Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
*Artigo do Padre Nilton César Boni, CMF
‘Joel significa ‘Javé é Deus’. Ele
era filho de Fatuel (cf. Jl 1,1) e fez parte do grupo dos doze profetas menores
que viveram no pós-exílio de Judá (reino do sul). Infelizmente, pouco sabemos
sobre sua vida. Não há precisão sobre o período em que viveu, provavelmente
entre os séculos VIII e V a.C. Seu livro possui poucos capítulos, divididos em
duas partes, que tratam da praga de gafanhotos e do Dia do Senhor. Talvez fosse
um profeta ou sacerdote ligado ao culto. Para o cristianismo, ele é conhecido
como o profeta do Pentecostes quando faz menção ao Espírito Santo derramado
sobre todos (cf. Jl 3,1) e da penitência, pois exortou ativamente o povo à
prática do jejum, da oração e do arrependimento, a restaurarem sua fé em Deus,
sobretudo nos tempos difíceis pelos quais passou.
Ao
descrever, na primeira parte de seu livro, a desgraça que se abateu sobre o
povo proveniente da praga de gafanhotos, entendeu-a como castigo divino e um
pedido a que restaurassem a aliança com o Senhor. Deus se compadecerá e não
mais os destruirá se derem a Ele sua vida, serão abençoados e fecundos. Já na
segunda parte, fala da paz e da harmonia por meio do Espírito Santo derramado
nos corações. Essa graça trará abundância ao povo, pois o ‘Dia do Senhor’ é a
vitória sobre o mal e o sofrimento. Por meio da vinda do Espírito, Deus
manifestará seu perdão e seu amor aos eleitos e os farão participar da
salvação.
Joel,
em sua pregação, faz um convite ao ser humano a reconquistar sua amizade com
Deus e servi-lo com alegria, com um coração que se abre à paz e destrói o mal.
Somente pela conversão é que Deus pode reinar e habitar o santuário das almas.
Podemos trazer para nosso tempo esse desejo e interpretar os sinais da
natureza, sobretudo as catástrofes, que se somam aos fracassos humanos, como
expressão de que precisamos mudar as atitudes para que a vida respire e nossa
sociedade tenha sentido.
Os
profetas, assim como Joel, estão conscientes de que não vale a pena afastar-se
da criação; devemos cuidar e amar, pois é a morada do Espírito, o lugar sagrado
onde Deus se manifesta e se relaciona. Sem coerência de vida e zelo pelo bem
comum nos tornamos bárbaros de nós mesmos e nos rendemos à devastação.
Joel
é um homem atento, sensível, responsável e comprometido com seu Deus. Entrega
sua vida para abrir os olhos da cegueira social e reconquistar a paz. Exorta a
confiar no Senhor e reconhecê-lo como único : ‘Sabereis então que estou no meio
de Israel, que sou o Senhor, vosso Deus, e que não há outro. E jamais meu povo
será confundido’ (Jl 2,27).
O
Dia do Senhor é o tempo da esperança, em que o povo redimido encontrará consolo
e traçará um projeto sustentável ao lado do Criador. A vocação de Joel é
mostrar ao povo que diante das calamidades Deus não o abandona, mas pede que
retorne ao primeiro amor e seja feliz em sua missão filial.’
Fonte : *Artigo na íntegra
https://revistaavemaria.com.br/wp-content/uploads/2023/11/dezembro-2023.pdf
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