Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
Laura Schwartzenberger, agente católica do FBI
*Artigo traduzido por Nathália Queiroz
‘Em
6 de fevereiro, o Arcebispo de Miami, Dom Thomas Wenski, fez uma homilia
comovedora em honra a Laura Schwartzenberger, uma agente católica do FBI que
foi assassinada no cumprimento do seu dever.
Em
2 de fevereiro, a agente especial do FBI, Laura Schwartzenberger, mãe de dois
filhos pequenos e membro da paróquia ‘Mary, Help of Christians’, em
Parkland, Flórida (Estados Unidos), foi assassinada a tiros junto com o agente
Daniel Alfin, enquanto investigavam um caso de pornografia infantil.
O
Prelado disse que a comunidade ficou chocada após a morte de Laura, uma mulher
que não só se comprometeu com a segurança das crianças ao longo de sua
carreira, mas também ensinou educação religiosa para crianças em sua paróquia
local.
‘Oferecemos
nossas mais sinceras condolências ao marido de Laura, Jason, e aos seus dois
filhos, Gavin e Damon. Nossas condolências também à família de Daniel Alfin.
Compartilhamos a dor e a dor dos pais, irmãos e parentes consanguíneos desses
servidores públicos que foram atacados no cumprimento do dever’, disse.
‘Sua
dor é real e toda a nossa comunidade aqui no sul da Flórida a compartilha com
vocês, e esperamos que, ao compartilhá-la, possamos reduzir um pouco esta dor.
E, embora não possamos fazer isso, queremos que saibam que não estão sozinhos.
Toda a comunidade está ao seu lado e continuará a fazê-lo nos próximos dias’,
acrescentou.
Os
agentes Schwartzenberger e Alfin estavam cumprindo um mandado federal contra
David Lee Huber, de 55 anos, suspeito de trocar imagens sexuais de
crianças, informou a Fox News.
Quando
os agentes do FBI se aproximaram da porta, Huber supostamente olhou pela
doorbell câmera (campainha inteligente que tem uma câmera de vídeo) da porta de
sua casa e depois atirou contra as autoridades. O agressor também atirou em
outros três agentes, dois dos quais foram hospitalizados. Huber depois se
suicidou.
Dom
Wenski disse que a agente Laura lidou com o lado negro da natureza humana ao
longo de sua carreira e protegeu os jovens e vulneráveis da maldade dos predadores sexuais.
Dirigindo-se aos dois filhos de Laura, o Prelado disse que sua mãe era uma verdadeira heroína que estava firmemente comprometida
com a caridade.
‘Gavin
e Damon, sua mãe foi uma heroína como todos os agentes, todos os membros das
forças da ordem que usam um distintivo e se apresentam ao serviço. Eles não são
celebridades; mas são heróis. As celebridades se exibem; os heróis aparecem’,
disse.
‘Mas
ser um herói não significa não conhecer o medo, mas não deixar que ele oprima
para não ajudar o próximo. Ela e todos aqueles que morrem no cumprimento do
dever são heróis, porque diante do mal responderam com firmeza e resolução para
proteger e servir o bem comum’.
Dom
Wenski disse que a morte da agente Laura recorda a fragilidade da vida e
levanta perguntas difíceis.
A
este respeito, assinalou que a angustiada Marta de Betânia provavelmente
enfrentou um encontro semelhante. Segundo o Evangelho, repreendeu Cristo por
não ter estado lá para salvar seu irmão Lázaro da morte. No entanto, assim como
foi para Lázaro e sua família, a ressurreição é uma luz de esperança em meio às
trevas e à dor, acrescentou.
‘Nossa
fé em Jesus Cristo crucificado e ressuscitado dos mortos nos ilumina inclusive
nas trevas deste dia; e nossa esperança n'Ele, que venceu a morte, nos conforta
e nos fortalece em nossa dor; mas ainda assim choramos; choramos como Jesus
chorou pela morte de seu amigo Lázaro’.
‘Dirigimo-nos
à Mãe de Jesus, Maria Auxiliadora. A Mãe de Deus sem pecado conheceu a dor
quando ficou ao pé da cruz enquanto Jesus morria. Como a Laura rezava -nesta
igreja, na sua casa, com os seus alunos de religião, com os seus filhos-,
também rezamos invocando àquela que é a nossa ajuda : Santa Maria, Mãe de Deus,
rogai por nós pecadores, agora e na hora da nossa morte’.
Em
6 de fevereiro, foi feita uma homenagem para a agente Laura em Miami Gardens.
Durante o evento, o diretor do FBI, Christopher Wray, disse que, embora não
tenha tido o prazer de conhecer Laura pessoalmente, as histórias dessa agente
contam uma vida de ‘determinação, dedicação e coragem’.
Disse
que a agente Laura entrou para o FBI em 2005 e, após se formar em Quantico,
assumiu seu primeiro trabalho de campo em Albuquerque. Em 2007, a agente
católica tornou-se a primeira mulher a entrar para equipe SWAT do FBI, em
Albuquerque. Três anos depois, mudou-se para Miami e se juntou ao Violent
Crimes Against Children Squad (Esquadrão de Crimes Violentos contra
Crianças).
Wray
destacou que ela advogou zelosamente por uma maior proteção das crianças contra
predadores on-line e fez apresentações sobre a extorsão sexual. Disse que em um
de seus casos mais importantes, ajudou a prender um criminoso que enganou
centenas de adolescentes para que compartilhassem suas imagens íntimas.
‘Laura
teve um impacto tão profundo nos pais de algumas das vítimas que, quando
souberam que Laura havia sido assassinada no cumprimento do dever,
imediatamente enviaram suas condolências ao escritório e perguntaram como
poderiam ajudar os dois filhos de Laura. Isso diz muito sobre o que Laura
significava para esta comunidade’, disse Wray.
O
oficial também se referiu à fé católica de Laura como o motivo que a levou a
realizar um serviço verdadeiro e comprometido até o final. ‘Entendo que
Laura era uma mulher de fé, uma católica devota que frequentava a igreja de
Maria Auxiliadora. Era uma parte importante de sua vida e parte de quem ela era
em tudo o que fazia’, disse.
‘Não
importa o quão difícil foram os dias de Laura, não importa o quão difícil se
tornou proteger as crianças do mal. Laura manteve essa fé. Assim como manteve
sua fé no Estado de direito, na justiça e em fazer a coisa certa’,
acrescentou.
‘Um
chamado ao serviço não está desenhado para oferecer comodidade e conveniência.
O verdadeiro serviço é uma provação. É um ato de fé. E Laura tinha fé. Tinha fé
nas pessoas. Tinha fé no trabalho que estava chamada a realizar. Ela alimentou
esta fé. Ela a compartilhou e a viveu, todos os dias’, concluiu.’
Fonte : *Artigo na íntegra http://www.acidigital.com/noticias/arcebispo-elogia-heroismo-de-agente-catolica-do-fbi-assassinada-em-servico-25205
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