*Artigo
do Padre Geovane Saraiva,
Pároco
de Santo Afonso de Fortaleza, CE,
e
vice-presidente da Previdência Sacerdotal
‘O século XII
exultou de vitalidade cultural, originalidade intelectual e profundas marcas
espirituais em São Bernardo de Claraval, homem extremamente
assinalado e seduzido pela bondade infinita de Deus, na história da nossa
civilização cristã católica. Em diversas ocasiões, obedecendo à voz de Deus,
deixou a vida contemplativa para ir ao encontro de questões que agitavam o
mundo no qual estava inserido. Sua presença foi determinante, além de concreta
e segura em acontecimentos dolorosos que envolviam a humanidade, levando em
conta que ele era homem de vida contemplativa, religioso e monge. Que o mesmo
espírito de São Bernardo entre em nosso agitado mundo, que tem seu auge na ‘violência desumana do terrorismo’.
Que ele, como
exímio pregador, místico, escritor, fundador de mosteiros, abade, conselheiro
de papas, reis e bispos, possa ensinar a este nosso mundo tão conturbado,
sensibilizando, também como político polêmico e ao mesmo tempo pacificador, a
todos que têm responsabilidades com o destino do referido mundo. São Bernardo
foi paladino do amor eterno, revelado e manifestado no Filho de Deus, desde
Belém até o Gólgota. Também sempre foi lembrado como poeta do amor incomparável
de Nossa Senhora : ‘Lembrai-vos, ó
piedosíssima Virgem Maria (...)’. Pelo seu exemplo, que Maria nos ensine a
seguir os passos de Jesus, pelo anúncio da compaixão de Deus, tendo na mente e
no coração seu ardoroso sonho, que é o de um mundo verdadeiramente de irmãos,
com absoluta confiança na grandeza do Bom Senhor, proclamada por sua Mãe Maria.
Como Bernardo de
Claraval ajuda a compreender a figura de Maria, mulher que soube colocar e
meditar no coração os atos e as palavras de seu Filho Jesus, tendo presente o
canto de ação de graças por todos os dons, colocando-se a serviço da compaixão
de Deus, ao manifestar sua misericórdia de geração em geração! Quão
grandiosidade de Maria, como seguidora fiel, ao lado de seu Filho condenado,
ultrajado e morto na cruz, ajudando-nos a absorver seu amor misericordioso para
com todos.
Voltando ao paladino
do amor eterno, pelo grande Poeta Dante, da Divina Comédia, elegendo-o como seu
guia no Paraíso, colocou nos seus lábios a saudação à Virgem Maria : ‘Tu, ó Virgem, és tão valiosa na intercessão,
de tal modo que quem quiser alcançar uma graça, sem recorrer a Ti, é semelhante
a uma ave, que tenta voar sem asas’. A fé de Maria no Deus dos pequenos
concorre para reavivar em nós o dom da fé e também a nossa missão,
indicando-nos que no coração da mãe prevalece a ternura de Deus. Amém!’
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