Nasceu em
Florença (Itália), no ano de 1566. Teve uma piedosa educação e entrou na Ordem
das Carmelitas; levou uma vida de oração e abnegação, rezando assiduamente pela
reforma da Igreja e dirigindo suas irmãs religiosas no caminho da perfeição.
Recebeu de Deus muitos dons extraordinários. Morreu em 1607.
A Liturgia
das Horas e a reflexão no dia de
Santa Maria Madalena de Pazzi, Virgem :
Ofício das
Leituras
Segunda leitura
Dos Escritos
sobre a Revelação e a Provação,
de Santa
Maria Madalena de Pazzi, virgem
(Mss. III, 186.264; IV, 716: Opere di S. M. Madalena de Pazzi,
Firenze, 1965, 4, pp. 200.269; 6.p. 194) (Séc. XVI)
Vem,
Espírito Santo
Verdadeiramente és admirável, ó Verbo de Deus, no Espírito Santo, fazendo
com que ele se infunda de tal modo na alma, que ela se uma a Deus, conheça a
Deus, e em nada se alegre fora de Deus.
O Espírito Santo vem à alma, marcando-a com o precioso selo do sangue do
Vergo, ou seja, do Cordeiro imolado. Mais ainda, é esse mesmo sangue que o
incita a vir, embora o próprio Espírito já por si tenha esse desejo.
O Espírito que assim deseja é em si a substância do Pai e do Verbo;
procede da essência do Pai e da vontade do Verbo; vem como fonte que se difunde
na alma, e a alma nele mergulha toda. Assim como dois rios, confluindo, de tal
modo se misturam que o menor perde o nome e recebe o do maior, do mesmo modo
age este Espírito divino, quando vem à alma, para com ela se unir. É preciso,
pois, que a alma por ser menor, perca seu nome e o ceda ao Espírito Santo; e
deve fazer isto transformando-se de tal maneira no Espírito que se torne com
ele uma só coisa.
Este Espírito, porém, distribuidor dos tesouros que estão no coração do
Pai e guarda dos segredos entre o Pai e o Filho, derrama-se com tanta suavidade
na alma, que não se percebe sua chegada e, pela sua grandeza, poucos o
apreciam.
Por sua densidade e sua leveza, entra em todos os lugares que estão aptos
e preparados para recebe-lo. Na sua palavra frequente, como também no seu
profundo silencio, é ouvido por todos; com o ímpeto do amor, ele, imóvel e mobilíssimo,
penetra em todos os corações.
Não ficas, Espírito Santo, no Pai, imóvel, nem no Verbo; contudo, sempre
estás no Pai e no Verbo e em ti mesmo, e também em todos os espíritos e
criaturas bem-aventuradas. Estás ligado
à criatura por estreitos laços de parentesco, por causa do sangue derramado pelo
Verbo unigênito que, pela veemência do amor, se fez irmão de sua criatura.
Repousas nas criaturas que se predispõem com pureza a receber em si, pela comunicação
de teus dons, a tua própria presença. Repousas nas almas que acolhem em si os
efeitos do sangue do Verbo e se tornam habitação digna de ti.
Vem, Espírito Santo. Venha a unidade do Pai e do bem-querer do Verbo. Tu,
Espírito da Verdade, és o prêmio dos santos, o refrigério dos corações, a luz
das trevas, a riqueza dos pobres, o tesouro dos que amam, a saciedade dos
famintos, o alívio dos peregrinos; tu és, enfim, aquele que contém em si todos
os tesouros.
Vem, tu que, descendo em Maria, realizaste a encarnação do Verbo, e
realiza em nós, pela graça, o que nela realizaste pela graça e pela natureza.
Vem, tu que és o alimento de todo pensamento casto, a fonte de toda
clemência, a plenitude de toda pureza.
Vem e transforma tudo o que em nós é obstáculo para sermos plenamente
transformados em ti.
Fonte :
‘In
Liturgia das Horas II’, 1591, 1593
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