Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
*Artigo da 'Salus in Caritate'
‘Às
vezes pode parecer que não há ressurreição das nossas crucificações pessoais.
Ao
entrarmos bravamente em uma vida com Cristo, o sofrimento, a dor e a humilhação
são esperados. Aceitamos o desafio – embora nem sempre a princípio -, sabemos
que essas estações da vida nos levarão a uma união mais próxima com o Coração
de Nosso Senhor.
Mas
então a estação pode se transformar em um estado perpétuo e se torna muito
fácil aceitar o peso da nossa cruz como uma medida de quem somos. Passamos a
acreditar que somos o nosso sofrimento, angústia, dúvidas, anseios, incertezas,
medos.
Mas
a vida de Jesus não terminou na cruz. Ele não nos convida para a morte, mas
para a vida! Depois da cruz vêm a ressurreição. E a vida de um cristão é
exatamente isso : de cruz em cruz, de conversão em conversão, de ressurreição
em ressurreição.
Por
isso celebramos a Paixão, Morte e Páscoa do Nosso Senhor Jesus, anualmente,
pois a vivemos diariamente. Por esse motivo, meditamos os Mistérios do
Nascimento, Vida, Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus aos olhos da Santa
Virgem no Santo Rosário, pois fazemos também parte da História Sagrada. Somos
herdeiros do Pai e Co-herdeiros de Cristo.
Os
salmos nos desafiam vez após vez a cantar uma nova canção! Nossa música é de
alegria! Jesus sopra em nós alegria crônica, não tristeza! Sim, nosso Deus
abraçou o sofrimento da cruz para que pudesse estar conosco e que sigamos
unidos a Ele cada vez mais intimamente em nossa angústia humana.
Ele
nos mostrou o poder e a imensidão de Seu grande amor através desse sofrimento.
No entanto, muitas vezes ficamos neste lugar de tristeza; nós nos convencemos
de que foi para isso que o Senhor nos chamou. Nosso Deus não descansou em
mágoa. Nosso Deus transfigura a frustração e a raiva para amar e se
deleitar.
Nós
temos uma ideia muito errada sobre alegria e sofrimento. Acreditamos que
alegria é euforia e que sofrimento é castigo. Não vemos que nossa situação
humana nos condiciona a uma alegria na angústia, uma alegria que supera os
medos, uma alegria firme, um alegria forte. Que pouco tem a ver com pulos e
gritos.
É
um estado interior daquele que sabe estar no lugar certo, fazendo a coisa
certa, com a pessoa certa. Mesmo que isso signifique estar em uma situação que
aparentemente não mostra nenhum sinal de alegria.
Aceitamos
o sofrimento, mas os nossos corações estão ardendo de alegria, quer saibamos disso
ou não. Deus está esperando dentro de nossas almas para incendiar nossas vidas
não com dor e tristeza perpétuas, mas com luz e vida!
Justificamos
em demasia a nossa miséria, o que nos impede de ver que cada fibra do nosso ser
anseia por liberdade. Deus espera um convite para nos libertar. Nos libertar da
forma errada de vivermos as diversas situações da vida, nos libertar para nos
unirmos a Ele com coração alegre mesmo em situações difíceis.
Todos
os dias somos convidados a mudar o tom da música que entoamos, a cantar a
alegria e o louvor ao nosso Senhor e Salvador, com nossas atitudes, gestos,
sorriso e olhar. Nós sabemos que nunca nos foi prometido que a dor irá embora
pra sempre ou que nosso sofrimento não retornará.
O
que nos é prometido é que : no cotidiano, na glória de cada dia, podemos
continuamente retornar à imensa alegria do nosso Criador :
‘Eis
que estarei contigo todos os dias.’
O
sofrimento e a dor não são o nosso lugar, mas uma oportunidade de
transfiguração e purificação, de conversão. Você foi feito para ALEGRIA que excede todo entendimento.’
Fonte : *Artigo na íntegra
https://pt.aleteia.org/2018/06/04/a-ressurreicao-do-teu-sofrimento/
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