Por Eliana Maria
(Ir. Gabriela, Obl. OSB)
‘No início de
suas Confissões, Santo Agostinho faz uma oração : ‘Senhor, faz com
que eu saiba e compreenda se devo invocar-te primeiro ou louvar-te, se primeiro
devo conhecer-te ou invocar-te’. Pedro, em sua primeira epístola, exorta os
cristãos a saberem dar as razões de sua fé a quem os solicitar (cf. 1Pd 3,15).
Por fim, vale a pena ressaltar a famosa frase de Santo Anselmo : ‘Fides
quaerens intellectum’ (‘A fé busca seu entendimento’).
Desde os primeiros
séculos, os cristãos buscaram entender em que acreditavam (fides quae –
qual o objeto da nossa crença), enquanto, concomitantemente, a Igreja
sistematizava progressivamente seu entendimento, iluminada pelo Espírito Santo,
positivando-o por meio dos concílios, do símbolo apostólico e de seus
pronunciamentos oficiais. Costumamos falar da ‘riqueza’ de ser católico porque,
de fato, cada fiel recebe um tesouro, que é o depositum fidei (depósito
da fé) proclamado, organizado e clarificado ao longo da história da Igreja.
Por isso, não basta a
fé subjetiva (fides qua), que é o ato pessoal de afirmar ‘Eu creio!’. É
necessário saber em que cremos, escutar a santa mãe Igreja como filhos
obedientes, por isso o cristão precisa ser discípulo : colocar-se aos pés do
Mestre e haurir de sua sabedoria, conhecer as Sagradas Escrituras, o Catecismo
da Igreja Católica, que é uma síntese do ensinamento da Igreja, os
documentos do magistério, as fontes patrísticas, as vidas dos santos e seus
escritos, as obras teológicas, estudar a liturgia… Ficar nos ‘achismos’ ou
seguindo ‘gurus da moda’ é caminho que conduz ao afastamento da unidade da
Igreja, a um criticismo ácido que rouba a alegria de ser católico.
Conhecer a nossa fé é
percurso apaixonante e sem volta e cada vez mais os leigos estão se empenhando,
estudando, desenvolvendo com mais consciência e amor seu apostolado. Assim,
contra as ondas do relativismo, a barca da Igreja navega proclamando
corajosamente a verdade.
‘Quando a fé
esmorece, há o risco de esmorecerem também os fundamentos do viver.’
(Francisco, Carta Encíclica Lumen Fidei, 55).’
Fonte : *Artigo na íntegra
https://revistaavemaria.com.br/ser-igreja-escutar-a-igreja.html
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