Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
*Artigo
de Marco Guerra
‘A
população cristã está sofrendo um drástico declínio da sua presença nos Territórios
da Cisjordânia sujeitos à Autoridade palestina. A afirmação está contida num
texto de Hanna Issa, membro do Conselho de Al Fatah e Secretário-Geral do
Conselho Islâmico-Cristão palestino para Jerusalém e os Lugares Santos.
Fatores econômicos
No
texto, publicado no site abouna.org e retomado pela Agência Fides, Hanna Issa
fala de ‘fatores políticos e econômicos’ na origem dos fluxos
migratórios que estão reduzindo ao mínimo a presença cristã na Cisjordânia.
Diminuição da presença em muitos vilarejos
O
relatório apresentado pelo representante de Al Fatah se refere ao
enfraquecimento da presença de cristãos em vários vilarejos : na cidade árabe
de Jenin, 26 km ao norte de Nablus, dos 70.000 habitantes há apenas 130
cristãos, quase todos católicos de rito latino; em Tubas, outra cidade árabe da
Cisjordânia, os habitantes são 40.000 habitantes, e há apenas 45 cristãos,
pertencentes à Igreja grega ortodoxa; em Burqin, vilarejo palestino não muito
distante de Jenin, há menos de 70 cristãos, numa população de 7.500 habitantes;
também as comunidades de batizados presentes nas cidades de Jalameh e Kafr Koud
são também compostas por algumas dezenas de pessoas. Enquanto no vilarejo de
Deir Ghazaleh, até 10 anos atrás habitada por uma grande minoria cristã, agora
os batizados são apenas 4 entre 1.200 habitantes.
Evitar a marginalização dos componentes cristãos
O
projeto nacional palestino - sublinha o expoente máximo de Al Fatah - baseia-se
no reconhecimento da plena igualdade entre cidadãos de diferentes religiões, mas
a instabilidade política traduz-se em instabilidade social e econômica. Por
esta razão - continua Hanna Issa -, é necessário preservar a identidade árabe
palestina diante de todos os condicionamentos que possam gerar situações de
discriminação na sociedade palestina e a marginalização de seu componente
cristão.
Patton : presença estável ou ligeiramente em
diminuição
Entrevistado
pelo VaticanNews, o padre Francesco Patton, custódio da Terra Santa, não
confirma nem nega os números fornecidos pelo político palestino, mas convida a
distinguir entre a presença em termos percentuais - que diminui por causa do
aumento do número de outras comunidades - e aquela em termos numéricos
absolutos que, pelo contrário, permanece ‘estável ou ligeiramente em
diminuição’. Padre Patton explicou que em algumas áreas os cristãos até
aumentaram, como no caso da paróquia de Belém, onde no último ano houve cerca
de 30 funerais e 60 batismos.
O Roaco para a Terra Santa
O
custódio da Terra Santa nestes dias encontra-se no Vaticano para a 92ª
Assembléia Plenária da Roaco, a Reunião das Obras de Ajuda às Igrejas
Orientais. Durante os trabalhos do organismo, que terminou nesta
quarta-feira, muito espaço foi também dedicado à situação das Igrejas no Médio
Oriente. Refletiu-se sobre as difíceis condições da minoria cristã, atingida
por problemas econômicos e de segurança, que levam muitos jovens a deixar suas
terras.
O valor da presença cristã
Por
isso, o padre Patton destacou que o ‘desafio pastoral’ mais importante é
fazer com que os cristãos da Terra Santa compreendam ‘o valor de sua
presença, em territórios difíceis, exigentes e fadigosos’. ‘Os cristãos -
continuou -, são o componente mais disposto a procurar soluções para a paz’.
A formação dos jovens
Por
isso a Roaco refletiu tanto sobre a ajuda econômica, destinada a apoiar as
Igrejas e as comunidades cristãs no Médio Oriente, como sobre o apoio pastoral,
em relação ao qual muito se falou sobre a formação dos jovens. Finalmente, o
Padre Patton falou do papel fundamental desempenhado pelas escolas católicas na
formação dos jovens e no diálogo entre jovens de diferentes religiões.’
Fonte
:
* Artigo na íntegra https://www.vaticannews.va/pt/igreja/news/2019-06/padre-patton-o-valor-da-presenca-dos-cristaos-na-terra-santa.html
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