Por Eliana Maria
(Ir. Gabriela, Obl. OSB)
‘Antão é uma versão
menos comum de um nome bastante conhecido : Antônio. Os dois nomes
significam a mesma coisa : ‘florescente’, ‘aquele que floresce’
(do grego ‘ánthos’, flor). Aliás, na Igreja católica, que
celebra Santo Antão no dia 17 de janeiro, o santo é também chamado de Santo
Antônio Abade. Ele é considerado o pai dos monges cristãos e
um elevado modelo de espiritualidade ascética.
Santo Antão nasceu no Egito em torno do ano 250, numa
rica família rural. Quando perdeu os pais, o jovem de 20 anos dividiu os seus
bens com os pobres e se retirou ao deserto para uma vida penitencial como eremita,
chegando a viver junto a um cemitério para se aprofundar na meditação sobre a
morte derrotada por Jesus. A inspiração para a renúncia ao mundo lhe tinha
vindo durante uma Santa Missa, quando em seu coração se destacaram estas
palavras de Jesus :
‘Se
queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres’.
As Escrituras, a propósito, eram
fonte perene de diretrizes práticas para Santo Antão. Seu trabalho manual, por exemplo, era
incentivado por palavras claras de São
Paulo (que, aliás, precisam ser recordadas em alto e bom som para
as sociedades de todas as épocas) :
‘Quem
não quiser trabalhar não tem direito de comer’ (2Ts 3,10).
Não é à toa que ele é
também venerado como padroeiro pelos tecelões de cestas, fabricantes de
pincéis, açougueiros e trabalhadores da manutenção de cemitérios.
Santo
Atanásio,
que escreveu sobre a vida de Santo Antão, observa que o eremita usava apenas o
que de fato precisava, doando qualquer excedente aos necessitados.
A certa
altura, ele começou a organizar comunidades de oração e trabalho, mas
acabou retornando ao deserto, numa espécie de harmonização entre a vida
solitária e, ao mesmo tempo, a direção
de um grupo de eremitas que viviam nas proximidades. Tornou-se
amigo de São Paulo Eremita (que,
obviamente, não deve ser confundido com São Paulo Apóstolo – até por conta de
grande diferença de época em que viveu cada um). Foi a partir dessa organização
de grupos de eremitas que Santo Antão se tornou um dos pioneiros do
monaquismo cristão – e é daí que lhe vem o outro nome pelo qual é
conhecido : Santo Antônio Abade.
Seu papel na defesa
da fé foi de grande relevância histórica. Junto com o bispo Santo
Atanásio, ele combateu a heresia do arianismo, que negava a divindade de
Cristo.
Santo Atanásio nos
deixou várias e preciosas informações sobre o amigo :
‘Ele orava constantemente, pois
aprendera que devemos orar em privado sem cessar. Era tão atento à leitura da
Sagrada Escritura que nada lhe escapava : tudo retinha e, assim, sua memória
lhe fazia as vezes de livros. Todos os aldeões e monges com quem convivia viram
que tipo de homem ele era e o chamavam de ‘amigo de Deus’, amando-o como filho
ou como irmão’.
Santo Antão partiu
para a eternidade no monte Colzim, perto do Mar Vermelho, por volta do ano 356.’
Fonte : *Artigo na íntegra
https://pt.aleteia.org/2019/01/17/quem-e-santo-antao-o-abade-do-deserto/
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