terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Igreja e Islã, amizade é fortalecida

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

Resultado de imagem para Xeique Abdullah Bin Zayed Al Nahyan e papa francisco



Primeiras decisões

E é precisamente na recordação daquele momento que a delegação oficial dos Emirados, liderada pelo Xeique Ben Zayed, foi recebida na residência de Santa Marta, no Vaticano, por volta das 12h30, hora local. O objetivo era comunicar pessoalmente a Francisco o primeiro feedback concreto produzido pelos princípios contidos na Declaração, alguns já implementados e outros em fase de realização. O Papa e o Xeique conversaram por 45 minutos antes de proceder à troca de presentes e depois continuar com o almoço na residência de Santa Marta. Além de cópias da Declaração sobre a Fraternidade Humana, Francisco quis dar de presente a cópia de uma gravura original datada do século XVII, que mostra as obras na Praça de São Pedro, e quatro grandes álbuns de fotos destinados ao presidente e vice-presidente dos Emirados Árabes Unidos, com uma série de fotos recordação da visita papal aos Emirados.

As pedras da tolerância

Um dos presentes do Xeique ao Papa é singular e precioso, uma pequena caixa com algumas pedras cor ouro e bronze inteiramente cobertas de inscrições em árabe, mensagens inspiradas no amor e na tolerância. Um símbolo ‘sólido’ para recordar o espírito da Declaração, de um catolicismo e de um islã que desejam prosseguir lado a lado em amizade, como a que há muito tempo liga seus dois maiores representantes. Certamente, um documento histórico que, enquanto isso, nos Emirados Árabes Unidos e no mundo islâmico está lentamente reescrevendo a história.

Gesto inimaginável

Falando na Cúpula Mundial de Governos realizada em Dubai há duas semanas, o próprio Xeique Ben Zayed enfatizou os passos dados pelo Papa e pelo Grande Imame. ‘Quem dentre nós - disse ele - poderia ter imaginado que dois símbolos dessa magnitude teriam superado todos os obstáculos para selar um documento de reconciliação, em um mundo marcado por oposições políticas, por incitação ao ódio, à violência e ao extremismo?’.

A única maneira de ‘apertar as mãos’

A resposta está na força dos valores que as duas religiões escolheram compartilhar, na condenação de todas as formas de intolerância, especialmente se armada, o apelo aos governantes para garantir a liberdade e os direitos e impedir ‘o derramamento de sangue inocente’, o respeito pelas mulheres, a vida, pela expressão da fé pessoal e pela casa do mundo em que todos vivemos. Uma declaração que será estudada, foi assegurado. Mas o ponto de partida e ponto crítico, foi indicado pelo Papa Francisco aos repórteres no voo de retorno de Abu Dhabi : ‘Se nós crentes não somos capazes de nos dar a mão, de nos abraçarmos, beijarmos e até rezarmos, a nossa fé será derrotada’.’


Fonte :  

Nenhum comentário:

Postar um comentário