Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
*Artigo
do Padre Bruno Roberto Rossi,
Paróquia São Francisco de Assis
‘Inicio uma
série de artigos sobre os Sacramentos. Têm fim catequético : ajudar o (a)
leitor(a) a melhor conhecê-los para, mais dignamente, recebê-los.
É preciso, aqui,
relembrar (ou aprender) importantes verdades sobre a qual nem sempre meditamos.
Deus se revelou a nós por meio de pessoas escolhidas por Ele
ao longo da história e, na plenitude dos tempos, pelo Seu próprio Filho (cf. Gl
4,4). É a história da salvação.
Ora, esse convite
generoso do Senhor para que participemos do Seu grande plano de amor por nós
vem acompanhado das verdades reveladas ou do patrimônio de fé no qual devemos
crer. Tal patrimônio está contido na Escritura e na Tradição Divino-Apostólica
(vem de Cristo pelos Apóstolos) interpretadas pelo Magistério da Igreja.
No entanto, não
basta saber o que Deus quer de nós. É preciso responder,
generosamente, a esse grande apelo (nunca exigência forçada) de amor. Nessa
resposta, apesar da nossa fraqueza, podemos contar com dois valiosos auxílios
da graça divina : os sacramentos (que vou tratar nesta série) e a oração (a ser
abordada em um momento oportuno). Aqui já vêm as perguntas básicas : Que é
graça? Que é sacramento?
‘A graça é o dom gratuito que Deus nos dá
para nos tornar participantes da sua vida trinitária e capaz de agir por amor
d’Ele. É chamada graça habitual
ou santificante ou deificante, pois nos santifica e diviniza. É
sobrenatural, porque depende inteiramente da iniciativa gratuita de Deus e
ultrapassa as capacidades da inteligência e das forças do homem. Escapa,
portanto, à nossa experiência’ (Compêndio do Catecismo da Igreja
Católica, n. 423).
Parece oportuno
reforçar que a graça é presente (não pode ser exigida) de Deus oferecido (não
imposto) a cada um de nós para nos tornar santos e, por consequência,
participantes da sua vida divina como filhos adotivos, em Cristo, na Igreja. A
participação começa já, neste mundo, pelo Batismo, e se prolonga na eternidade.
É sobrenatural (está além da natureza criada), por isso foge à nossa observação
comum. Só pode ser conhecida pela fé.
‘Os sacramentos são sinais sensíveis e
eficazes da graça, instituídos por Cristo e confiados à Igreja, mediante os
quais nos é concedida a vida divina’ (Compêndio do Catecismo da Igreja
Católica, n. 224). Vejamos cada ponto desta importante definição.
Sinais sensíveis : somos
psicossomáticos (compostos de corpo material e alma espiritual), por isso o
próprio Deus, livremente, escolheu nos dar graças invisíveis (espirituais) por
meios visíveis (materiais). Daí se falar que o sacramento, via de regra,
tem matéria e forma : no Batismo, por exemplo, a
água derramada é a matéria, porém só possui significado sacramental, se for
acompanhada das palavras ‘Eu te batizo em
nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo’, que são a forma. Matéria e
forma são, portanto, sinais sensíveis (ou visíveis) da graça invisível.
Instituídos por
Cristo : é de fé que Cristo, em sua vida terrena, instituiu todos os
sacramentos da Nova Aliança. Isso é muito lógico, pois nenhum poder humano tem
a força de unir o natural (água e palavras, no Batismo)
ao sobrenatural (a graça divina).
Vida divina : é a íntima união
com Deus que habita em nós. Os sacramentos dão – cada um a seu modo – a quem os
recebe dignamente, primeiro, a graça santificante e, em
segundo, a graça sacramental própria de cada qual deles. A
Eucaristia é o maior dos sacramentos, pois contém o próprio Autor de toda
graça.’
– Ver : Catecismo
da Igreja Católica. São Paulo : Loyola, 1999, n. 1996-2005 (a graça) e
1114-1134 e 1210-1211 (os sacramentos). Online : www.vatican.va.
Fonte :
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