Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
teólogo protestante
‘Com
a entrada de um novo ano também aparecem as resoluções para ele. É muito comum
pessoas fazerem listas daquilo que pretendem realizar no ano que se inicia e,
geralmente, empolgadas, planejam grandes mudanças em seu cotidiano. Emagrecer,
focar mais em atividade física, começar um novo curso, aprender uma nova
língua, etc., quase sempre aparecem nessas aspirações.
Nada
de errado nisso. Afinal, é excelente que haja planos e planejamentos para a
vida. Eles são necessários para que não se caia em certo conformismo, ou pior
ainda, numa ausência de sentido, o que pode levar à depressão e a outras
doenças. Do outro lado da moeda, a ideia de fazer inúmeros planos, muitas vezes
inatingíveis, na ânsia de dar conta de uma sociedade que cada vez mais exige
que todo seu tempo seja ‘investido’ em algo, também pode levar a uma
frustração de nunca se alcançar aquilo que se planeja. Por isso é comum ouvir
especialistas dizendo que o importante é ter metas tangíveis, de modo que o
esforço a ser utilizado para alcançá-las não seja algo que trará prejuízo
psicológico ou físico.
Algo
importante de se perceber é que nessas novas resoluções geralmente está
presente o fator da mudança. Esse planejamento de mudança, por sua vez, leva as
pessoas a pensarem que toda modificação deve ser algo grandioso, que faça uma
transformação em 180 graus na vida e que, a partir do novo ano que se inicia,
uma nova pessoa totalmente diferente da que foi no ano passado nascerá.
Geralmente, não percebem que, muitas vezes, as grandes mudanças desejadas começam
com pequenos passos dados em direção àquilo que se almeja.
Basta
imaginarmos um avião que decola com um grau de diferença daquilo que estava
planejado. Num primeiro momento, parece que esse um grau não afetará muito a
rota do piloto. Contudo, basta alongar um pouco mais essa linha para se
perceber que tal voo chegará muito distante daquilo que se tinha em mente. Isso
ser de exemplo para mostrar que grandes alterações na vida não precisam
necessariamente de mudanças bruscas, mas de pequenas mudanças capazes de
alterar o caminho para onde se tem ido.
Se
por um lado tal constatação pode causar certo alívio, também é um convite para
que se esteja atento às mudanças que são feitas ao longo da vida. Pequenas
alterações podem nos levar para muito longe ou para muito perto de onde
queremos chegar. Com isso, analisar e estudar a rota que se pretende tomar se
torna uma tarefa importante para toda mudança que se pretende fazer,
principalmente no início de uma nova jornada anual.
Claramente,
é sabido que a vida não é uma linha reta e nem sempre aquilo que se estuda e
planeja se concretiza, mesmo tomando todos os passos que se julgam necessários.
Contudo, não fazer tal estudo e planejamento pode fazer com que o percurso
torne-se mais longo, com maior gasto de energia e, não dificilmente, com uma
chegada em um lugar onde não se gostaria de ir. Diante disso, não temer as
mudanças, vê-las como possíveis, planejá-las e ter a consciência de que a menor
delas pode trazer grandes benefícios devem ser sinal de esperança para o novo
ano que se inicia.’
Fonte : *Artigo na íntegra https://domtotal.com/noticia/1491775/2021/01/pequenas-mudancas-grandes-diferencas/
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