domingo, 1 de junho de 2014

São Justino, Mártir

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)


Justino, filósofo e mártir, nasceu no princípio do século II, em Flávia Neápolis (Nablus), na Samaria, de família pagã. Tendo-se convertido à fé cristã, escreveu diversas obras em defesa do cristianismo; mas se conservam apenas as duas Apologias e o Diálogo com Trifão. Abriu uma escola de filosofia em Roma, onde mantinha debates públicos. Sofreu o martírio, juntamente com seus companheiros, no tempo de Marco Aurélio, cerca do ano 165.


A Liturgia das Horas e a reflexão no dia de São Justino, mártir  :

Ofício das Leituras

Segunda leitura
Das Atas do martírio dos santos Justino e seus companheiros
(Cap.1-5 : cf.PG 6, 1566-1571)      (Séc. II)

Abracei a verdadeira doutrina dos cristãos
Aqueles homens santos foram presos e conduzidos ao prefeito de Roma, chamado Rústico. Estando eles diante do tribunal, o prefeito Rústico disse a Justino : ‘Em primeiro lugar, manifesta tua fé nos deuses e obedece aos imperadores’. Justino respondeu : ‘Não podemos ser acusados nem presos, só pelo fato de obedecermos aos mandamentos de Jesus Cristo, nosso Salvador’.

Rústico indagou : ‘Que doutrinas professas?’ E Justino : ‘Na verdade, procurei conhecer todas as doutrinas, mas acabei por abraçar a verdadeira doutrina dos cristãos, embora ela não seja aceita por aqueles que vivem no erro’.

O prefeito Rústico prosseguiu : ‘E tu aceitas esta doutrina, grande miserável?’ Respondeu Justino : ‘Sim, pois a sigo como verdade absoluta’.

O prefeito indagou : ‘Que verdade é esta?’ Justino explicou : ‘Adoramos o Deus dos cristãos, a quem consideramos como único criador, desde o princípio, artífice de toda a criação, das coisas visíveis e invisíveis : adoramos também o Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, que os profetas anunciaram vir para o gênero humano como mensageiro da salvação e mestre da boa doutrina. E eu, um simples homem, considero insignificante tudo o que estou dizendo para exprimir a sua infinita divindade, mas reconheço o valor das profecias que previamente anunciaram aquele que afirmei ser o Filho de Deus. Sei que eram inspirados por Deus os profetas que vaticinaram a sua vinda entre os homens’.

Rústico perguntou : ‘Então, tu és cristão?’ Justino afirmou : ‘Sim, sou cristão’.

O prefeito disse a Justino : ‘Ouve,tu que és tido por sábio e julgas conhecer a verdadeira doutrina : se fores flagelado e decapitado, estás convencido de que subirás ao céu?’ Disse Justino : ‘Espero entrar naquela morada, se tiver de sofrer o que dizes. Pois sei que para todos os que viverem santamente está reservada a recompensa de Deus até o fim do mundo inteiro’.

O prefeito Rústico continuou : ‘Então, tu supões que hás de subir ao céu para receber algum prêmio em retribuição’? Justino respondeu-lhe : ‘Não suponho, tenho a maior certeza’.

O prefeito Rústico declarou : ‘Basta, deixemos isso e vamos à questão que importa, da qual não podemos fugir e é urgente. Aproximai-vos e todos juntos sacrificai aos deuses’. Justino respondeu : ‘Ninguém de bom senso abandona a piedade para cair na impiedade’. O prefeito Rústico insistiu : ‘Se não fizerdes o que vos foi ordenado, sereis torturados sem compaixão’. Justino disse : ‘Desejamos e esperamos chegar à salvação através dos tormentos que sofrermos por amor de nosso Senhor Jesus Cristo. O sofrimento nos garante a salvação e nos dá confiança perante o tribunal de nosso Senhor e Salvador, que é universal e mais terrível que o teu’.

O mesmo também disseram os outros mártires : ‘Faze o que quiseres; nós somos cristãos e não sacrificaremos aos ídolos’.

O prefeito Rústico pronunciou então a sentença : ‘Os que não quiseram sacrificar aos deuses e obedecer ordem do imperador, depois de flagelados, sejam conduzidos para sofrer a pena capital, segundo a norma das leis’. Glorificando a Deus, os santos mártires saíram para o local determinado, onde foram decapitados e consumaram o martírio proclamando a fé no Salvador.


Fonte  :
‘In Liturgia das Horas II’, 1610, 1612


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