Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
‘A espiritualidade da caminhada quaresmal nos conduz à
conversão e ao amadurecimento na fé, tudo para vivenciar em profundidade e
entusiasmo a Páscoa do Senhor.
Em paralelo a essa
caminhada da Igreja, acompanhamos o amadurecer da fé da primitiva comunidade
cristã, que passou da descrença e da falta de compreensão à profissão da fé na
ressurreição.
Nessa caminhada,
narrada pelo capítulo 20 do Evangelho de João, é impossível não pensar na
presença constante de Maria acompanhando os discípulos e animando-os num
momento de desânimo e tristeza pela morte de Jesus. É bem verdade que eles
tinham sido advertidos : ‘É necessário que o Filho do Homem seja rejeitado (…)
levado à morte e que ressuscite ao terceiro dia’ (Lc 9,22), porém, parecia uma
realidade tanto distante quanto impossível de acreditar.
Foi com a sua
intuição de mãe e sua fé inabalável que Maria ajudou a comunidade a acender a
chama da fé, fazê-la crescer a ponto de todos se tornarem testemunhas. Assim é
que podemos compreender as palavras de Jesus a Maria e ao discípulo – ‘Mulher,
eis aí teu filho’ (Jo 19,26) – e ao discípulo – ‘Eis aí tua mãe’ (Jo 19,27).
Nessas palavras podemos ver com propriedade que Jesus entrega a comunidade
cristã aos cuidados de Maria e, ao mesmo tempo, entrega Maria à Igreja.
Por trás da
caminhada de fé da primitiva comunidade cristã está a presença e atuação da
Virgem Maria, dando forças, alegria e coragem aos que agora se consideram
irmãos na fé.
Maria não só deu o
seu ‘sim’ para que Jesus Cristo, o Salvador, fizesse-se homem como colaborou
decisivamente para o nascimento, o crescimento e o amadurecimento da comunidade
cristã e por isso ela é chamada Maria da Ressurreição. Deus Pai ressuscitou
Jesus Cristo no terceiro dia; da desesperança, depois de um simbólico terceiro dia,
Maria reuniu e fez ressuscitar na fé a comunidade dos discípulos, chamando de
volta os que já tinham retornado às suas antigas atividades.
Por que Maria não é
citada nos evangelhos? Certamente porque a preocupação quando o Evangelho foi
escrito era comunicar o fato absolutamente extraordinário da ressurreição; só
mais tarde é que vem a reflexão sobre o papel de Maria, mãe de Jesus.
Ó, Maria da
Ressurreição, rogai por nós!’
Fonte : *Artigo na íntegra
https://revistaavemaria.com.br/nossa-senhora-da-ressurreicao.html
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