*Artigo
de Paulo Aido,
Jornalista, contribui com a Fundação AIS
Em muitos lugares
da Nigéria, os cristãos são uma comunidade ameaçada. Além do terrorismo
islamita do Boko Haram, que tem trazido a morte e a destruição ao Norte do
país, há ainda muito ódio e intolerância à solta.
‘Tudo aconteceu no
dia 22 de Agosto. Foram raras as notícias que correram mundo sobre este
episódio de invulgar violência. Porém, ali em Talata Mafara, no Estado de
Zamfara, na Nigéria Setentrional, ninguém consegue esconder o horror dos gritos
daquelas oito pessoas, todas da mesma família, queimadas vivas em sua casa por
causa de uma falsa acusação de blasfêmia. Horas antes, um rapaz, jovem
estudante do ensino politécnico, foi acusado por um colega, muçulmano, de ter
injuriado o profeta Maomé numa discussão. Bastou isso para que tudo se
precipitasse de forma dramática. A discussão entre os dois degenerou num
tumulto que envolveu quase toda a escola.
Fugir para a morte
Pressentindo o
perigo, o jovem estudante fugiu, correndo para sua casa. Julgando estar a
salvo, não imaginou, nem por um instante, que estava, isso sim, a condenar à
morte toda a sua família. Num instante, a multidão deixou a escola e correu
para junto da casa do estudante universitário, deitando fogo à habitação. Os
que presenciaram o ataque não conseguem esconder o horror dos gritos dos que
estavam a ser queimados vivos. As autoridades, como acontece tantas vezes na
Nigéria, chegaram tarde demais. A Igreja depressa condenou mais este episódio
de extrema violência contra a comunidade cristã, acusando as forças da ordem de
serem «incapazes de perseguir e prender
quem ataca os cristãos».
Medo entre os cristãos
Como se não
bastasse a violência terrorista da responsabilidade do Boko Haram no Norte da
Nigéria, onde este grupo islamita pretende instaurar um califado, os cristãos
nigerianos têm também de conviver com a complacência criminosa das autoridades,
que não garantem a ordem e segurança das populações. O ataque criminoso que
vitimou oito pessoas da mesma família em Talata Mafara demonstra bem como é
pouco valiosa a vida dos cristãos em certas regiões da Nigéria. Recentemente,
D. Charles Hammawa, bispo na Diocese de Jalingo, reconheceu, em declarações à Fundação
AIS, que há «definitivamente, muito medo
de perseguição entre os cristãos, o que faz com que alguns comprometam ou
escondam a sua fé». Por isso mesmo, acrescenta este prelado, todos «aqueles que permanecem inabaláveis merecem o
nosso apoio incondicional». Imagine-se, agora, a coragem que é preciso ter
para os cristãos que vivem em Talata Mafara continuarem a assumir publicamente
a sua fé depois do público assassínio de uma família, queimada viva em sua
casa.’
Fonte :
* Artigo na http://www.alem-mar.org/cgi-bin/quickregister/scripts/redirect.cgi?redirect=EuZVVZVZukHwAGTQFG
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