*Artigo
de Dom Rodolfo Luís Weber,
Arcebispo de Passo Fundo
‘Estamos
refletindo sobre os símbolos de Natal. Recordar porque são símbolos e de onde
se originaram permite que mantenham a sua força e seu significado. O Natal já
está próximo e há tantos sinais que nos levam a ele.
Certamente o mais significativo dos símbolos natalinos é o presépio. Foi popularizado a partir de
São Francisco de Assis, no século XIII. Ele cultivava uma grande
veneração às manifestações do amor de Deus para com a humanidade, especialmente
a participação na vida humana em suas situações de fraqueza e pobreza. Os
atributos de Deus são a grandeza, o poder, a onipotência, mas escolheu vir ao
mundo se fazendo pequeno, criança e nascendo entre os animais. Este mistério da
encarnação manifesta o amor de Deus e para representá-lo São Francisco inventou
o presépio.
Três anos antes de
sua morte, São Francisco quis celebrar de modo especial o nascimento de Jesus
Cristo. O primeiro biógrafo de São Francisco, Tomás de Celano, descreve os
seguintes preparativos : pediu licença ao Papa e depois convidou um homem
chamado João, de boa fama e vida ainda melhor, ao qual deu as seguintes
recomendações, quinze dias antes do Natal : ‘Se você quiser que nós celebremos no Natal de Greccio, é bom começar a
preparar diligentemente e desde já o que eu vou dizer. Quero lembrar o menino
que nasceu em Belém, os apertos que passou, como foi posto num presépio, e ver
com os próprios olhos como ficou em cima da palha, entre o boi e o burro’.
Isto, João preparou.
Quando se
aproximou o dia do Natal, Francisco, os confrades e vizinhança, se reuniram.
Vieram com tochas, alimentos e celebraram a missa no presépio. De forma simples
e solene viveram os fatos de Belém. A iniciativa de São Francisco foi se
divulgando e as representações do nascimento através das imagens de Jesus,
Maria e José, o boi, o burro, os pastores, as ovelhas e os magos, com seus
presentes, foi se tornando um costume comum entre os cristãos.
O canto ‘Noite Feliz’ é um símbolo sonoro. Foi
composto em 1818, por F. Gruber, em alemão, na Áustria. Este canto impôs-se
como canto de Natal no Brasil, não podendo imaginar-se uma noite de Natal sem
ele.
Presentes nas
decorações natalinas estão os sinos. São um meio de comunicação. Quantos se
lembram, especialmente quem viveu nas cidades menores, da importância dos
sinos. Avisam e convidam para as missas. Anunciam a morte de algum membro da
comunidade ou ainda são um sinal de alerta. A sua ligação com Natal está em
anunciar o nascimento de Jesus Cristo.
A ceia de Natal é
a celebração da vida, do amor fraterno e da reconciliação em família. Grandes e
felizes acontecimentos vêm acompanhados de festa e da partilha da comida. O
Natal reúne e chama a família.
O Papai Noel é o
menos cristão dos símbolos do Natal. Pode-se dar um sentido cristão nos
presentes do Papai Noel. O grande presente que
Deus Pai envia à comunidade, de forma gratuita e generosa, é Jesus Cristo, o
Salvador. Este presente faz a verdadeira felicidade. Também é um incentivo à
generosidade e à gratuidade. Dar de graça, algo para alguém, educa para o
desapego e a partilha.’
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