Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
‘O Domingo de Ramos marca o início da Semana Santa
comemorando não um, mas dois acontecimentos muito significativos na vida de
Cristo.
Aqui estão as 9
coisas que você precisa saber sobre essa data.
1. Este dia é chamado de ‘Domingo de Ramos’ ou ‘Domingo
da Paixão’
O primeiro nome vem
do fato de se comemorar a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, quando a
multidão o recebeu com ramos de palmas (João 12, 13).
O segundo nome provém
do relato da Paixão que é lido neste domingo, porque de outro modo não seria
lido em um domingo, já que no próximo a leitura tratará da Ressurreição.
Segundo a carta circular
do Vaticano sobre ‘A Preparação e Celebração das Festas Pascais’ de 1988, o
Domingo de Ramos ‘une num todo o triunfo real de Cristo e o anúncio da paixão.
Na celebração e na catequese deste dia sejam postos em evidência estes dois
aspectos do mistério pascal’.
2. Ocorre uma procissão antes da Missa
A procissão pode
ocorrer apenas uma vez, antes da Missa. Pode ser tanto no sábado, como no
domingo.
‘Desde a antiguidade
se comemora a entrada do Senhor em Jerusalém com a procissão solene, com a qual
os cristãos celebram este evento, imitando as aclamações e os gestos das
crianças hebreias, que foram ao encontro do Senhor com o canto do Hosana’,
detalha a carta das celebrações da Páscoa.
3. Pode-se levar palmas ou outros tipos de plantas na
procissão
Não é necessário usar
folhas de palmeira na procissão, também podem utilizar outros tipos de plantas
locais, como oliveiras, salgueiros, abetos ou outras árvores.
De acordo com o
Diretório sobre a Piedade Popular e a Liturgia : ‘Os fiéis gostam de conservar
em suas casas, e às vezes no local de trabalho, os ramos de oliveira ou de
outras árvores, que foram abençoados e levados na procissão’.
4. Os fiéis devem ser instruídos sobre a celebração
De acordo com o
Diretório sobre a Piedade Popular e a Liturgia, ‘os fiéis devem ser instruídos
sobre o significado desta celebração para que possam compreender seu
significado’.
‘Deve ser lembrado,
oportunamente, que o importante é a participação na procissão e não só a
obtenção das folhas de palmeira ou de oliveira’, que também não devem ser
conservadas ‘como amuletos, nem por razões terapêuticas ou mágicas para afastar
os maus espíritos ou para evitar os danos que causam nos campos ou nas casas’,
indica o texto.
5. Jesus reivindica o direito dos reis na entrada
triunfal em Jerusalém
O Papa Emérito Bento
XVI explica em seu livro ‘Jesus de Nazaré : Da entrada em Jerusalém até a
Ressurreição’ que Jesus Cristo reivindicou o direito régio, conhecido em toda a
antiguidade, da requisição de meios de transporte particulares.
O uso de um animal (o
burro) sobre o qual ninguém havia montado é mais um indicador do direito régio.
Jesus queria que seu caminho e suas ações fossem compreendidos com base nas
promessas do Antigo Testamento que nele se tornaram realidade.
‘Ao mesmo tempo, esse
atrelamento a Zacarias 9,9 exclui uma interpretação ‘zelota’ da sua realeza :
Jesus não Se apoia na violência, não começa uma insurreição militar contra
Roma. O seu poder é de caráter diferente; é na pobreza de Deus, na paz de Deus
que Ele individualiza o único poder salvador’, detalha o livro.
6. Os peregrinos reconheceram Jesus como seu rei
messiânico
Bento XVI também
assinala que o fato de os peregrinos estenderem suas capas no chão para que
Jesus caminhe também ‘pertence à tradição da realeza israelita (2 Reis 9, 13)’.
‘A ação realizada
pelos discípulos é um gesto de entronização na tradição da realeza davídica e,
consequentemente, na esperança messiânica’, diz o texto.
Os peregrinos,
continua, ‘cortam ramos das árvores e gritam palavras do Salmo 118 – palavras
de oração da liturgia dos peregrinos de Israel – que nos seus lábios se tornam uma
proclamação messiânica : ‘Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor! Bendito
o reino que vem do nosso pai Davi! Hosana no mais alto dos céus!’ (Mc 11, 9-10;
cf. Salmos 118, 26)’.
7. ‘Hosana’ é um grito de alegria e uma oração
profética
No tempo de Jesus
essa palavra tinha significado messiânico. Na aclamação de Hosana se expressam
as emoções dos peregrinos que acompanham Jesus e seus discípulos : o jubiloso
louvor a Deus no momento da entrada processional, a esperança de que tivesse
chegado a hora do Messias.
Ao mesmo tempo, era
uma oração que indicava que o reino davídico e, portanto, o reino de Deus sobre
Israel, seria restaurado.
8. A multidão que aplaudiu a chegada de Jesus não é a
mesma que exigiu sua crucificação
Em seu livro, Bento
XVI afirma que, os três Evangelhos sinóticos, assim como o de São João, mostram
claramente que aqueles que aplaudiram Jesus na sua entrada em Jerusalém não
eram seus habitantes, mas as multidões que acompanhavam Jesus e entraram na
Cidade Santa com ele.
Este ponto é mais
claro no relato de Mateus, na passagem depois do Hosana dirigido a Jesus : ‘E
entrando em Jerusalém, a cidade inteira agitou-se e dizia : ‘Quem é este?’. A
isso as multidões respondiam : ‘Este é o profeta Jesus, o de Nazaré de
Galileia’’ (Mt 21, 10-11).
As pessoas tinham
escutado falar do profeta de Nazaré, mas isso não parecia importar para
Jerusalém, e as pessoas de lá não o conheciam.
9. O relato da Paixão desfruta de uma solenidade
especial na liturgia
A Carta das
Celebrações das Festas Pascais diz o seguinte no número 33
‘É aconselhável que
seja cantada ou lida segundo o modo tradicional, isto é, por três pessoas que
representam a parte de Cristo, do cronista e do povo. A Passio é
cantada ou lida pelos diáconos ou sacerdotes ou, na falta deles, pelos
leitores; neste caso, a parte de Cristo deve ser reservada ao sacerdote’.
A proclamação da
paixão é feita sem os portadores de castiçais, sem incenso, sem a saudação ao
povo e sem o toque no livro; só os diáconos pedem a bênção do sacerdote.
‘Para o bem
espiritual dos fiéis, é oportuno que a história da Paixão seja lida
integralmente sem omitir as leituras que a precedem’.’
Fonte : *Artigo na íntegra
https://www.acidigital.com/noticia/47652/9-coisas-que-deve-saber-sobre-o-domingo-de-ramos
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