domingo, 10 de fevereiro de 2019

Missa : liturgia da Palavra

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)


 INCENSE,MASS
*Artigo do Padre Bruno Roberto Rossi



A estrutura dessa parte da Missa compõe-se, desde o século IV, de três leituras nos Domingos e Solenidades, ao passo que durante a semana só há duas. A Primeira Leitura é, via de regra, tirada do Antigo Testamento e está intimamente ligada à temática do Evangelho. Evidencia o ensinamento de Santo Agostinho de Hipona († 430) : ‘No Antigo Testamento, está latente o Novo e no Novo está patente o Antigo’ (Quaest. in Hept. 2,73: PL 34, 623). Ocorre, no entanto, uma exceção no Tempo Pascal. Nele, a Primeira Leitura é extraída dos Atos dos Apóstolos ou do Apocalipse, pois esses livros retratam, de modo vivo, o tempo imediato à Páscoa.

Segunda Leitura é sempre extraída do Novo Testamento e vai sendo lida ao longo dos anos sem um necessário nexo com a Primeira Leitura e com o Evangelho. Daí, caso seja preciso, em um Domingo, suprimir uma das leituras, suprima-se a segunda. Todavia, não é viável fazê-lo sem justa razão, dado que toda a Sagrada Escritura deseja nos conduzir a um assunto comum : a salvação que Deus oferece aos seres humanos por meio de Jesus Cristo. Já nos dias de Solenidades ou Festas, as três leituras se prendem ao tema do dia celebrado.

Evangelho dominical se divide em três ciclos : anos A (Mateus), B (Marcos) e C (Lucas), ao passo que São João não tem um ano específico, pois fica reservado para os períodos solenes tais como o fim da Quaresma, a Páscoa ou outras Solenidades. Nos dias de semana, os trechos dos Evangelhos são lidos em sequência, de modo que em um só ano lemos Mateus, Marcos e Lucas. Já as leituras são tiradas de dois ciclos : Ano ímpar e Ano par, de maneira que, se o católico participa da Santa Missa todos os dias, lê, em três anos, quase toda a Bíblia.

Entre a Primeira e a Segunda Leitura, ambas terminadas com a proclamação ‘Palavra do Senhor!’, há um Salmo de resposta para melhor assimilação do conteúdo lido. Após a Leitura, pode-se observar um tempo de silêncio meditativo. Caso o Salmo seja cantado, deve sê-lo de tal modo que toda a assembleia o acompanhe, claramente, no refrão. Depois da Segunda Leitura, tem-se a Aclamação ao Evangelho, normalmente com o Aleluia, salvo no tempo da Quaresma.

Após o Evangelho, prevê-se uma Homilia – curta, objetiva e bem preparada – capaz de ser aplicada à vida dos fiéis em geral e levar à oração, à meditação e à conversão. Embora seja praxe aos domingos, nos dias de semana também deve haver uma breve reflexão sobre a Palavra de Deus. O próprio Senhor Jesus, ao terminar uma leitura na sinagoga, se pôs a explicá-la : ‘Hoje se cumpriu essa passagem da Escritura’ (Lc 4,21). Da parte do padre são condições indispensáveis para uma boa homilia a oração, a meditação pessoal, bem como o estudo de boas obras que o ajudem a adquirir conteúdo para a pregação. Em algumas ocasiões, a Homilia pode ser substituída pelo Sermão. Este se dá quando apenas um tema é abordado : a ressurreição dos mortos em Missa de corpo presente ou de sétimo dia, ou a vida de um santo em sua Festa etc.

Uma vez ouvida a Palavra de Deus e sua explicação, passa-se ao Credo (Creio) que desde o século XII está presente na Liturgia da Igreja em todo o mundo e visa dar provas da nossa reta fé. Normalmente, se rezam duas fórmulas do Credo : o mais comum e sintético, chamado de Apostólico, ou, então, o mais longo e explicativo, chamado de Niceno-Constantinopolitano, pois foi elaborado nos Concílios de Niceia I (325) e Constantinopla I (381), respectivamente.

Vem, a seguir, a Oração da Comunidade. É um costume antigo interceder pelo próximo, pela Igreja, pelos governantes etc. (cf. 1Tm 2,1-2; S. Policarpo de Esmirna Aos Filipenses 12,3 e São Justino na Apologia 67,4s).’


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