Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
*Artigo do Padre Carlos Padilla Esteban
‘Na
vida, a generosidade exige renúncia. Renúncia ao próprio desejo, à possessão, a
ter tudo, à paz constante, ao descanso permanente, aos meus planos. Amar é
renunciar. O amor que não renuncia seca, morre.
O
amor que cresce a partir da morte ao próprio eu é um amor fecundo, grande,
próprio de um coração que se dilatou, que se tornou enorme no caminho. Um
coração capaz de entregar a vida no silêncio, sem buscar aplausos ou
reconhecimento. É um coração assim que queremos : um coração livre e pleno.
Santo
Inácio rezava : ‘Tomai, Senhor, e recebei / Toda a minha liberdade, a minha
memória também. / O meu entendimento e toda a minha vontade / Tudo o que tenho
e possuo, vós me destes com amor. / Todos os dons que me destes, com gratidão
vos devolvo. / Disponde deles, Senhor, segundo a vossa vontade. / Dai-me
somente, o vosso amor, vossa graça. / Isto me basta, nada mais quero pedir’.
Decisões
Em
nosso coração são tomadas as decisões mais importantes, e ninguém pode
interferir nelas. Decisões nas quais nos entregamos e abandonamos totalmente.
Lá, na solidão da alma, nós abraçamos Deus. Lá onde ninguém mais pode entrar,
porque é nossa intimidade mais profunda e cálida.
E
queremos que o nosso coração seja um lar para Cristo. Nesse lar de paz,
poderíamos descobrir seu querer e estar dispostos, assim, a entregar tudo, a
renunciar a tudo.
Diante
do desconhecido, diante do que não controlamos, temos de olhar para Deus,
confiar nele, abandonar-nos em suas mãos, sabendo que Ele nos conduz a um porto
seguro.
Na
verdade, nossa santidade repercute nos que nos cercam. Somos membros do Corpo
místico de Cristo. O bem que fazemos é um bem para os outros. O mal que
provocamos é uma ausência de bem.
Nosso
amor pode ajudar outras pessoas a amar mais, a amar melhor, a amar mais
santamente. ‘O verdadeiro amor é aquele que não diz ‘é suficiente’. A medida
do amor é amar sem medidas. Nossa relação mútua deve nos submergir cada vez
mais profundamente nesta medida sem medidas, no eterno, no Deus infinito.’
Ato de abandono
Uma
vida que ama e é capaz de não dizer jamais ‘Isso é suficiente’ é a vida
à qual aspiramos. Uma vida entregue nas mãos de Deus. É o abandono no meio do
perigo. Quando nem tudo está garantido, quando nossa vida não está totalmente
sob controle. É natural ter medo do futuro, da morte, da cruz. Não é natural
viver sem medo.
Ninguém
vive sem medo, a não ser por uma graça especial, por um dom sobrenatural, por
uma união profunda do seu coração com o coração de Cristo na cruz. Os mártires
suportaram o martírio não por falta de medo, mas porque receberam uma graça
especial de Deus.
Nós
não vivemos sem medo, mas sempre podemos entregar esse medo a Deus para que Ele
nos liberte. O medo está na alma e pode nos impedir de avançar.
Hoje
somos conscientes dos nossos medos. Sabemos quantas coisas existem em nossa
vida que nos inquietam. O futuro, a crise, o medo de doenças : entreguemos tudo
isso a Deus, para que Ele sustente nossa vida e nos dê sua paz em meio às
tempestades.’
Fonte : *Artigo na íntegra https://pt.aleteia.org/2020/12/27/no-perigo-na-solidao-deixar-se-abracar-por-deus/
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