*Artigo
de Bernardino Frutuoso,
Jornalista
‘Em
Outubro, por decisão do Papa Francisco, vamos viver um Mês Missionário
Extraordinário sob o tema Batizados e enviados : a Igreja de Cristo em
missão no mundo. Uma celebração que se enquadra no centenário da carta
apostólica Maximum illud, que Bento XV publicou em 30 de Novembro
de 1919 para relançar a atividade evangelizadora da Igreja. É, portanto, um
tempo propício para «reencontrar o sentido missionário da nossa adesão de fé
a Jesus Cristo, fé recebida como dom gratuito no Batismo» e a compreender
que «cada um de nós é uma missão no mundo, porque fruto do amor de Deus»,
como sublinha o Santo Padre na mensagem para o Dia Mundial das Missões.
A
missão ad gentes, até aos confins do mundo, está na origem
histórica e teológica da Igreja e é inerente à sua identidade, mas,
frequentemente, esta dimensão é ignorada ou ocupa um lugar secundário na
pastoral das Igrejas locais. Por isso, com este Mês Missionário pretende-se
despertar a consciência da missão além-fronteiras e retomar com novo impulso a
transformação missionária da vida e da pastoral, pois «a ação missionária é
o paradigma de toda a obra da Igreja» (A Alegria do
Evangelho, 15). Com essa certeza de ser «missionários por natureza»,
partilhamos e procuramos pôr em marcha o anseio do Papa Francisco : «Sonho
com uma opção missionária capaz de transformar tudo, para que os costumes, os
estilos, os horários, a linguagem e toda a estrutura eclesial se tornem um canal
proporcionado mais à evangelização do mundo atual que à autopreservação. A
reforma das estruturas, que a conversão pastoral exige, só se pode entender
neste sentido : fazer com que todas elas se tornem mais missionárias, que a
pastoral ordinária em todas as suas instâncias seja mais comunicativa e aberta,
que coloque os agentes pastorais em atitude constante de ‘saída’ e, assim,
favoreça a resposta positiva de todos aqueles a quem Jesus oferece a sua
amizade» (A Alegria do Evangelho, 27). Para concretizar esse sonho
eclesial de ser e estar «todos, tudo e sempre em missão», exige-se um
compromisso de conversão pessoal, comunitária e pastoral, que configure nos batizados
uma autoconsciência eclesiológica missionária e renove o ardor e a paixão por
testemunhar ao mundo o Evangelho da vida e da alegria (cf. Lc 24, 46-49).
Os
missionários sem fronteiras, homens e mulheres que deixam tudo para anunciar a
Boa Notícia na África, na Ásia, na América Latina e nas geografias mais
problemáticas do Ocidente, são chamados por Deus para consagrar a vida
inteiramente a testemunhar o Evangelho da alegria. Encarnam o rosto mais
visível da Igreja em saída, uma Igreja que tem a coragem de partir com audácia
e entusiasmo para caminhar nas periferias existenciais do mundo e testemunhar
aos mais pobres e vulneráveis o amor e a misericórdia de Jesus Cristo. Esses
irmãos e irmãs universais lembram a cada batizado que, de acordo com o seu
carisma e estado de vida, está chamado a realizar a sua vocação cristã em
plenitude, a sair de si e ser missionário, pois nenhum discípulo de Jesus pode
negar ou delegar o compromisso de ser missão no mundo.’
Fonte
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