Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
*Artigo
de Maíra Pires
‘‘G.
K. Chesterton diz que cada século é salvo pelo santo que lhe é mais
contrário. A simplicidade monástica de São Bento era justamente a resposta
de que a corrupção e a opulência do decadente Império Romano precisavam. Ele
respondeu à luxúria com a pureza, à avareza com a simplicidade, à ignorância
com a sabedoria, à decadência com a indústria e ao cinismo com a fé. Suas
comunidades nas montanhas se tornaram faróis em uma época de trevas e um
refúgio para as tempestades que estavam prestes a cair.’
Falar
das grandezas do reino dos céus sem escrever sobre São Bento é deixar de lado
um dos maiores soldados de Jesus, sua fé transformou o ocidente de uma maneira
única. Os mosteiros criados por ele são um reflexo da fé e da disciplina deste
homem que de maneira tão simples, operou grandes milagres na terra. Alguns
destes milagres, trarei neste texto, para tentar retratar a infinita beleza de
sua obra.
São
Bento de Núrsia, nascido Benedetto de Nórcia, nasceu na Umbria, Italia no ano
de 480. Desde muito pequeno já demonstrou um gosto especial pela oração. O
inicio de sua vida religiosa se deu em Núrsia, onde começou os primeiros
estudos religiosos. Depois foi enviado para Roma para estudar retórica e
filosofia.
A
vocação de Bento o chamou para aprofundar seu aprendizado em uma gruta, ajudado
por um abade Romano mudou-se com o intuito de viver como Eremita. As razões que
fizeram São Bento deixar Roma são muito discutidas e aos olhos do mundo, pouco
compreendidas, é o olhar da fé que torna claro suas razões. Bento foi chamado
por Deus para viver o primeiro mandamento de forma radical, ao deixar a
civilização Romana ele entendeu que para ‘Amar a Deus sobre todas as coisas’
ele precisaria abandonar o mundo como o conhecia.
Trarei
alguns milagres realizados por São Bento para mostrar a magnitude da fé deste
monge (todos os milagres foram retirados do livro Diálogos de São Gregório
Magno) :
No
inicio do retiro, Bento foi tentado pelo demônio de diversas formas, vencidas
as tentações, São Bento foi convidado para viver em um mosteiro, como Pai (este
termo era usado pelos monges, e designava o mestre do mosteiro, homem o qual
todos deviam seguir), Bento recusou este convite algumas vezes, mas pela
insistência dos monges, acabou aceitando. Viveram alguns dias, e a piedade com
que Bento tratava os aprendizes e as pessoas que iam até o Mosteiro começou
incomodar os monges. Uma noite um deles envenenou o vinho de São Bento. Ele se
sentou a mesa para comer e fez o sinal da cruz em frente ao alimento. O copo
com vinho envenenado estourou, e percebendo o que aconteceu São Bento resolveu
se retirar do monastério.
Um
dia, Plácido, um dos monges do mosteiro, saiu para pegar água, ao se debruçar
no rio, ele caiu na água, São Bento estava em oração e conseguiu ver o que se
passava, chamou Mauro, um monge fiel que sempre o ajudava nas tarefas, para ir
buscar o menino. Mauro saiu como o ordenado e foi até o rio. Chegando lá, pegou
o menino pelos cabelos e o levou para a margem. Ao chegar a margem, Mauro viu
que um milagre tinha acontecido : Ele não saiu molhado do rio, pelo contrário,
a fé de São Bento construiu uma ponte, e ele pode andar sobre as águas. Ao
voltar ao mosteiro, comentaram isto com o monge que atribui o fato a obediência
de Mauro. Este fato foi relatado pelos monges que viveram com São Bento.
Em
uma ocasião, a fome devastava a região do mosteiro, já faltava trigo para fazer
pão e os monges tristes olhavam para São Bento que os dizia : não fiquem
tristes, se falta trigo hoje, amanhã o teremos com abundância. Na manhã do dia
seguinte, apareceram 200 sacos de farinha na porta do mosteiro, até hoje
ninguém sabe como apareceram lá. Este trigo foi suficiente para alimentar os
monges por um bom tempo.
Estes
relatos mostram como a fé e a oração de São Bento sempre orientaram e
auxiliaram os monges de diversas maneiras. De uma maneira virtuosa, os instruía
e disciplinava, trazendo Cristo para a vida daquele mosteiro e dos diversos que
até hoje seguem sua regra.
São
Bento assimilou os ensinamentos de Jesus, e tornou a cruz possível, não existe
dor que não foi aliviada aos pés do Nosso Senhor, nada é difícil se a certeza
da cruz é um norte para sua vida, se a fé é viva e forte, o céu é sempre um
destino alcançável.
A Regra de São Bento
Hoje
a palavra regra vem carregada de um sentimento negativo, muitas pessoas ao
ouvirem esta palavra hoje já negam no primeiro instante. É importante ressaltar
que regra significa uma norma de vida um caminho seguro a se seguir.
‘A lei não visa, em primeiro lugar, rejeitar a liberdade das pessoas, mas
sim, salvar justamente o bem comum da própria sociedade ou de qualquer
comunidade. Neste sentido, uma lei justa não se apresenta como imposição, mas
sim como a revelação de um modo de agir, como um caminho, que em certos casos
pode ser o único, para impedir a desgraça. Por isso mesmo, existem normas que
não necessitam ser formuladas por nenhuma autoridade, para serem válidas, pois
já estão presentes nas próprias consciências das pessoas, tais como : ‘não
deverás fazer aos outros o que não desejas que te façam; não matarás, não roubarás,
não levantarás falsos testemunhos, não cobiçaras as coisas alheias’, e antes de
qualquer outra : ‘amarás o seu Senhor teu Deus e ao teu irmão, como a ti mesmo’.
A
Regula Benedicti foi destinada aos Monges de uma comunidade, mas deve ser
seguida por todos, ela ressalta a autoridade de um abade e orienta as pessoas a
crescerem no corpo de Cristo.
A
regra de São Bento, também conhecida como Regula Benedicti, é o único documento
deixado por São Bento para orientar seus discípulos. Ainda hoje, a regra de São
Bento é uma escola para servir a Deus.
O
objetivo não é criar um caminho árduo e sofrido, mas uma disciplina necessária
que deve ser seguida para chegar ao céu. Ela estabelece sete horas de oração
diárias. É composta por cento e cinquenta salmos que devem ser cantados ou
rezados. A regra de São Bento é inspiração para qualquer Cristão nos dias de
hoje.
A
repetição dos versos mostram a beleza e a assiduidade da regra. É seguida até
hoje pela beleza de seu conteúdo, ela valoriza os momentos de silencio e devoção
que mostram que seguindo a regra chegaremos a Deus. Uma das características
principais desta regra é a moderação.
A
vida monástica para São Bento era uma forma de viver em comunidade para servir
a Deus, a preferência por Cristo e pelo trabalho faz com que a opção pelas leis
de Deus seja um exercício de amor e doação que mostram sua beleza.
Diferentemente
das leis comuns, as regras cristãs orientam seus seguidores em como viver uma
vida de oração e um caminho visando o desapego do mundo e do pecado, e buscam o
amor pleno a Deus. Este caminho é traçado de acordo com o despertar da
consciência dos cristãos.
São
Bento nos mostra que todas as escolhas que tomamos ao longo da vida orientadas
por Deus, serão sempre escolhas seguras. O silêncio e o afastamento do mundo
são necessários para deixar que Deus cresça.
Bento
nos mostra também que a oração é o caminho mais rápido para alcançar a Deus, que
sua fé inabalável e sua piedade nos sirvam de exemplo.
A
beleza da vida de São Bento mostra que todas as maravilhas que foram feitas em
nossa alma são construídas por Deus. Se deixarmos as sementes florescerem
teremos um jardim maravilhoso, no qual Cristo rega o crescimento de cada flor.’
Fonte
:
* Artigo na íntegra https://medium.com/@mairamacpires/a-vida-de-s%C3%A3o-bento-como-uma-reflex%C3%A3o-para-os-dias-de-hoje-8c1e8fc8bca3
4 comentários:
Muito lindo! Que bela leitura.obrigada.
Fica cada vez mais evidente que a oração e o começo e o fim de todas as necessidades, inclusive para chegarmos ao ceu.
Fica cada vez mais evidente que a oração e o começo e o fim de todas as necessidades, inclusive para chegarmos ao ceu.
Pela poderosa intercessao de nosso Santo Pai Bento consegui alguns milagres em minha vida. Esse texto só me inspira mais ainda para perserverar com muita confianca na fé!
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