Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
‘Um ilustre teólogo da Igreja
primitiva assim pôde dizer : ‘Fiducia christianorum resurrectio mortuorum;
illam credentes, sumus’ = ‘A confiança dos cristãos é a ressurreição dos
mortos; crendo nela, somos cristãos’ (Tertuliano, teólogo nascido em 155).
Jesus Cristo pôde dizer : ‘Eu sou a ressurreição e a vida. O que crê em mim,
ainda que esteja morto, viverá; e todo o que vive e crê em mim, não morrerá
eternamente’ (João 11,25-26). Assim, a Igreja Católica ensina que a
ressurreição de Cristo (e o próprio Cristo ressuscitado) é princípio e fonte de
nossa ressurreição futura. Ressuscitaremos como Cristo, com Cristo e por
Cristo.
Mas
o que é ressuscitar? ‘Na morte, que é separação da alma e do corpo, o corpo do
homem cai na corrupção, ao passo que sua alma vai ao encontro de Deus, ficando
à espera de ser novamente unida a seu corpo glorificado. Deus, em sua
onipotência, restituirá definitivamente a vida incorruptível a nossos corpos,
unindo-os às nossas almas, pela virtude da ressurreição de Jesus’ (Catecismo da
Igreja Católica n° 997). Mas quem ressuscitará? Todos os homens que
morreram. A Igreja explica que ‘os que tiverem feito o bem sairão para uma
ressurreição de vida; os que tiverem praticado o mal, para uma ressurreição de
julgamento (João 5,29)’ (Catecismo da Igreja Católica n° 998).
Apoiando-se
nas afirmações da Sagrada Escritura, a Igreja ensina que, quando tiver
terminado o único curso de nossa vida terrestre, não voltaremos mais a outras
vidas terrestres. De fato, a Bíblia nos diz que ‘os homens devem morrer uma só
vez’ (Hebreus 9,27). Por isso a Igreja sempre declarou que ‘reincarnatio post mortem
non habetur’ = ‘não existe reencarnação depois da morte’ (Catecismo da Igreja
Católica n° 1013). Segundo a fé católica, cada homem recebe em sua alma imortal
a retribuição eterna a partir do momento da morte, num juízo particular que
coloca sua vida em relação à vida de Cristo, seja por meio de uma purificação
(purgatório), seja para entrar de imediato na felicidade do céu (comunhão
eterna com Deus), seja para condenar-se de imediato para sempre (inferno).
A
verdade da divindade de Jesus Cristo é confirmada por sua ressurreição. Sendo
verdadeiro Deus, Jesus Cristo é ‘autor da vida’ (Atos dos Apóstolos 3,15).
Infelizmente
nos nossos dias a vida humana é frequentemente e gravemente desrespeitada. Em
alguns países, algumas autoridades ousam em propor legalizar um suposto direito
de praticar o aborto. Na realidade, ‘a decisão deliberada de privar um ser
humano inocente da sua vida é sempre má do ponto de vista moral e nunca pode
ser lícita nem como fim, nem como meio para um fim bom’ (Papa João Paulo II: Encíclica
Evangelium vitae n° 57). A Igreja, que está do lado da vida, reafirma que ‘o
aborto e o infanticídio são crimes abomináveis’ (Concílio Vaticano II: GS, 51).
Que
a mensagem da Páscoa possa conservar em nós aquele desejável amor à vida humana
que se fundamenta naquele que é ‘o caminho, a verdade e a vida’ (João 14,6).’
Fonte : *Artigo na íntegra
https://www.vaticannews.va/pt/igreja/news/2024-03/pascoa-valor-vida.html
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