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quinta-feira, 31 de outubro de 2024

A celebração da Festa de Todos os Santos

 Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

*Artigo de Felipe Aquino,

professor


‘No dia 1º de novembro, a Igreja celebra a Festa de Todos os Santos. Segundo a tradição, ela foi colocada neste dia, logo após 31 de outubro, porque os celtas ingleses (pagãos) celebravam as bruxas e os espíritos que vinham se alimentar e assustar as pessoas nesta noite (Halloween).

Nesse dia, a Igreja militante (que luta na Terra) honra a Igreja triunfante do Céu, ‘celebrando, numa única solenidade, todos os Santos’ – como diz o sacerdote na oração da Missa –, para render homenagem àquela multidão de santos que povoam o Reino dos Céus, que São João viu no Apocalipse : ‘Ouvi, então, o número dos assinalados : 144 mil assinalados, de toda tribo dos filhos de Israel. Depois disso, vi uma grande multidão que ninguém podia contar, de toda nação, tribo, povo e língua : conservavam-se em pé diante do trono e diante do Cordeiro, de vestes brancas e palmas na mão’. ‘Esses são os sobreviventes da grande tribulação; lavaram as suas vestes e as alvejaram no sangue do Cordeiro.’ (Ap 7,4-14)

Essa imensa multidão de 144 mil, que está diante do Cordeiro, compreende todos os servos de Deus, aos quais a Igreja canonizou por meio da decisão infalível de algum Papa, e todos aqueles, incontáveis, que conseguiram a salvação, e que desfrutam da visão beatífica de Deus. Lá, ‘eles intercedem por nós sem cessar’, diz uma de nossas orações eucarísticas. Por isso, a Igreja recomenda que os pais ponham nomes de santos em seus filhos.

Esses 144 mil significam uma grande multidão (12 x 12 x 1000). O número doze e o número mil significavam para os judeus antigos plenitude, perfeição e abundância; não é um valor meramente aritmético, mas simbólico. A Igreja já canonizou mais de 20 mil santos, mas há muito mais que isso no Céu. No livro ‘Relação dos Santos e Beatos da Igreja’, eu pude relacionar, de várias fontes, quase 5 mil dos mais importantes; e os coloquei em ordem alfabética.

Todos os santos se tornam intercessores no Céu

A Lumen Gentium do Vaticano II lembra: ‘Pelo fato de os habitantes do Céu estarem unidos mais intimamente com Cristo, consolidam com mais firmeza na santidade toda a Igreja. Eles não deixam de interceder por nós junto ao Pai, apresentando os méritos que alcançaram na terra pelo único mediador de Deus e dos homens, Cristo Jesus. Por seguinte, pela fraterna solicitude deles, a nossa fraqueza recebe o mais valioso auxílio’ (LG 49) (§956).

Na hora da morte, São Domingos de Gusmão dizia a seus frades : ‘Não choreis! Ser-vos-ei mais útil após a minha morte e ajudar-vos-ei mais eficazmente do que durante a minha vida’. E Santa Teresinha confirmava esse ensino dizendo : ‘Passarei meu céu fazendo bem na terra’.

O nosso Catecismo diz : ‘Na oração, a Igreja peregrina é associada à dos santos, cuja intercessão solicita’ (§2692).

A marca dos santos são as bem-aventuranças que Jesus proclamou no Sermão da Montanha; por isso, esse trecho do Evangelho de São Mateus (5,1ss) é lido nesta Missa. Os santos viveram todas as virtudes e, por isso, são exemplos de como seguir Jesus Cristo. Deus prometeu dar a eterna bem-aventurança aos pobres no espírito, aos mansos, aos que sofrem e aos que têm fome e sede de justiça, aos misericordiosos, aos puros de coração, aos pacíficos, aos perseguidos por causa da justiça e a todos os que recebem o ultraje da calúnia, da maledicência, da ofensa pública e da humilhação.

Somos chamados a ser santos

Essa ‘Solenidade de Todos os Santos’ vem do século IV. Em Antioquia, celebrava-se uma festa por todos os mártires no primeiro domingo depois de Pentecostes. A celebração foi introduzida em Roma, na mesma data, no século VI, e cem anos após era fixada no dia 13 de maio pelo Papa Bonifácio IV, em concomitância com o dia da dedicação do ‘Panteon’ dos deuses romanos a Nossa Senhora e a todos os mártires. No ano de 835, essa celebração foi transferida pelo Papa Gregório IV para 1º de novembro.

Cada um de nós é chamado a ser santo. Disse o Concílio Vaticano II : ‘Todos os fiéis cristãos, de qualquer estado ou ordem, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade’ (Lg 40). Todos são chamados à santidade : ‘Deveis ser perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito’ (Mt 5,48) : ‘Com o fim de conseguir essa perfeição, façam os fiéis uso das forças recebidas (…) cumprindo em tudo a vontade do Pai, se dediquem inteiramente à glória de Deus e ao serviço do próximo. Assim, a santidade do povo de Deus se expandirá em abundantes frutos, como se demonstra, luminosamente, na história da Igreja pela vida de tantos santos’ (LG 40).

O caminho da perfeição passa pela cruz. Não existe santidade sem renúncia e sem combate espiritual (cf. 2Tm 4). O progresso espiritual da oração, mortificação, vida sacramental, meditação, luta contra si mesmo, é isso que nos leva, gradualmente, a viver na paz e na alegria das bem-aventuranças. Disse São Gregório de Nissa (340) : ‘Aquele que vai subindo jamais cessa de ir progredindo, de começo em começo, por começos que não têm fim. Aquele que sobe jamais cessa de desejar aquilo que já conhece’ (Hom. in Cant. 8).

 

Fonte : *Artigo na íntegra

https://formacao.cancaonova.com/igreja/santos/a-celebracao-da-festa-de-todos-os-santos/

quarta-feira, 1 de novembro de 2023

O fim dos tempos

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 

*Artigo de Dom Demétrio Valentini


O assunto pode parecer sem sentido. Ou inadequado. Ou ao menos inoportuno. Mas não faz mal colocar algumas ponderações, que encontram fácil justificativa no contexto de mais um dia de finados, seguido do dia de todos os santos.

Com estas duas celebrações, a intenção da liturgia é franca e sem rodeios. Ela nos convida a pensar no final da vida, e no destino que nos aguarda após a morte. E de uma maneira mais ampla, no presumível ‘fim do mundo’, que a finitude da natureza nos garante como certo!

Dependendo de circunstâncias aleatórias, com frequência volta às manchetes a previsão de que o fim do mundo está próximo, às vezes até com data marcada.

Se olhamos com atenção o depoimento dos Evangelhos, percebemos que no tempo de Cristo havia um forte movimento escatológico. Ele se conectava facilmente com as grandes expectativas do povo de Isael, forjadas todas elas na esperança de uma manifestação divina em seu favor.

Podemos perceber a presença desta visão escatológica, na breve síntese da pregação inicial de Jesus, que Marcos nos apresenta : ‘Completou-se o tempo, o Reino de Deus está próximo, convertei-vos, e crede no Evangelho.’

Assim fazendo, Cristo valorizava as expectativas do movimento escatológico, canalizando-as para a mensagem que ele tinha a transmitir. Como precisava alertar a todos para que se dessem conta do que estava por acontecer, ele aproveitava o clima de expectativa escatológica, que servia para alertar o povo.

Enquanto o povo era motivado pelos presságios de grandes acontecimentos, Jesus aproveitava para confirmar que, de fato, estavam próximos eventos importantes, onde ele mesmo seria o protagonista principal., no contexto do ‘mistério pascal’, que incluía sua paixão, morte e ressurreição.

Com esta finalidade Jesus assimilava o linguajar escatológico dos profetas,valendo-se dele para armar o cenário em que ele iria cumprir a missão recebida de Deus.

Ao mesmo tempo que utilizava o gênero literário apocalíptico, Jesus se empenhava em explicar que as expectativas dele eram bem diferentes das expectativas do movimento escatológico. Estas facilmente estreitavam as esperanças do povo dentro da visão acanhada de derrotas a infligir a vizinhos e inimigos.

Algumas passagens do Evangelho trazem com tanta ênfase as expectativas escatológicas de Jesus, que pareceria ter-se equivocado. Pois ele chegou a afirmar : ‘esta geração não passará, até que tudo isto tenha se cumprido’ (Mc 13,30).

Sua vontade de cumprir por inteiro sua missão, o levava a diluir as fronteiras entre o presente e o futuro.

Do ponto de vista da fé cristã, podemos olhar o futuro de nossa vida e do próprio mundo com serenidade. Pois o grande evento se realizou, na pessoa de Cristo que, ‘uma vez por todas’, ofereceu sua vida ‘em resgate pela multidão’. Este é o grande fato, que Jesus predizia, e que a Igreja vive nas três dimensões do tempo : o passado, que é recuperado pela memória e se torna presente pela celebração, que por sua vez aponta o futuro, antecipando sua plenitude que um dia se manifestará.

Como Cristo, nós também vivemos as três dimensões do tempo, até o dia em que se tornará eternidade.

 

Fonte : *Artigo na íntegra

https://pt.aleteia.org/2013/11/01/o-fim-dos-tempos/

segunda-feira, 30 de outubro de 2023

Com o olhar dirigido ao céu

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

*Artigo de Dom Jaume Pujol

‘São muitos os artistas que representaram, com seus pincéis, a maior das esperanças cristãs : habitar um dia na glória de Deus, por toda a eternidade.

Lembro do impacto produzido em mim ao contemplar a Glória de Bernini, em São Pedro, e, certamente, a pintura de Michelangelo no teto da Capela Sistina. Também na Basílica del Pilar, de Zaragoza (Espanha), ao levantar os olhos, encontrei-me diante do afresco de Goya, intitulado ‘A adoração do nome de Deus’, mas conhecido como ‘A Glória’.

Pensar na vida eterna, para um cristão, não é um exercício de espiritismo, nem entregar-se à ilusão do irreal em busca de um consolo fácil. É meditar nas palavras de Jesus Cristo sobre a vida futura de cada pessoa. É levar em consideração que, junto à nossa realidade visível e finita, há outra invisível, mas não por isso menos certa.

Não temos a experiência deste momento, mas temos a palavra de Deus, Criador e Redentor, que não pode falhar; e esta palavra é mais verdadeira que todas as nossas certezas, que, sem Ele, não seriam.

Nos próximos dias, de forma consecutiva, a Igreja dedicará duas celebrações a esta crença na imortalidade da alma : a festa de Todos os Santos e o dia de Finados. A comemoração desta última festividade começou há mais de mil anos.

Naquela época, a abadia de Cluny tinha uma importância enorme. Encontrava-se à cabeça de mais de 1.100 mosteiros beneditinos estabelecidos sobretudo na Europa Ocidental. Ela recebia tantas petições de sufrágios pelos defuntos – costume de sempre da Igreja –, que decidiu estabelecer um ‘dia dos defuntos’, no qual as Missas e orações seriam oferecidas por todos eles em conjunto. Em 2 de novembro de 998, começou a celebração que depois se estendeu a toda a Igreja.

Nesse dia, rezamos e oferecemos sufrágios pelos nossos familiares falecidos, pelas pessoas por quem temos sentimentos de amor e gratidão. E também elevamos orações, unindo-nos ao sacrifício de Cristo, que se renova em cada Missa, por todos – inclusive por aqueles de quem ninguém se lembra –, para que estejam logo no céu, desfrutando da presença de Deus.

Antes disso, celebraremos a festa de Todos os Santos. Nela, dirigimos nosso pensamento aos que já desfrutam da glória celestial. Alguns deles são honrados publicamente pela Igreja como beatos ou santos.

A imensa maioria é composta por santos anônimos, crianças, jovens, adultos e idosos, leigos, padres ou religiosos que morreram e viveram na graça de Deus, fiéis à sua vontade e fazendo das suas vidas um serviço aos outros.

É uma boa oportunidade para que nos perguntemos se pensamos com frequência no céu, no sentido mais profundo da vida, na grande esperança de uma felicidade que não terá fim.’

 

Fonte : *Artigo na íntegra

https://pt.aleteia.org/2013/10/25/com-o-olhar-dirigido-ao-ceu/


segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Dia de Todos os Santos

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

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‘A festa do dia de Todos-os-Santos é celebrada em honra de todos os santos e mártires, conhecidos ou não. A Igreja Católica celebra a Festum omnium sanctorum a 1 de novembro, seguido do dia dos fiéis defuntos a 2 de novembro.

Segundo o ensinamento da Igreja, a intenção catequética desta celebração que tem lugar em todo o mundo, ressalta o chamamento de Cristo a cada pessoa para o seguir e ser santo, à imagem de Deus, a imagem em que foi originalmente criada e para a qual deve continuar a caminhar em amor. Isto não só faz ver que existem santos vivos (não apenas os do passado) e que cada pessoa o pode ser, mas sobretudo faz entender que são inúmeros os potenciais santos que não são conhecidos, mas que da mesma forma que os canonizados igualmente vêem Deus face a face, têm plena felicidade e intercedem por nós. O Papa João Paulo II foi um grande impulsionador da ‘vocação universal à santidade’, tema renovado com grande ênfase no Segundo Concílio do Vaticano.

Nesta celebração, o povo católico é conduzido à contemplação do que, por exemplo, dizia o Cardeal Beato John Henry Newman : ‘não somos simplesmente pessoas imperfeitas em necessidade de melhoramentos, mas sim rebeldes pecadores que devem render-se, aceitando a vida com Deus, e realizar isso é a santidade aos olhos de Deus’.

A comunhão com os santos : «Não é só por causa do seu exemplo que veneramos a memória dos bem-aventurados, mas ainda mais para que a união de toda a Igreja no Espírito aumente com o exercício da caridade fraterna. Pois, assim como a comunhão cristã entre os cristãos ainda peregrinos nos aproxima mais de Cristo, assim também a comunhão com os santos nos une a Cristo, de quem procedem, como de fonte e Cabeça, toda a graça e a própria vida do Povo de Deus».

“«A Cristo, nós O adoramos, porque Ele é o Filho de Deus;
quanto aos mártires, nós os amamos como a discípulos e imitadores do Senhor; e isso é justo, por causa da sua devoção incomparável para com o seu Rei e Mestre.
Assim nós possamos também ser seus companheiros e condiscípulos!»”
              Martyrum sancti Polycarpi 17, 3: SC 10bis, 232 (FUNK 1, 336).


Quando a Igreja, no ciclo anual, faz memória dos mártires e dos outros santos, «proclama o mistério pascal» realizado naqueles homens e mulheres que «sofreram com Cristo e com Ele foram glorificados, propõe aos fiéis os seus exemplos, que a todos atraem ao Pai por Cristo, e implora, pelos seus méritos, os benefícios de Deus».

«Os cristãos, de qualquer estado ou ordem, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade». Todos são chamados à santidade: «Sede perfeitos, como o vosso Pai celeste é perfeito» (Mt 5, 48) :

«Para alcançar esta perfeição, empreguem os fiéis as forças recebidas segundo a medida em que Cristo as dá, a fim de que [...] obedecendo em tudo à vontade do Pai, se consagrem com toda a alma à glória do Senhor e ao serviço do próximo. Assim crescerá em frutos abundantes a santidade do povo de Deus, como patentemente se manifesta na história da Igreja, com a vida de tantos santos»’.
  

Fonte :

sábado, 31 de outubro de 2015

A celebração da festa de Todos os Santos

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

*Artigo de Felipe Aquino

  
‘No dia 1º de novembro, a Igreja celebra a festa de Todos os Santos. Segundo a tradição, ela foi colocada neste dia, logo após 31 de outubro, porque que os celtas ingleses – pagãos -, celebravam as bruxas e os espíritos que vinham se alimentar e assustar as pessoas nesta noite (Halloween).

Nesse dia, a Igreja militante (que luta na Terra) honra a Igreja triunfante do Céu celebrando, numa única solenidade, todos os Santos como diz o sacerdote na oração da Missa para render homenagem àquela multidão de Santos que povoam o Reino dos Céus, que São João viu no Apocalipse : ‘Ouvi, então, o número dos assinalados : cento e quarenta e quatro mil assinalados, de toda tribo dos filhos de Israel. Depois disso, vi uma grande multidão que ninguém podia contar, de toda nação, tribo, povo e língua : conservavam-se em pé diante do trono e diante do Cordeiro, de vestes brancas e palmas na mão. Esses são os sobreviventes da grande tribulação; lavaram as suas vestes e as alvejaram no sangue do Cordeiro’ (Ap 7,4-14).

Esta imensa multidão de 144 mil, que está diante do Cordeiro, compreende todos os servos de Deus, aos quais a Igreja canonizou através da decisão infalível de algum Papa, e todos aqueles, incontáveis, que conseguiram a salvação, e que desfrutam da visão beatífica de Deus. Lá eles intercedem por nós sem cessar, diz uma de nossas Orações Eucarísticas. Por isso, a Igreja recomenda que os pais ponham nomes de Santos em seus filhos.

Esses 144 mil significam uma grande multidão (12 x 12 x 1000). O número doze e o número mil significavam para os judeus antigos plenitude, perfeição e abundância; não é um valor meramente aritmético, mas simbólico. A Igreja já canonizou mais de 20 mil santos, mas há muito mais que isto no Céu... 

A ‘Lumen Gentium’ do Vaticano II lembra que : ‘Pelo fato de os habitantes do Céu estarem unidos mais intimamente com Cristo, consolidam com mais firmeza na santidade toda a Igreja. Eles não deixam de interceder por nós junto ao Pai, apresentando os méritos que alcançaram na terra pelo único mediador de Deus e dos homens, Cristo Jesus. Por seguinte, pela fraterna solicitude deles, a nossa fraqueza recebe o mais valioso auxílio’ (LG 49) (§956).

Na hora da morte, São Domingos de Gusmão dizia a seus frades : ‘Não choreis! Ser-vos-ei mais útil após a minha morte e ajudar-vos-ei mais eficazmente do que durante a minha vida’. E Santa Teresinha confirmava este ensino dizendo : ‘Passarei meu céu fazendo bem na terra’.

O nosso Catecismo diz que : ‘Na oração, a Igreja peregrina é associada à dos santos, cuja intercessão solicita’ (§2692).

A marca dos santos são as bem aventuranças que Jesus proclamou no Sermão da Montanha; por isso, este trecho do Evangelho de São Mateus (5,1ss) é lido nesta Missa. Os santos viveram todas as virtudes e, por isso, são exemplos de como seguir Jesus Cristo. Deus prometeu dar a eterna bem-aventurança aos pobres no espírito, aos mansos, aos que sofrem e aos que têm fome e sede de justiça, aos misericordiosos, aos puros de coração, aos pacíficos, aos perseguidos por causa da justiça e a todos os que recebem o ultraje da calúnia, da maledicência, da ofensa pública e da humilhação.

Esta ‘Solenidade de Todos os Santos’ vem do século IV. Em Antioquia, celebrava-se uma festa por todos os mártires no primeiro domingo depois de Pentecostes. A celebração foi introduzida em Roma, na mesma data, no século VI, e cem anos após era fixada no dia 13 de maio pelo papa Bonifácio IV, em concomitância com o dia da dedicação do Panteon dos deuses romanos a Nossa Senhora e a todos os mártires. No ano de 835, esta celebração foi transferida pelo papa Gregório IV para 1º de novembro.

Cada um de nós é chamado a ser santo. Disse o Concilio Vaticano II que : ‘Todos os fiéis cristãos, de qualquer estado ou ordem, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade’ (Lg 40). Todos são chamados à santidade : ‘Deveis ser perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito’ (Mt 5,48) : ‘Com o fim de conseguir esta perfeição, façam os fiéis uso das forças recebidas cumprindo em tudo a vontade do Pai, se dediquem inteiramente à glória de Deus e ao serviço do próximo. Assim, a santidade do povo de Deus se expandirá em abundantes frutos, como se demonstra luminosamente na história da Igreja pela vida de tantos santos’ (LG 40).

O caminho da perfeição passa pela cruz. Não existe santidade sem renúncia e sem combate espiritual (cf. 2Tm 4). O progresso espiritual da oração, mortificação, vida sacramental, meditação, luta contra si mesmo; é isto que nos leva gradualmente a viver na paz e na alegria das bem-aventuranças. Disse São Gregório de Nissa (340) que : ‘Aquele que vai subindo jamais cessa de ir progredindo de começo em começo por começos que não têm fim. Aquele que sobe jamais cessa de desejar aquilo que já conhece’ (Hom. in Cant. 8).’  


Fonte :

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

A origem do Halloween, véspera do Dia de Todos os Santos

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)


Uma festa que perdeu o seu original significado 
religioso e se paganizou

‘Na Espanha e em muitos países latino-americanos, a noite de Halloween se tornou uma data importante no calendário nacional, mas as pessoas não sabem muito sobre a sua origem. Halloween significa ‘All Hallow’s eve’, palavra que vem do Inglês Antigo e que significa ‘véspera de todos os santos’. A festividade tinha sua origem na tradição celta, e ao longo dos séculos e a expansão do cristianismo na Europa, a vigília do 1 de novembro adquiriu um significado religioso.

Entre os celtas, antigos habitantes da Europa Oriental, Ocidental e parte da Ásia Menor, habitavam os druidas, sacerdotes pagãos adoradores das árvores, especialmente do carvalho. Eles acreditavam na imortalidade da alma, da qual diziam que entrava em outro indivíduo ao abandonar o corpo; mas, no dia 31 de outubro voltava ao seu antigo lar para pedir comida aos seus moradores, que estavam obrigados a armazenar para ela.

O ano celta terminava nesta data que coincide com o outono, cuja característica principal é a queda das folhas. Para eles significava o fim da morte ou o início de uma nova vida. Este ensinamento se propagou através dos anos junto com a adoração ao seu deus, o ‘senhor da morte’ ou ‘Samagin’, ao qual neste mesmo dia invocavam para consulta-lo sobre o futuro, a saúde, a prosperidade, a morte...

Quando os povos celtas foram cristianizados, nem todos renunciaram aos costumes pagãos. Ou seja, a conversão não foi completa. A coincidência cronológica da festa pagã com a festa cristã de Todos os Santos e a dos mortos, no dia seguinte, fez com que se misturassem as celebrações. Em vez de recordar os bons exemplos dos santos e orar pelos antepassados, nestes dias se enchiam de medo por causa das antigas superstições sobre a morte e os defuntos.

Alguns imigrantes irlandeses introduziram a festa de Halloween nos EUA, onde forma uma parte importante do folclore popular. Neste país acrescentaram vários elementos pagãos, tirados dos diferentes grupos de imigrantes, até chegar a incluir as bruxas, fantasmas, duendes, vampiros, abóboras e monstros de todos os tipos.

Hoje em dia, o fundo espiritual se perdeu completamente e a festa se secularizou. Baseando-se na magia dos dólares e da necessidade de vender, Halloween transformou-se em uma noite de festa pagã, na qual imperam os sustos, o terror e os disfarces e ornamentos por acima do sentido original da festividade. A partir do Novo Continente, esta celebração mundana se propagou por todo o mundo, transformando a alegria cristã no medo à morte.

Então, mais uma vez, na véspera do Dia de Todos os Santos, em muitas cidades ao redor do mundo a noite estará cheia de monstros, múmias e fantasmas, de inquietantes espectros com vontade de farrear até o esqueleto cair.

Também de gangues de garotos, que com a cobertura da escuridão e de um traje mais ou menos original, baterão nas portas dos seus vizinhos para encher os seus bolsos de guloseimas e de alguma ou outra moeda.

Para quem é cristão, não se pode esquecer do que realmente se comemora na solenidade de Todos os Santos e, no dia seguinte, na dos Fiéis Defuntos. Por isso, a igreja convida a visitar os cemitérios, arrumar os túmulos com flores, recordar os familiares defuntos e rezar por eles. E nos lares é uma oportunidade para falar do dom da vida e do verdadeiro sentido da morte, e se gostam dos doces, apreciar os bolinhos e outros doces tradicionais.’


Fonte :
* Artigo na íntegra de http://www.zenit.org/pt/articles/a-origem-do-halloween-vespera-do-dia-de-todos-os-santos?utm_campaign=diarioportughtml&utm_medium=email&utm_source=dispatch


terça-feira, 28 de outubro de 2014

Uma abóbora, mesmo que de moda, será sempre uma abóbora

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)




Nesta reportagem da ZENIT, o cardeal Mauro Piacenza, 
Penitenciário-Mor do Tribunal da Penitenciaria Apostólica
explica o significado litúrgico e religioso da 
Festa de Todos os Santos e a Comemoração dos Finados.


ZENIT : Eminência, nos próximos dias, vamos celebrar a Festa de Todos os Santos e a Comemoração dos Finados. O Povo de Deus sente muito esses dias, que são também ocasião para refletir e rezar. Ainda é válida a prática das indulgências para os defuntos?

Cardeal Mauro Piacenza : Claro que sim! No dia 02 de novembro, visitando um cemitério e tendo cumprido as condições habituais (confissão, comunhão, recitar o Credo e rezar pelas intenções do Santo Padre) é possível obter a indulgência plenária, aplicável a um fiel defunto.


ZENIT : Só naquele dia é possível conseguir?

Cardeal Mauro Piacenza : Não. Naquele dia é possível fazê-lo de uma maneira particular e visitando um cemitério, mas em qualquer outro dia do ano é possível obter a indulgência plenária em conformidade com as várias obras de piedade contidas no Enchiridion Indulgentiarium (a coleção das modalidades em que é possível obter o cancelamento das penas devidas pelos pecados), e optar por aplicá-la a si mesmo, ou a um fiel defunto. A única ‘limitação’ a esta prática piedosa é que só pode ser adquirida uma vez por dia; ou seja, só é possível obter uma só indulgência plenária por dia, aplicável a si mesmo ou a um fiel defunto.


ZENIT : Às vezes, em alguns santinhos, há orações com o título: 100 dias de indulgência, 300 dias de indulgência. Como se deve interpretar isso?

Cardeal Mauro Piacenza : Até a reforma litúrgica do Concílio Vaticano II era possível encontrar essas reivindicações. O correto aprofundamento teológico nos leva a crer que, estando a eternidade fora do tempo e não sendo um ‘tempo prolongado’, não seja propriamente oportuna a indicação específica da pena temporal e da relativa indulgência. Portanto, hoje se fala unicamente de dois tipos de indulgência: plenária, quando todas as penas devidas aos pecados foram canceladas, ou parciais, quando só em parte são perdoadas.


ZENIT : Mas não basta só a absolvição sacramental? Não basta ir à confissão?

Cardeal Mauro Piacenza : É claro que a primeira grande Reconciliação é o acontecimento da morte e ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo! Em Cristo, todas as promessas do Pai se tornaram um ‘sim’ (2 Cor 1,20). Ele é a fonte da misericórdia, o propósito da misericórdia e a própria misericórdia. O Papa Francisco nunca deixa de lembrar à Igreja como esta realidade da misericórdia seja crucial para o anúncio e para o discipulado cristão. Em retrospectiva, o aviso: ‘Não tenham medo’ de São João Paulo II está na mesma linha da misericórdia. Também porque, como poderia o homem não ter medo, se houvesse a possibilidade da misericórdia? E como a misericórdia poderia ser real experiência vivida, e não somente palavra proclamada, se não determinasse, na concreta existência de cada um, a efetiva possibilidade de vencer todo medo graças à certeza da verdade, da serenidade do bem e, ultimamente, da vitória de Cristo sobre todas as feiúras da história humana? Como todo ato humano, até os pecados têm conseqüências. O Sacramento da Reconciliação absolve os pecados, mas não elimina todas as suas consequências. Através das indulgências, a Igreja mãe alcança generosamente o tesouro da divina misericórdia, dando aos fiéis a possibilidade da remissão não só das culpas, mas também das penas anexas. Por exemplo, se um homem bate em outro homem, os dois podem se reconciliar, mas nada poderá apagar a dor e a marca da bofetada no rosto. As indulgências apagam também esta marca. Assim se entende bem como o tesouro do qual a Igreja se alimenta constitua a sua mais verdadeira e preciosa riqueza. Esse é o banco mais seguro e consolador que existe e os seus acionistas são realmente de sorte!


ZENIT : Eminência, você disse que as indulgências podem ser aplicadas a si mesmos, ou a um fiel defunto. Por que não a um outro fiel vivo, por quem se reza? Por exemplo, pelo próprio marido, esposa, filhos?

Cardeal Mauro Piacenza : Isso não é possível por causa do grande mistério da liberdade, que nos faz imagem e semelhança de Deus e que Deus mesmo respeita profundamente. Cada um, enquanto está vivo, ou seja, enquanto está no tempo, pode mudar as próprias escolhas existenciais, pode decidir pessoalmente converter-se e nisso ninguém pode substituir-se à liberdade do outro. Portanto, cada um pode lucrar as indulgências e aplica-las a si mesmo. Certamente é possível orar pela conversão dos irmãos, pela conversão dos pecadores, mas a indulgência, pela sua natureza, já é um exercício, e para cumprí-la são necessários verdadeiros atos de conversão, primeiro de todos a Reconciliação sacramental. No que diz respeito os defuntos, eles, com a morte saíram do tempo e o dom da liberdade acabou para eles. Por esta razão, é sempre importante que a nossa liberdade esteja orientada ao bem e não é nem um pouco prudente permanecer por muito tempo em estado de pecado mortal. Não podendo as almas dos defuntos fazer nada mais pela própria purificação, em força da comunhão dos santos, ou seja, da unidade profunda de todos os batizados em Cristo, nós, que ainda estamos a caminho, podemos fazer a extraordinária obra da misericórdia espiritual em sufrágio das almas, e isso em benefício delas, e ao mesmo, também em benefício nosso.


ZENIT : Esta é a razão pela qual a Solenidade de Todos os Santos e a Comemoração de todos os fiéis defuntos estão tão próximas, n0s dias 1 e 2 de novembro?

Cardeal Mauro Piacenza : Certamente, a Igreja, desde o início, orou pelos fieis defuntos pertencentes às primeiras comunidades cristãs. Que eles fossem mártires, ou fieis comuns mortos de morte natural, a comunidade entendeu rapidamente o sufrágio pelos defuntos como uma dimensão estrutural da própria vida, da própria oração e, especialmente, da celebração Eucarística. Como forma de significar a unidade profunda com Cristo e em Cristo, criadas com o Batismo, e a partilha da mesma Eucaristia, vivida na comunidade cristã, não podia ser rompida nem mesmo com a morte. Por outro lado, pensando bem, se a morte foi vencida por Cristo, quem renasceu em Cristo não pode mais ser separado de nada, nem sequer daquela morte que Cristo já venceu! A Solenidade de todos os Santos evidencia a verdade da comunhão dos santos, da união de todos os batizados. Como nos lembrou em várias ocasiões o Papa Francisco: ‘o tempo prevalece sobre o espaço’. Portanto, a união no tempo de todos os batizados, desde os primeiros cristãos, até aqueles que amanhã de manhã receberão o Batismo e até o fim dos tempos, é uma união que nada poderá jamais arranhar e que determina a caminhada da Igreja no tempo que é real antecipação, aqui na terra, do Reino dos Céus. Nós pertencemos ao único Corpo eclesial que, sem interrupção, desde Jesus Cristo, da Virgem Maria e dos Apóstolos, chegou a nós, e é por esta razão que a Igreja celeste é muito mais numerosa, muito mais interessante, muito mais douta e muito mais ‘influente’ do que a Igreja na Terra.


ZENIT : Na noite que precede a Solenidade dos Santos, há uma década mais ou menos, se difundiu também na Europa a moda do Halloween. Qual a causa desse fenômeno? Qual a sua opinião?

Cardeal Mauro Piacenza : Como você bem disse, trata-se de uma moda que, no entanto, tem sérias implicações não apenas no âmbito consumístico. Acredito que posso deduzir que a grande maioria dos jovens, que organizam festas a fantasia naquela ocasião, são vítimas inconscientes tanto da moda quanto daqueles que, a todo custo, devem vender produtos comerciais manipulando realidades espirituais. Vejo que o fenômeno é tão irracional que se torna a real cifra da sociedade contemporânea: quen não acredita na verdade termina por acreditar em alguma coisa, até mesmo nas abóboras! Estou ciente, no entanto, que em alguns casos estes tipos de manifestações tenham origens espíritas e até mesmo satânicas e, portanto, alimentá-las e não corrigí-las pode transformar-nos em inconscientes alimentadores daquela ‘fumaça de satanás’, que já intoxica muito o mundo. Todos devemos ter cuidado para não respirar fumaças tóxicas; as vezes isso acontece quase inadvertidamente. Lembremos que uma abóbora, ainda que abençoada, sempre será uma abóbora. Aquelas do dia das Bruxas nem sequer são abençoadas!’


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