Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
*Artigo de Mario Galgano
‘«Gostaríamos de levar Jesus ao mundo como Maria».
Essa frase da Irmã Katharina, prioresa do mosteiro beneditino Heliga Hjärtas,
no sul da Suécia, resume o que impele a comunidade : uma vida no seguimento de
Cristo, caraterizada pelo silêncio, pela hospitalidade e por um profundo
enraizamento espiritual. O mosteiro não é uma fundação secular, mas um lugar
relativamente jovem com uma história especial.
O seu início remonta à comunidade evangélica Irmã ‘Marientöchter’,
uma fundação sueca. Nos anos 80, algumas religiosas começaram a confrontar-se
mais intensamente com a tradição monástica. «Quanto mais aprofundávamos a
questão, tanto mais claro nos tornava : estas são as nossas raízes», afirmou a
Ir. Katharina. Em 1988, a comunidade entrou na Igreja católica de modo
unitário, num processo que durou quase 10 anos, realçou. «Queríamos viver na
reconciliação e no amor. Não deveria haver fraturas».
Em 1997, as religiosas mudaram-se para o seu
mosteiro, recém-edificado, do convento Heliga Hjärtas quando as casas anteriores
se tornaram demasiado pequenas. A escolha recaiu deliberadamente sobre a regra
beneditina. «Pudemos visitar muitos mosteiros, sobretudo na Alemanha, para
aprender com pessoas que já levavam esta vida», recordou a prioresa. Receberam
um apoio especial do mosteiro nos arredores de Gütersloh (arquidiocese de
Paderborn), na Alemanha. Esse contato mantém-se até hoje.
Atualmente no mosteiro vivem 14 religiosas, quase
todas suecas, com exceção de uma polaca de nascimento. A idade varia de 40 a 85
anos. A vida quotidiana segue o ritmo beneditino da oração, do trabalho e da
comunidade. «O nosso objetivo é procurar Deus nas pessoas, no mundo, onde quer
que estejamos».
O mosteiro também é um lugar para hóspedes
Há muitos anos que as religiosas gerem uma ‘Casa do
Silêncio’, onde são acolhidos indivíduos e pequenos grupos, muitas vezes
pessoas sem vínculos religiosos mas animadas por um desejo espiritual. «Muitos
nem sequer sabem o que procuram, mas aqui encontram algo que os sensibiliza»,
declarou a Irmã Katharina. «Muitas vezes dizem que vêm para descansar e ouvir a
oração».
A procura é grande, superior à capacidade. Há 18
quartos para os hóspedes, três dos quais são na clausura para sacerdotes ou
religiosos. O mosteiro é deliberadamente pequeno, a fim de que haja tempo para
conversas pessoais. «Muitos dos nossos hóspedes trabalham no setor da saúde ou
da educação, sentem-se exaustos, vazios. Dizem : ‘Aqui podemos falar de coisas
importantes’. É uma grande dádiva!».
O convento Heliga Hjärtas tornou-se conhecido
inclusive entre as ordens religiosas. Religiosas provenientes da Dinamarca, dos
Países Baixos e de outros pequenos mosteiros da Escandinávia vêm regularmente
aqui para fazer intercâmbios. As monjas beneditinas de Omberg mantêm contato
também com o mosteiro de Alexanderdorf, nos arredores de Berlim, numa rede de
relações espirituais que se estende muito além da Suécia.
Embora atualmente não haja noviças, a esperança de novas vocações está viva. As jovens mostram interesse pela vida monástica. A tarefa da Irmã Katharina consiste em testemunhar, não com palavras grandiosas, mas com a simples vida de todos os dias. «Não devemos fazer grandes coisas. É suficiente viver com Cristo e irradiá-lo através da nossa vida».’
Fonte : *Artigo na íntegra
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