Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
*Artigo de Benedetta Capelli e Andrea de Angelis
‘‘Uma tragédia’, ‘um crime
abominável’. Ao longo dos anos, o Papa sempre fez ouvir a sua voz sobre a terrível
chaga das crianças-soldado, tornando-se assim o intérprete da dor de
muitos menores, arrancados da infância e obrigados a pegar em armas,
tornando-se instrumentos de morte. Em um tweet em sua conta @Pontifex,
publicado por ocasião do Dia Internacional contra o Uso de Crianças-Soldado,
Francisco escreve :
‘Crianças
soldados são roubadas de sua infância, de sua inocência, de seu futuro, muitas
vezes de sua própria vida. Cada uma delas é um grito que se eleva a Deus e que
acusa os adultos que colocaram as armas em suas pequenas mãos.’
Grave
violação dos direitos das crianças
Crianças empregadas como combatentes, mas também como cozinheiras, porteiros, guardas, mensageiros. Meninas que estão envolvidas em várias atividades, como transporte, assistência médica, cozinhar, limpar e cuidar de outras crianças, mas que podem se tornar parte ativa do conflito, como na África, onde quase 40% das meninas recrutadas por forças ou grupos armados participam diretamente das hostilidades, ou no Oriente Médio onde existem apenas unidades femininas para o uso de armas táticas.
No
entanto, ambos são vítimas de sequestros, ameaças, manipulações. Alguns são
movidos pela pobreza, obrigados a gerar renda para suas famílias. Outros ainda
unem forças para sobreviver ou proteger suas comunidades. Independentemente do
seu envolvimento, o recrutamento e utilização de crianças por forças armadas -
sublinha o UNICEF - constitui uma grave violação dos direitos da criança e do
direito internacional humanitário.
Um
fenômeno crescente
A
ONU sublinha que em 2020 existiam mais de 8.500 crianças-soldados recrutadas e
empregadas em zonas de guerra, um aumento em relação aos 7.750 casos
registrados em 2019. Mais de 93.000 crianças-soldados entre 2005 e 2020. Apenas
dois anos atrás as Nações Unidas verificaram 26.425 violações graves.
Quase
75% dos conflitos envolvem o recrutamento de crianças e bem mais da metade
destas são meninas. O que as crianças sofrem são formas extensas de exploração
e abuso que também se tornam sexuais no caso das meninas. O casamento precoce é
outra ferramenta preferida por algumas partes em conflito : as meninas são
forçadas a se casar com combatentes adultos do sexo masculino e vivem sob seu
controle, muitas vezes submetidas à violência sexual diária.’
Fonte : *Artigo na íntegra
https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2022-02/papa-francisco-tweet-criancas-soldado.html
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