Por Eliana Maria
(Ir. Gabriela, Obl. OSB)
O Papa Francisco fecha a Porta Santa da Basílica de São Pedro para marcar o encerramento do Jubileu do Ano da Misericórdia no Vaticano em 20 de novembro de 2016
*Artigo
de Gerard O'Connell
Tradução : Ramón Lara
‘O Papa Francisco pôs em marcha os
preparativos para o Ano Jubilar de 2025, que acredita ‘pode contribuir muito
para restaurar um clima de esperança e confiança como prelúdio da renovação e
renascimento que desejamos com tanta urgência’ após dois anos de pandemia e
sofrimento.
Francisco escolheu ‘Peregrinos da
Esperança’ como lema do Ano Santo e, no dia 3 de janeiro, confiou ao
arcebispo italiano Rino Fisichella, chefe do Pontifício Conselho para a
Promoção da Nova Evangelização, a responsabilidade de organizar este evento,
que espera trazer milhões de peregrinos de todo o mundo a Roma.
Para encorajar ainda mais o esforço
preparatório, Francisco enviou hoje uma carta ao arcebispo Fisichella,
posicionando este jubileu como um ano em que ‘devemos acender a chama da
esperança que nos foi dada e ajudar a todos a ganhar novas forças e certezas,
olhando para o futuro com um espírito aberto, um coração confiante e uma visão
de longo prazo’.
Recordou que todos os países do mundo
sofreram nestes últimos dois anos por causa da pandemia que ‘nos fez experimentar
em primeira mão não só a tragédia de morrer sozinhos, mas também a incerteza e
a fugacidade da existência e, com isso, mudou muito o nosso estilo de vida’.
Os cristãos, disse Francisco, ‘junto
com todos os nossos irmãos e irmãs’ em todo o mundo, ‘suportaram essas
dificuldades e limitações. Nossas igrejas permaneceram fechadas, assim como
nossas escolas, fábricas, escritórios, lojas e locais de recreação. Todos nós
vimos certas liberdades cerceadas, enquanto a pandemia gerava sentimentos não
apenas de luto, mas também, às vezes, de dúvida, medo e desorientação’.
Felizmente, apontou o Papa, a comunidade científica ‘desenvolveu rapidamente
um remédio inicial que gradualmente nos permite retomar nossas vidas diárias’.
Escrevendo em 11 de fevereiro, festa de
Nossa Senhora de Lourdes, o Papa Francisco fez uma nota distintamente positiva
ao declarar : ‘Estamos totalmente confiantes de que a pandemia será superada
e que o mundo retornará ao seu padrão habitual de relacionamentos pessoais e
vida social.’
‘Isso acontecerá mais prontamente na
medida em que pudermos demonstrar uma solidariedade efetiva’, disse, para
que ‘os mais necessitados não sejam negligenciados e todos possam ter acesso
a avanços científicos e aos medicamentos necessários’.
O Papa também enfatizou a necessidade de ‘recuperar
o senso de fraternidade universal’ e ‘recusar-se a fechar os olhos à
tragédia da pobreza desenfreada que impede milhões de homens, mulheres, jovens
e crianças de viver de maneira digna de nossa dignidade humana’. Francisco
ainda pediu maior atenção à situação dos ‘muitos refugiados forçados a
abandonar suas terras nativas’.
Em sua carta, o Papa Francisco enfatizou
que ‘a dimensão espiritual do Jubileu, que clama pela conversão, deve
abranger também esses aspectos fundamentais de nossa vida em sociedade como
parte de um todo coerente’. O Santo Padre apontou que deveria incluir o
cuidado com a criação – ‘nossa casa comum’ – e observou que ‘um
número crescente’ de homens, mulheres, jovens e crianças, ‘perceberam
que cuidar da criação é uma expressão essencial de nossa fé em Deus’.
Ele pediu ao arcebispo Fisichella que ‘encontre
caminhos adequados’ para que o Ano Santo ‘seja planejado e celebrado com
fé profunda, esperança viva e caridade ativa’ e que estimule o alcance
pastoral das igrejas locais e intensifique seu compromisso com a sinodalidade.
O Papa Francisco concluiu :
Desejaria muito que dedicássemos 2024, ano
que antecede o evento jubilar, a uma grande ‘sinfonia’ de oração. Oração, acima
de tudo, para renovar nosso desejo de estar na presença do Senhor, de ouvi-lo e
adorá-lo. Oração, para agradecer a Deus os muitos dons do seu amor por nós e
para louvar a sua obra na criação, que convida todos a respeitá-la e a tomar
medidas concretas e responsáveis para protegê-la. A oração como expressão de um
único ‘coração e alma’ (cf. At 4,32), que se traduz em solidariedade e na
partilha do pão de cada dia. Oração que torna possível para cada homem e mulher
neste mundo se voltar para o único Deus e revelar a ele o que está escondido
nas profundezas de seu coração. A oração como caminho régio para a santidade,
que nos permite ser contemplativos mesmo no meio da atividade.
Este é o segundo ano jubilar convocado
pelo Papa Francisco. Mas, ao contrário do Jubileu da Misericórdia
extraordinário em 2015, o próximo será um jubileu ordinário, que acontece a
cada 25 anos.
O Papa Francisco disse que ‘o povo
santo e fiel de Deus’ experimentou a celebração jubilar ‘como um dom
especial da graça, caracterizado pelo perdão dos pecados e, em particular, pela
indulgência, que é uma expressão plena da misericórdia de Deus’.
O último jubileu ordinário aconteceu no
ano 2000 e foi inaugurado pelo Papa João Paulo II quando a humanidade entrou no
novo milênio. Milhões de pessoas vieram a Roma então, incluindo milhares de
jovens. O Papa Francisco espera que o Jubileu de 2025 possa testemunhar algo
semelhante.
O arcebispo Fisichella, que organizou com
sucesso o Ano Jubilar da Misericórdia de 2015, disse ao Vatican News em 13 de
janeiro que ‘uma das prioridades é a recepção de peregrinos e fiéis, com um
grande número de peregrinos esperados em Roma durante o Ano Santo – com a
esperança de que nos próximos dois anos a emergência de saúde não afete mais as
atividades como hoje.’
Um ano jubilar é um ano especial de graça,
no qual a Igreja oferece aos fiéis a possibilidade de obter uma indulgência
plenária. Tradicionalmente, começa pouco antes do Natal e termina na Epifania
do ano seguinte.
O papa inaugura o Ano Santo com o rito da
abertura da Porta Santa na Basílica de São Pedro. Depois disso, as Portas
Santas das outras basílicas papais - São João de Latrão, São Paulo extramuros e
Santa Maria Maior—são abertos e assim permanecem até o final do ano jubilar.’
Fonte : *Artigo na íntegra
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