou cada vez mais religioso.
Perdi meus pais nos últimos dois anos e fico muito mais tranquilo para passar
por tudo isso tendo fé’.
Aliás, a fé, segundo ele – com
base em pesquisas realizadas em Durham, na Carolina do Norte e em outros
centros de pesquisas norte-americanos e canadenses –, ajuda as pessoas a
viverem mais, pois têm elas uma saúde melhor e superam com mais facilidade as
doenças que as atinge. Quem frequenta um culto religioso ao menos uma vez por
semana ganha, em média, sete anos a mais de vida, diz o geriatra.
Questionado se ainda há muitos
médicos céticos (não creem, nem descreem), o cientista estadunidense respondeu
que a questão parece não estar em ter fé ou deixar de ter fé, pois isso seria
ir contra a Ciência que tanto defendem, mas, sim, em como utilizar-se da fé em
proveito dos pacientes. Ademais, o médico não deve, segundo ele, receitar fé,
mas só falar nela se o paciente se predispor a saber mais.
Ainda : a oração de terceiros
sempre ajuda o doente, senão na cura física, no preparo a fim de que ele se
sinta mais apto a enfrentar as adversidades da doença em sua vida. Há quem
tenha fé no próprio médico ou no medicamento, o que, sem dúvida, é bom, contudo
nem o profissional da saúde nem o fármaco é um deus. Ambos têm poder limitado,
ao passo que a força do verdadeiro Deus é infinita.
Koenig ainda assegura : ‘Quando
comecei a exercer a Medicina, notei que pessoas religiosas, especialmente as
idosas, pareciam mais saudáveis e respondiam melhor aos tratamentos.
Desfrutavam de bem-estar e tinham uma atitude mais positiva diante da vida.
Decidi então estudar as relações entre a religião/espiritualidade e saúde’
(Pergunte e Responderemos n. 540, junho de 2007, p. 246-247).
O Jornal do Brasil diz,
por sua vez, em 05/06/03, p. A5 : ‘A medicina começa a incluir cada vez mais
em suas práticas o instrumento da espiritualidade no cuidado com os pacientes,
usando a favor do doente a sua crença em uma religião ou sua busca de
aprimoramento espiritual por meio de outros caminhos que não os religiosos. A
mudança atende à demanda dos próprios pacientes por um tratamento que contemple
sua saúde em sua dimensão mais ampla, incluindo o respeito a seu lado da
espiritualidade. Pesquisas têm demonstrado que religiosos apresentam 40% menos
chance de sofrer de hipertensão, têm um sistema de defesa mais forte, são menos
hospitalizados, se recuperam mais rápido e tendem a sofrer menos de depressão
quando se encontram debilitados por enfermidades’.
Desejamos, ao final desses
dados citados sem comentários, deixar claro o que segue : a Religião, como o
próprio nome diz, quer dizer religação do ser humano com Deus em vista da vida
eterna, sua finalidade principal. Secundariamente, porém, ela, como se viu,
ajuda as pessoas a melhor viverem o seu dia a dia. É a fé encarnada na
realidade humana : pés no chão e cabeça no céu, como se tem dito.’
Fonte : *Artigo
na íntegra https://pt.aleteia.org/2021/09/15/a-importancia-da-fe-para-o-ser-humano/
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