*Artigo de Padre António Carlos,
Missionário Comboniano
‘A intolerância religiosa tem vindo a
aumentar acentuadamente em todo o mundo, afetando de modo muito particular as
minorias religiosas e os cristãos... Coptas, drusos, mandeus, kalashas,
samaritanos, yaziditas e zoroastras constituem as minorias mais ameaçadas e em
vias de desaparecer. Muitos dos seus fiéis são perseguidos, torturados,
assassinados e forçados ao exílio. Os terroristas do Estado Islâmico vêem-nos
como heréticos e infiéis, e por isso, alvos a abater, escudando-se em Maomé,
profeta do Islão, para justificar as suas práticas sanguinárias e cruéis. Os
que mais correm o risco de se extinguirem são os mandeus, que em 2006
totalizavam cerca de cem mil e dos quais hoje devem restar poucas centenas,
tendo a esmagadora maioria sido assassinada ou forçada ao exílio.
Os cristãos também constituem uma
minoria em alguns países. No Médio Oriente, Índia, Paquistão e Nigéria são
objecto de perseguição feroz, violência brutal e ódio por causa da sua fé. A
este propósito, o patriarca da Igreja Sírio-Católica, Ignace Youssif III Younan,
denunciou o genocídio que estão a viver os cristãos da Síria. Acusou ainda a
comunidade internacional de só estar interessada no petróleo dos países do
Médio Oriente e de estar aliada a governos que desrespeitam os direitos humanos
e negam a liberdade religiosa.
Os ataques mais recentes a cristãos
aconteceram em Lahore, a segunda cidade do Paquistão, provocando 14 mortos e
mais de 80 feridos. O presidente da Conferência Episcopal do Paquistão referiu
que o duplo atentado terrorista é um sinal evidente da fragilidade das minorias
religiosas, que são deixadas indefesas e desprotegidas pelas autoridades do
país. E o caso mais recente de ódio anticristão teve como vítima uma religiosa
de 71 anos que foi violada por tentar impedir um grupo de homens de assaltar
uma escola católica na Índia.
O Papa Francisco tem sido incansável no
seu apoio aos cristãos perseguidos. Recentemente, enviou uma mensagem de
conforto aos cristãos da Nigéria, manifestando a sua solidariedade às
comunidades cristãs que têm sido vítimas de ataques terroristas ao longo dos
últimos anos, em particular do grupo Boko Haram.
Em tempo de Páscoa, a celebração da
vitória do bem sobre o mal, da vida sobre a morte graças à ressurreição de
Jesus Cristo, traz-nos à memória todas as pessoas que estão a ser mortas por
causa da sua fé. O mistério pascal de Cristo ressuscitado constitui, sem
dúvida, para todos os cristãos e pessoas de boa vontade um incentivo a
contrariarmos a indiferença em relação ao sofrimento dos nossos irmãos
perseguidos. Aparentemente, podemos fazer pouco ou quase nada para acabar com
esta tragédia. Mas podemos manter-nos informados, rezar, apoiar iniciativas em
favor das minorias religiosas e dos cristãos mártires. E igualmente pressionar
os nossos decisores políticos, grupos cívicos e religiosos para que tragam este
tema para a mesa do debate público.’
Fonte :
* Artigo na íntegra de http://www.alem-mar.org/cgi-bin/quickregister/scripts/redirect.cgi?redirect=EukZAyFpFkyYGZqJxm
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