‘O
Papa Francisco vai presidir, na manhã do VII domingo da Páscoa (17/05), na
Praça São Pedro, a uma celebração Eucarística de Canonização de quatro novas
Santas : Joana
Emília de Villeneuve (1811-1854), Maria Cristina da Imaculada Conceição
(1856-1906), Maria Afonsina Daniel Gattas (1843-1927), Maria de Jesus
Crucificado Baouardy (1846-1878). Eis a biografia de três delas :
Giovanna Emilia de Villeneuve
‘É por Deus que vos deixo, quero servir os
pobres, porque devemos ir onde a voz dos pobres nos chama’. Assim Emília,
em 1836, com 25 anos, despediu-se de seu pai, o Marquês Louis de Villeneuve,
para fundar, junto com outras duas jovens, uma nova Congregação consagrada a
Imaculada Conceição. Elas passaram a ser chamadas de ‘irmãs azuis’ devido à cor do hábito que vestiam, um sinal da
proteção do manto de Maria que a fundadora queria que fosse visível, em uma
época em que todas as religiosas vestiam-se de preto.
O
amor pelos outros e o impulso pelas atividades sociais ela aprendeu justamente
do pai, que dentro de sua indústria que trabalhava com coro, criou uma
sociedade de socorro recíproco, promovendo, entre outros, cursos de
alfabetização para os jovens. Mas foi a morte prematura da mãe e da irmã que
fez com que ela se aproximasse da Virgem, que logo torna-se sua companheira de
viagem. A experiência da morte lhe ensinou que a vida não é a única coisa
importante nesta terra, mas ‘se deve ver
Deus em todas as coisas e todas as coisas em Deus, ouvir a sua Palavra,
recolher-se em momentos de oração profunda para aprender a olhar o mundo com os
olhos de Jesus’. Com as suas novas irmãs, passa a viver ao lado dos
doentes, dos encarcerados e prostitutas, para mostrar-lhes que Deus os ama, até
sua morte por cólera em 1853.
Maria de Jesus Crucificado
Mariam
vinha de Nazaré e tinha o mesmo nome da Virgem. Após professar os votos no
Carmelo de Pau, na França, assumiu o nome de Maria de Jesus Crucificado. ‘Uma pequena árabe obediente até ao milagre’,
a definia sua Madre Superiora, que lhe foi próxima quando os místicos dons dos
quais era rica começaram a se manifestar. Humilde e iletrada, Maria inicialmente
esconde os estigma que lhe sangravam no dia da Paixão de Cristo, acreditando
ter contraído lepra. Também não contou sobre as experiências de êxtases e da
bilocação, que atribuía à própria incapacidade de permanecer acordada enquanto
rezava. Após, quando se viu a compor salmos, algo que o seu analfabetismo lhe
impossibilitaria, entendeu : ‘A quem me
assemelho, Senhor? Aos passarinhos emplumados em seus ninhos. Se o pai e a mãe
não lhes levam a comida, morrem de fome. Assim é a minha alma sem você : não
tem sustento, não pode viver’.
Por
meio dela, o Senhor quis que fosse construído um Carmelo em Belém, para onde se
transfere, e após um em Nazaré. Além do contínuo diálogo com o Espírito Santo,
Mariam começou a receber também as visitas do maligno que a perseguia e a
obsessionava. Mas quanto mais a atormentava, mais ela se aproximava de Deus.
Por fim, disse exausta : ‘Chama-me para
ti!’. A resposta a este pedido veio em 1878, sendo então enterrada no
convento carmelita de Belém, onde todas já a chamavam de ‘kedise’, a ‘santa’.
Maria Alfonsina Danil Ghattas
Palestina
era também Sultaneh, de 15 anos, filha de Danil Ghattas, que com o hábito
religioso sobre o Santo Calvário passou a fazer parte das Irmãs de São José da
Aparição com o nome de Maria Alfonsina. Mas não era este o seu destino. A
Virgem apareceu a ela pela primeira vez no dia da Epifania de 1874 e após
novamente no mês a ela consagrado, maio, inspirando-a a fundar uma nova
Congregação : as Irmãs do Santíssimo Rosário de Jerusalém, a primeira
inteiramente feminina presente na Terra Santa. Era esta a missão da Beata :
promover o papel da mulher na sua amada pátria terrena; uma tarefa dificílima
também para quem, como ela, tinha uma confiança total na divina Providência.
Iniciou
sua missão com novas irmãs, ocupando-se do ensino religioso para vencer o
analfabetismo imperante, mas logo a Congregação se difunde, tanto que hoje é
considerada como o braço direito do Patriarcado Latino nos países árabes, onde
se ocupam de escolas, paróquias e outras instituições diocesanas. Silenciosa e
humilde até desaparecer dentro da oração do Santo Rosário, entrega a alma ao
Pai enquanto recitava os 15 mistérios, na noite de 25 de março de 1927.
Fonte :
* Artigo na íntegra de http://www.news.va/pt/news/papa-francisco-vai-presidir-na-praca-sao-pedro-a-c
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