Por Eliana Maria
(Ir. Gabriela, Obl. OSB)
‘São muitos os
artistas que representaram, com seus pincéis, a maior das esperanças cristãs :
habitar um dia na glória de Deus, por toda a eternidade.
Lembro do impacto
produzido em mim ao contemplar a Glória de Bernini, em São Pedro, e,
certamente, a pintura de Michelangelo no teto da Capela Sistina. Também na
Basílica del Pilar, de Zaragoza (Espanha), ao levantar os olhos, encontrei-me
diante do afresco de Goya, intitulado ‘A adoração do nome de Deus’, mas
conhecido como ‘A Glória’.
Pensar na vida
eterna, para um cristão, não é um exercício de espiritismo, nem entregar-se à
ilusão do irreal em busca de um consolo fácil. É meditar nas palavras de Jesus
Cristo sobre a vida futura de cada pessoa. É levar em consideração que, junto à
nossa realidade visível e finita, há outra invisível, mas não por isso menos
certa.
Não temos a
experiência deste momento, mas temos a palavra de Deus, Criador e Redentor, que
não pode falhar; e esta palavra é mais verdadeira que todas as nossas certezas,
que, sem Ele, não seriam.
Nos próximos dias, de
forma consecutiva, a Igreja dedicará duas celebrações a esta crença na
imortalidade da alma : a festa de Todos os Santos e o dia de Finados. A
comemoração desta última festividade começou há mais de mil anos.
Naquela época, a
abadia de Cluny tinha uma importância enorme. Encontrava-se à cabeça de mais de
1.100 mosteiros beneditinos estabelecidos sobretudo na Europa Ocidental. Ela
recebia tantas petições de sufrágios pelos defuntos – costume de sempre da
Igreja –, que decidiu estabelecer um ‘dia dos defuntos’, no qual as Missas e
orações seriam oferecidas por todos eles em conjunto. Em 2 de novembro de 998,
começou a celebração que depois se estendeu a toda a Igreja.
Nesse dia, rezamos e
oferecemos sufrágios pelos nossos familiares falecidos, pelas pessoas por quem
temos sentimentos de amor e gratidão. E também elevamos orações, unindo-nos ao
sacrifício de Cristo, que se renova em cada Missa, por todos – inclusive por
aqueles de quem ninguém se lembra –, para que estejam logo no céu, desfrutando
da presença de Deus.
Antes disso,
celebraremos a festa de Todos os Santos. Nela, dirigimos nosso pensamento aos
que já desfrutam da glória celestial. Alguns deles são honrados publicamente
pela Igreja como beatos ou santos.
A imensa maioria é
composta por santos anônimos, crianças, jovens, adultos e idosos, leigos,
padres ou religiosos que morreram e viveram na graça de Deus, fiéis à sua
vontade e fazendo das suas vidas um serviço aos outros.
É uma boa
oportunidade para que nos perguntemos se pensamos com frequência no céu, no
sentido mais profundo da vida, na grande esperança de uma felicidade que não
terá fim.’
Fonte : *Artigo na íntegra
https://pt.aleteia.org/2013/10/25/com-o-olhar-dirigido-ao-ceu/
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