Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
*Artigo do Padre José Inácio de Medeiros, CSsR
‘A cidade de Nínive é uma
das mais antigas e populosas da antiga Assíria. Localizada na Mesopotâmia, no
atual Iraque, foi uma poderosa e importante metrópole da antiguidade.
Localizada na margem leste do rio Tigre, defronte da moderna cidade de Mosul,
Nínive se desenvolveu sob os reinados dos reis Senaqueribe e Assurbanípal no
século VII a.C, mas depois entrou em decadência sendo sucessivamente dominada.
No tempo de sua glória o
profeta Jonas, do reino de Israel que viveu por volta do século VIII a.C. foi
chamado por Deus e enviado à Nínive para clamar pela sua conversão, alertando
seus moradores do iminente castigo divino.
‘A palavra do Senhor foi dirigida a Jonas, filho de
Amitai, dizendo : Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive, e clama contra
ela, porque a sua malícia chegou até à minha presença. E levantou-se
Jonas, e foi a Nínive, segundo a palavra do Senhor’. Ora, Nínive era uma cidade
muito grande, de três dias de caminhada.
E começou Jonas a andar pela cidade, e pregando...
E os homens de Nínive creram em Deus; e proclamaram um jejum, e vestiram-se de
saco, desde o maior até ao menor.
Esta palavra chegou também ao rei de Nínive; ele
levantou-se do seu trono, tirou suas vestes reais, e cobriu-se de saco, e
sentou-se sobre cinza. E fez uma proclamação que se divulgou em Nínive, dizendo
: Nem homens, nem animais, nem bois, nem ovelhas provem coisa alguma, nem lhes
dê alimentos, nem bebam água; Mas os homens e os animais sejam cobertos de
sacos, e clamem fortemente a Deus, e convertam-se, cada um do seu mau caminho,
e da violência que há nas suas mãos. Quem sabe se se voltará Deus, e se
arrependerá, e se apartará do furor da sua ira, de sorte que não pereçamos?
E Deus viu as obras deles, como se converteram do
seu mau caminho; e Deus se arrependeu do mal que tinha anunciado lhes faria, e
não o fez (Jonas, cap. 03).
Glória e decadência de Nínive
As conquistas dos assírios os levaram a formar uma
das grandes civilizações da antiguidade, que se estendia até os vales dos rios
Tigre e Eufrates. Suas cidades mais importantes estavam situadas no território
do atual Iraque.
Seu poder dependia quase que inteiramente da força
militar. O rei era o comandante-em-chefe do exército e dirigia as campanhas
militares. Embora fosse monarca absoluto, na realidade os nobres e cortesãos
que o rodeavam, assim como os governadores que nomeava para administrar as
terras conquistadas, tomavam frequentemente decisões em seu nome, por isso, as
ambições e intrigas foram sempre uma ameaça para a vida do governante. Essa
debilidade na organização e na administração do império será a maior
responsável pela sua desintegração e colapso.
O fim do império ocorreu no ano de 612 a.C., quando
o exército, comandado por seu último rei foi derrotado por uma coligação
militar formada pelos caldeus e medos, povos vizinhos ao Reino Assírio. Com a
derrota a cidade de Nínive foi destruída e todo o Império Assírio caiu sob a
dominação do Segundo Império Babilônico.
O império foi se reergueu a partir de 1.300 a.C.
perdurando até 612 a.C., legando à história características, como sua ‘máquina de guerra’ que
compreendia a provável formação do primeiro exército que devia sua eficiência à
sua organização funcional. Foi através dele que os assírios conseguiram
submeter várias civilizações da Mesopotâmia. Os métodos de tortura e o destino
dos derrotados como a prática do empalamento dos adversários colocavam medo em
seus inimigos.
Entre seus governantes dois são mais destacados por
levarem a civilização ao apogeu :
Senaqueribe (704–681 a.C.) : Sob seu reinado, Nínive foi transformada em
uma das maiores cidades do mundo antigo, com um sistema avançado de aquedutos,
jardins, palácios e templos. Ele construiu um imenso palácio, conhecido como
o ‘Palácio sem Rival’, decorado com relevos detalhados que narravam suas
campanhas militares e feitos.
Assurbanípal (668–627 a.C.) : O neto de Senaqueribe, Assurbanípal, é famoso
por ter criado uma das primeiras bibliotecas do mundo, a Biblioteca de Nínive.
Esta coleção monumental de tábuas de argila, escrita em escrita cuneiforme,
continha textos literários, científicos e administrativos, incluindo a épica de
Gilgamesh.
Descobertas Arqueológicas
Entre 1845 e 1851, foram realizadas várias
escavações que revelaram os restos da antiga cidade de Nínive, trazendo à luz
seus palácios, a grande muralha que cercava a cidade, portas monumentais e a
famosa Biblioteca de Assurbanípal.
Atualmente, o sítio arqueológico de Nínive se
encontra ameaçado tanto por conflitos regionais quanto por atividades humanas,
como a expansão urbana de Mosul. A destruição causada pelo Estado Islâmico, que
danificou partes significativas do local, representa uma perda irreparável para
o patrimônio histórico global. No entanto, esforços contínuos de arqueólogos e
historiadores visam preservar o que resta deste testemunho da antiga
civilização assíria.
Nínive, portanto, permanece como um símbolo da
ascensão e queda das grandes civilizações, mostrando tanto a grandiosidade da
história humana quanto a fragilidade de seu legado.’
Fonte : *Artigo na íntegra
https://www.vaticannews.va/pt/igreja/news/2025-08/curiosidades-biblia-cidade-ninive.html
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