Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
*Artigo de Beatrice D'Ascenzi
‘As fotos das crianças
que se tornam uma lente de aumento do país destruído. Durante a 7ª Conferência
de Apoio ao Futuro da Síria e da Região, em Bruxelas, na Bélgica, foi
apresentada a mostra ‘Fora dos escombros : terremotos e a destruição do
conflito através dos olhos das crianças’. Uma exposição fotográfica para contar
a perspectiva dos pequenos fotógrafos, através do poder de suas fotos. Gianluca
Ranzato, gerente humanitário da organização, falou ao Vatican News sobre o
objetivo do projeto : ‘A mostra fotográfica é uma tentativa de dar voz às
crianças, porque é essencial perceber que o olhar delas deve nos guiar’.
‘Se
olharmos as imagens que as crianças nos ofereceram’ - explica Ranzato, ‘o que
chama a atenção é como as imagens das áreas afetadas pelo terremoto e as das
áreas não afetadas sejam tão tristemente parecidas’. As fotos dos prédios
demolidos, ruas cheias de entulho e falta geral de infraestrutura, descrevem um
desconforto certamente agravado pelo terremoto, mas já presente na vida dos
pequenos fotógrafos porque, como sublinha mais uma vez o gestor humanitário : ‘O
terremoto foi um desastre terrível que atingiu um país que vive 12 anos de
guerra e uma profunda crise econômica. Isso leva a grande maioria da população
a depender de ajuda humanitária e a ter dificuldades de acesso a alimentos, com
todas as consequências que isso acarreta’.
O
impacto econômico do terremoto
Por
meio dessas fotos, as crianças foram capazes não apenas de contar suas
experiências, mas também uma perspectiva que muitas vezes por causa da pouca
idade é marginalizada, trazendo à tona as dificuldades que surgem para quem
vive num território em conflito, como explica ainda Ranzato : ‘As famílias
colocam em prática, para enfrentar a falta de alimentos, muitas vezes levam as
crianças ao trabalho infantil, casamentos precoces, tráfico humano. As crianças
sabem que têm direito a uma vida feliz, a serem protegidas e a uma educação,
basta ouvi-las para ter uma bússola clara para intervir’.
Ser
criança na Síria
Muitas
dessas crianças nunca conheceram um país em paz. Uma situação que tem um efeito
fortíssimo na sua saúde mental, que Save the Children tenta proteger ao máximo :
‘Para essas crianças é normal ter 9 e 10 anos e não terem visto nada além do
conflito, a destruição e cenários de guerra’, continua Gianluca Ranzato. ‘Isso
nos faz entender como é necessário focar nossa atenção na Síria’, disse ele,
ressaltando que existe o risco de comprometer seu futuro, deixando-as sozinhas
para lutar com as feridas da alma com as quais cresceram. ‘Sem dúvida, esses
traumas se curam com o passar das gerações. Não podemos pensar que não haverá
consequências para uma população, que no futuro ninguém pagará por esta falta
de bem-estar, mas devemos dar um raio de esperança procurando juntos curar
essas crianças’, conclui o representante de Save the Children Itália.’
Fonte : *Artigo na íntegra
https://www.vaticannews.va/pt/mundo/news/2023-06/save-the-children-siria-criancas-guerras.html
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