Por Eliana
Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
A pandemia pode ser tempo de aprender a valorizar o que realmente importa
*Artigo de Pilar Jericó
‘O
meio do ano é um bom momento para refletir e construir planos para o semestre
que se inicia. Especialmente depois de termos vivido meses tão atípicos como os
últimos. A crise econômica nos levará a perder parte do nosso poder aquisitivo,
e teremos que aprender a viver com menos. Entretanto, sabemos que qualquer
crise também pode ser uma oportunidade se mudarmos nossa maneira de
contemplá-la.
Temos
a ocasião perfeita para rever prioridades, desempoeirar sonhos que ficaram no
papel e, sobretudo, aprender a valorizar o que realmente importa. Muitas vezes
nos apegamos a coisas que, no fundo, só ocupam espaço, mas que não nos fazem
felizes. Uma crise é um bom momento para nos desfazermos de tudo aquilo que não
contribui para nós e para nos centrarmos no realmente importante. Temos uma
valiosa pista em O Pequeno Príncipe, a maravilhosa obra de Antoine de
Saint-Exupéry : ‘O essencial é invisível aos olhos’. Aproveite este mês
para refletir sobre as coisas essenciais em nossa vida, treinar o desapego, que
tanto nos custa, e confrontar o próximo semestre com mais força e maior
determinação. Estas são algumas ideias práticas.
Comecemos com algo simples : revisar os armários e jogar fora tudo o que não nos sirva. Qualquer mudança começa com um pequeno passo. Neste caso, os armários são quase sempre os típicos espaços onde acumulamos tudo o que já não usamos ou não queremos. Revisar e eliminar as peças que não vestimos mais é um começo que nos oferece serenidade e dá espaço para treinar o que mais nos custa : o desapego. Além disso, se doarmos aquilo de que nos desprendemos, teremos uma dupla satisfação. Não podemos nos abrir a novas oportunidades se carregarmos uma mochila pesada. Se quisermos aprender algo novo, temos que saber dizer não ao que já não nos serve mais.
Outro
exercício prático é fazer uma lista dos momentos mais felizes que vivemos e
identificar o que tinham em comum. Muito possivelmente não estavam relacionados
com o dinheiro, e sim com aspectos intangíveis : a amizade, a família, o
contato com a natureza, a possibilidade de viver experiências novas… Quando as
pessoas precisam aprender a viver com menos, devem se centrar no imaterial,
naquilo que está ao nosso alcance sem que seja preciso comprar : cultivar a
amizade, viver experiências em nossa própria cidade, aprender coisas novas ou
cuidar dos pais se tivermos tido que voltar para a casa deles.
Muita
gente vive presa em gaiolas de ouro. É verdade que no meio de uma crise, tomar
decisões profissionais se torna mais vertiginoso que em outras épocas.
Entretanto, vale a pena reconhecer qual é a gaiola de ouro onde estamos presos
e que nos impede de alcançar a felicidade. Pode ser um trabalho, o sucesso, uma
indenização, uma relação sentimental, uma casa… Talvez as gaiolas de ouro sejam
as mais difíceis de se desapegar, mas também são as mais libertadoras. Uma vez
que nos desfazemos delas, encontraremos o caminho livre. Agora que a crise
econômica e sanitária causada pelo coronavírus deixou muitas seguranças de
perna para o ar, é uma boa oportunidade para identificar o que nos mantém
presos.
Para
identificar o essencial de nossas vidas e nos centrar nisso, o autor norte-americano
Stephen Covey propõe um exercício prático em seu emblemático Os Sete Hábitos
das Pessoas Altamente Eficazes. Entre as primeiras dinâmicas do livro,
sugere escrevermos a carta que gostaríamos que fosse lida em nosso funeral. Soa
um tanto lúgubre, mas nos ajuda a tomar uma perspectiva de como queremos ser
recordados e a que devemos dedicar nossa atenção. Queremos ser recordados como
o mais rico ou como a pessoa que mais ajudou os outros? Talvez, em nossa carta,
voltemos a nos centrar no essencial, naquilo que é invisível aos olhos, mas que
realmente nos permite ser felizes.’
Fonte : *Artigo na íntegra https://domtotal.com/fato-em-foco/613/2020/07/o-dom-de-ser-feliz-com-pouco/
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