‘‘O desaparecimento dos cristãos do Oriente
Médio é uma tragédia humana. É
uma questão histórica e de civilização ao mesmo tempo. A ameaça de seu
desaparecimento é global e romperia as raízes espirituais necessárias para a
inspiração de uma época atravessada por profundas mudanças.’
É o que afirma o Patriarca Ecumênico de Constantinopla,
Bartolomeu I, na carta enviada aos participantes do encontro internacional ‘Cristãos no Oriente Médio : qual futuro?’
em andamento na cidade italiana de Bari, promovido pela Comunidade Romana de Santo Egídio.
No texto, lido na vigília pela paz realizada na Basílica
de São Nicolau, o patriarca recordou que ‘os
cristãos do Oriente Médio são sobretudo herdeiros do cristianismo originário
modelado na paesagem do Mediterrâneo oriental que soube, com suas tradições
espirituais, linguísticas e culturais, plasmar
o que o cristianismo se tornou hoje no mundo’.
A coexistência das comunidades cristãs do
Oriente Médio com o mundo muçulmano
Essas comunidades cristãs carregam ‘os traços de uma coexistência com o mundo muçulmano que não é mais
aceitável aos olhos dos funtamentalistas’. Para Bartolomeu I, o futuro dos
cristãos do Oriente Médio ‘consiste em
salvaguardar a sua ação de mediação em relação ao radicalismo de alguns
muçulmanos que não reconhecem a vida dos cristãos orientais, o seu sentido
profundo de liberdade e sua capacidade de resistência’.
A crise que passa o Oriente Médio pode servir
como kairós ecumênico
‘Uma solução
política para o futuro dos cristãos do Oriente Médio’, destaca o patriarca
, ‘pode servir-se positivamente do
ecumenismo de sangue’ e dos ‘sofrimentos
redentores que formam uma nova realidade em nossa busca pela unidade dos
cristãos’. ‘A crise que vive Oriente
Médio pode servir como kairós ecumênico. Porque no sangue e nas lágrimas se
constrói a consciência de um destino comum para aliviar os sofrimentos da
separação’, frisou ainda Bartolomeu I.
Uma luta global contra o fundamentalismo
garantirá a presença cristã
O Patriarca Bartolomeu I encerra a sua mensagem exortando
a comunidade internacional a agir conforme o direito internacional para que os
cristãos do Oriente Médio não se tornem somente um capítulo nos manuais de
história que contam o seu desaparecimento. ‘Os
cristãos do Oriente Médio são as pedras vivas de uma região que plasmou a sua
história no pluralismo das trocas e contatos comerciais, mas também
intelectuais e espirituais. Hoje, o fundamentalismo se levanta contra essa
leitura. Uma luta global contra o fundamentalismo garantirá a sua presença
permanente nessa região do mundo onde o nome cristão foi cunhado.’’
Fonte :
* Artigo na íntegra de http://www.news.va/pt/news/bartolomeu-i-luta-global-contra-o-fundamentalismo
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