Primeiras decisões
E é
precisamente na recordação daquele momento que a delegação oficial dos
Emirados, liderada pelo Xeique Ben Zayed, foi recebida na residência de Santa
Marta, no Vaticano, por volta das 12h30, hora local. O objetivo era comunicar
pessoalmente a Francisco o primeiro feedback concreto produzido pelos
princípios contidos na Declaração, alguns já implementados e outros em fase de
realização. O Papa e o Xeique conversaram por 45 minutos antes de proceder à
troca de presentes e depois continuar com o almoço na residência de Santa
Marta. Além de cópias da Declaração sobre a Fraternidade Humana, Francisco quis
dar de presente a cópia de uma gravura original datada do século XVII, que
mostra as obras na Praça de São Pedro, e quatro grandes álbuns de fotos
destinados ao presidente e vice-presidente dos Emirados Árabes Unidos, com uma
série de fotos recordação da visita papal aos Emirados.
As pedras da tolerância
Um
dos presentes do Xeique ao Papa é singular e precioso, uma pequena caixa com
algumas pedras cor ouro e bronze inteiramente cobertas de inscrições em árabe,
mensagens inspiradas no amor e na tolerância. Um símbolo ‘sólido’ para recordar o espírito da Declaração, de um catolicismo e
de um islã que desejam prosseguir lado a lado em amizade, como a que há muito
tempo liga seus dois maiores representantes. Certamente, um documento histórico
que, enquanto isso, nos Emirados Árabes Unidos e no mundo islâmico está
lentamente reescrevendo a história.
Gesto inimaginável
Falando
na Cúpula Mundial de Governos realizada em Dubai há duas semanas, o próprio
Xeique Ben Zayed enfatizou os passos dados pelo Papa e pelo Grande Imame. ‘Quem dentre nós - disse ele - poderia ter imaginado que dois símbolos
dessa magnitude teriam superado todos os obstáculos para selar um documento de
reconciliação, em um mundo marcado por oposições políticas, por incitação ao
ódio, à violência e ao extremismo?’.
A única maneira de ‘apertar as mãos’
A
resposta está na força dos valores que as duas religiões escolheram
compartilhar, na condenação de todas as formas de intolerância, especialmente
se armada, o apelo aos governantes para garantir a liberdade e os direitos e
impedir ‘o derramamento de sangue
inocente’, o respeito pelas mulheres, a vida, pela expressão da fé pessoal
e pela casa do mundo em que todos vivemos. Uma declaração que será estudada,
foi assegurado. Mas o ponto de partida e ponto crítico, foi indicado pelo Papa
Francisco aos repórteres no voo de retorno de Abu Dhabi : ‘Se nós crentes não somos capazes de nos dar a mão, de nos abraçarmos,
beijarmos e até rezarmos, a nossa fé será derrotada’.’
Fonte
:
* Artigo na íntegra http://domtotal.com/noticia/1335974/2019/02/igreja-e-isla-amizade-e-fortalecida/
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