Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
*Artigo do Padre Geovane Saraiva,
jornalista, colunista e pároco
de Santo Afonso de Fortaleza, CE
‘Na
alegria da aprovação e reconhecimento da santidade do padre Charles de
Foucauld, quando, no dia 27 de maio de 2020, nos chegou a alvissareira e
surpreendente notícia de que o papa Francisco aprovou o milagre, exposto pela
Congregação para a Causa dos Santos. Esse milagre contou com a intervenção, ou
interferência, do Bem-aventurado Charles de Foucauld, indicando-nos que sua
canonização virá.
É
Deus que está presente na história humana, no convite para que as pessoas de
boa vontade permaneçam firmes e apoiadas naquilo que é seguro, sólido e
consistente, mesmo diante de angústias, fracassos e conflitos. Como exemplo
maior, temos em Charles de Foucauld, aquele que nasceu na França (1858-1916),
submetendo-se à vontade de Deus, em 30 de outubro de 1886. Em Paris,
encontrando-se com o padre Huvelin, vigário da Igreja de Santo Agostinho, em
uma conversa entre eles, confidenciou-lhe : ‘Padre, não tenho fé, peço-te
que me instrua’. O padre foi ríspido : ‘Te ajoelha e confessa teus
pecados! Então, crerá!’. Obediente, experimentou uma alegria indizível : a
alegria do filho pródigo.
Com
Charles de Foucauld, na ânsia pela data de sua canonização, não nos afastemos
do eixo de seu caminho espiritual : a conversão permanente, a Eucaristia como
centro, a oração do abandono, a busca do último lugar, sem esquecer-nos do
Evangelho da Cruz. Deus falou-lhe na sua incredulidade, indiferença e egoísmo,
caindo nas mãos divinas, sendo arrebatado e seduzido por Jesus de Nazaré, que
se tornou o único e maior tesouro de sua vida. A última palavra, evidentemente,
de ânimo levantado e para cima cabe sua exclusividade e deve ser reservada a
Deus, no anúncio do cântico do Cordeiro : ‘Grandes e admiráveis são tuas
obras, Senhor Deus, todo-poderoso! Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó
rei das nações! Quem não temeria, Senhor, e não glorificaria o teu nome?’
(Ap 15, 3-4).
Que
toda a família de Charles de Foucauld possa sempre, e cada vez mais, render
graças a Deus, a partir da Mesa Sagrada, pelo dom de sua canonização, no
inesgotável legado de sua espiritualidade, em sua célebre frase : ‘Gritar o
Evangelho com a própria vida’.
Enquanto
vivermos neste mundo, com as marcas da dor e do sofrimento, que nosso olhar se
volte para o ‘Senhor e Pai da humanidade, que criastes todos os seres
humanos com a mesma dignidade’ (papa Francisco, Oração ao Criador),
que nunca nos separemos da aparente loucura da cruz, com nossa alma
conformando-se com a vontade de Deus, que seu desígnio de amor quer que nos
agigantemos, no sentido de produzir, na esperança, muitos e bons frutos,
através de gestos e obras de caridade, mas numa intensa atividade, fruto do
verdadeiro e puro amor.
Francisco
fecha sua Carta Encíclica Fratelli Tutti referindo-se ao padre
Charles de Foucauld, assassinado em 1º de dezembro de 1916 : ‘O seu ideal de
uma entrega total a Deus encaminhou-o para uma identificação com os últimos, os
mais abandonados no interior do deserto africano. Naquele contexto, afloravam
os seus desejos de sentir todo ser humano como um irmão, e pedia a um amigo :
'Peça a Deus que eu seja realmente o irmão de todos'. Enfim, queria ser o irmão
universal. Mas somente identificando-se com os últimos é que chegou a ser irmão
de todos. Que Deus inspire este ideal a cada um de nós’. Assim seja!’
Fonte : *Artigo na íntegra https://domtotal.com/noticia/1486351/2020/12/charles-de-foucauld-sera-canonizado/
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