Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
*Artigo
do Padre Márcio Arielton
‘Não falar da vida eterna é um
erro : uma tentação deste mundo de imediatismos.
‘Continuar vivendo no
planeta Terra não significa salvar-se! Salvação e Vida Plena são realidades que
só alcançamos por meio de Jesus Cristo. O papa Francisco, em seu pontificado,
por diversas vezes alerta aos cristãos que não falar da vida eterna, da beleza
da eternidade, é um erro, uma tentação diante deste mundo de imediatismos e
fuga da transcendência.
A busca da justiça,
do direito e da paz, não deve ofuscar o principal chamamento de Jesus para a
humanidade : ‘Convertei-vos e crede no Evangelho’; pelo contrário, as sementes
do Reino que espalhamos com as pequenas e grandes ações sócio-transformadoras
devem apontar para o fim último de toda a criação do universo : o Juízo Final e
o Reinado Eterno da Santíssima Trindade ‘sobre tudo aquilo que foi criado, o
que há no céus e o que existe sobre a terra, o visível e também o invisível’.
Por isso as teorias
e ideologias materialistas, que se apresentam sob tantas formas e máscaras,
oferecem aos crentes o grande risco de esquecerem-se da sua vocação mais sublime,
que o Concílio Vaticano II nos apresenta na constituição dogmática Lumen
Gentium (39-42) : a vocação universal à santidade’.
Não falar da vida
eterna é um erro
O padre prosseguiu :
‘Voltemos nossos olhares e
atenção a este assunto tão pertinente. A finalidade das teorias materialistas
que seduzem a muitos até dentro das Igrejas e das famílias cristãs é a extinção
do espírito das virtudes da fé, esperança e caridade no seu ápice : a santidade
dos cristãos.
É preciso que o
cristão não se esqueça, acima de tudo, das urgências evangélicas de apelo à
conversão e transformação de vida que o anúncio do querigma realiza na vida
pessoal daquele que se encontrou e foi chamado por Jesus Cristo, Crucificado e
Ressuscitado, e assuma assim uma inserção gradual e progressiva na Vida Nova’.
A ótica do olhar
amoroso de Deus
‘Também se faz necessário
que o seguidor de Jesus cuide de nutrir cotidianamente o seu encontro e
vivência com o Senhor, que se traduz em intimidade, na vida de oração e
conhecimento de Cristo e da fé. A consequência operante e constante desta
experiência de encontro transformativo com o Senhor é percebida no discípulo
que se lança numa verdadeira atuação nas realidades do mundo, onde o cristão
passa a escolher, andar e transformar as realidades que toca – não mais a
partir de si mesmo, como experiência de troca egoísta, mas a partir do critério
de Jesus Cristo. Sob a ótica do olhar amoroso de Deus, esta atuação se traduz
em agir nas diversas periferias existenciais deste mundo, tendo como pano de fundo
o testemunho, ou seja, a vivência, na própria vida, do martírio : homens e
mulheres que se tornam sacrifícios vivos de louvor, hóstias agradáveis
oferecidas no altar do cotidiano, agindo e vivendo entre os homens deste tempo
na justiça e santidade.
Somos chamados a
viver com o pés no chão, mas com os ‘corações ao alto’, sabendo que a
finalidade de todas as nossas orações, trabalhos, alegrias e sofrimentos é a
Vida Eterna. Este tema é tão caro ao anúncio de Jesus Cristo que o Papa
Francisco faz questão de nos recordar a sua grande importância e necessidade e
as tristes consequências que a omissão da pregação da Vida Eterna tem
ocasionado hoje : ‘É justamente o fechamento dos horizontes transcendentes, o
fechar-se em si mesmo, o apego quase exclusivo ao presente, esquecendo ou
censurando as dimensões do passado e, sobretudo, do futuro, sentido
especialmente pelos jovens como obscuro e cheio de incertezas. O futuro além da
morte aparece, nesse contexto, inevitavelmente ainda mais distante,
indecifrável ou completamente inexistente’’.
Nosso fim não é aqui,
mas já podemos avistá-lo
‘Portanto, no meio das
estradas desta vida, apontemos aos peregrinos, muitas vezes perdidos nos
desertos da existência humana na difícil peregrinação terrestre, o caminho do
Céu, a Terra Prometida. O fim último de nossa existência ainda não é aqui, mas
aqui já podemos avistá-lo. Para alcançá-lo, olhemos para Cristo, meta de todas
as aspirações humanas, e, seguindo seus passos e as direções que Ele nos aponta
por meio da Sua Igreja, confiemos, buscando, entre as coisas que passam,
alcançar um dia as que não passam.
A Virgem Maria,
modelo dos santos, que trilhou este caminho com coração cheio de Fé, Esperança
e Caridade, nos ajude com sua poderosa intercessão a viver em Justiça e
Santidade.’’
Fonte : *Artigo
na íntegra https://pt.aleteia.org/2021/07/28/nao-falar-da-vida-eterna-e-um-erro-uma-tentacao-deste-mundo-de-imediatismos/
Nenhum comentário:
Postar um comentário