quinta-feira, 13 de junho de 2019

Padre Patton: o valor da presença dos cristãos na Terra Santa


Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

Jerusalém 
*Artigo de Marco Guerra


‘A população cristã está sofrendo um drástico declínio da sua presença nos Territórios da Cisjordânia sujeitos à Autoridade palestina. A afirmação está contida num texto de Hanna Issa, membro do Conselho de Al Fatah e Secretário-Geral do Conselho Islâmico-Cristão palestino para Jerusalém e os Lugares Santos.

Fatores econômicos

No texto, publicado no site abouna.org e retomado pela Agência Fides, Hanna Issa fala de ‘fatores políticos e econômicos’ na origem dos fluxos migratórios que estão reduzindo ao mínimo a presença cristã na Cisjordânia.

Diminuição da presença em muitos vilarejos

O relatório apresentado pelo representante de Al Fatah se refere ao enfraquecimento da presença de cristãos em vários vilarejos : na cidade árabe de Jenin, 26 km ao norte de Nablus, dos 70.000 habitantes há apenas 130 cristãos, quase todos católicos de rito latino; em Tubas, outra cidade árabe da Cisjordânia, os habitantes são 40.000 habitantes, e há apenas 45 cristãos, pertencentes à Igreja grega ortodoxa; em Burqin, vilarejo palestino não muito distante de Jenin, há menos de 70 cristãos, numa população de 7.500 habitantes; também as comunidades de batizados presentes nas cidades de Jalameh e Kafr Koud são também compostas por algumas dezenas de pessoas. Enquanto no vilarejo de Deir Ghazaleh, até 10 anos atrás habitada por uma grande minoria cristã, agora os batizados são apenas 4 entre 1.200 habitantes.

Evitar a marginalização dos componentes cristãos

O projeto nacional palestino - sublinha o expoente máximo de Al Fatah - baseia-se no reconhecimento da plena igualdade entre cidadãos de diferentes religiões, mas a instabilidade política traduz-se em instabilidade social e econômica. Por esta razão - continua Hanna Issa -, é necessário preservar a identidade árabe palestina diante de todos os condicionamentos que possam gerar situações de discriminação na sociedade palestina e a marginalização de seu componente cristão.

Patton : presença estável ou ligeiramente em diminuição

Entrevistado pelo VaticanNews, o padre Francesco Patton, custódio da Terra Santa, não confirma nem nega os números fornecidos pelo político palestino, mas convida a distinguir entre a presença em termos percentuais - que diminui por causa do aumento do número de outras comunidades - e aquela em termos numéricos absolutos que, pelo contrário, permanece ‘estável ou ligeiramente em diminuição’. Padre Patton explicou que em algumas áreas os cristãos até aumentaram, como no caso da paróquia de Belém, onde no último ano houve cerca de 30 funerais e 60 batismos.

O Roaco para a Terra Santa

O custódio da Terra Santa nestes dias encontra-se no Vaticano para a 92ª Assembléia Plenária da Roaco, a Reunião das Obras de Ajuda às Igrejas Orientais. Durante os trabalhos do organismo, que terminou nesta quarta-feira, muito espaço foi também dedicado à situação das Igrejas no Médio Oriente. Refletiu-se sobre as difíceis condições da minoria cristã, atingida por problemas econômicos e de segurança, que levam muitos jovens a deixar suas terras.

O valor da presença cristã

Por isso, o padre Patton destacou que o ‘desafio pastoral’ mais importante é fazer com que os cristãos da Terra Santa compreendam ‘o valor de sua presença, em territórios difíceis, exigentes e fadigosos’. ‘Os cristãos - continuou -, são o componente mais disposto a procurar soluções para a paz’.

A formação dos jovens

Por isso a Roaco refletiu tanto sobre a ajuda econômica, destinada a apoiar as Igrejas e as comunidades cristãs no Médio Oriente, como sobre o apoio pastoral, em relação ao qual muito se falou sobre a formação dos jovens. Finalmente, o Padre Patton falou do papel fundamental desempenhado pelas escolas católicas na formação dos jovens e no diálogo entre jovens de diferentes religiões.’


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