Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
*Artigo de CNA Deutsch
‘A abadia
cisterciense de Heiligenkreuz, na Áustria, é a mais antiga ainda em atividade
no mundo, com quase mil anos e mais de 100 monges. Nunca teve ‘interrupções’ na
sua história e é agora um oásis da Igreja Católica na Europa.
Heiligenkreuz
fica a cerca de 30 quilômetros de Viena, capital da Áustria. Os monges têm uma
idade média de 49 anos, o que significa que são ‘jovens’ no ambiente eclesial,
especialmente na Europa onde há cada vez menos vocações, diz o jornal
italiano Avvenire.
Além disso,
quatro ou cinco homens juntam-se todos os anos à abadia fundada em 1135.
Atualmente
vivem ali 103 monges, 11 religiosos com votos temporários e seis noviços, todos
liderados pelo abade Maximilian Heim.
‘O mais
importante é o amor a Deus e aos outros’, diz o abade. ‘Num mosteiro beneditino
[os cistercienses seguem a regra de São Bento], isto se completa com a
tríade ora, lege et labora, ou seja, rezar, ler e trabalhar’.
Para o abade,
também é importante ‘honrar o mandamento de Jesus ‘para que todos sejam um’ : a
unidade dentro da comunidade sem igualitarismo e com a liberdade necessária
para cada indivíduo, bem como a unidade com a Igreja na prática, isto significa
unidade dentro da ordem, bem como com o papa e o bispo diocesano’.
O trabalho para
resgatar outros mosteiros na Europa
No dia 21 de
novembro de 2021, as duas últimas freiras beneditinas do mosteiro de Sabiona,
em Chiusa, na província italiana de Bolzano, deixaram o local depois de 335
anos de presença ali.
O bispo de
Bolzano-Bressanone, dom Ivo Muser, e a abadessa Maria Ancilla Hohenegger
lamentaram o fato e manifestaram o desejo de que o mosteiro localizado continue
a ser um lugar de peregrinação e um centro de vida contemplativa. Isso só foi
possível algum tempo depois, graças à abadia de Heiligenkreuz.
Depois de
inúmeras consultas, o capítulo conventual da abadia de Heiligenkreuz decidiu
assumir o mosteiro de Sabiona no dia 14 de março, com o objetivo de criar um ‘centro
espiritual’ na chamada ‘montanha sagrada’, como é conhecido o local onde está
localizado, conforme dito pelo padre Johannes Paul Chavanne.
Os monges que
irão para o mosteiro de Sabiona continuarão pertencendo à abadia de
Heiligenkreuz.
O mosteiro
cisterciense localizado na diocese alemã de Görlitzer, na fronteira com a
Polônia também recebeu ajuda da abadia de Heiligenkreuz.
Em 2018, o
bispo de Görlitz, Alemanha, dom Wolfgang Ipolt, pediu ajuda para o mosteiro
cisterciense de Neuzelle, e conseguiu que a abadia enviasse seis dos seus
monges em setembro daquele ano.
Com eles foi
possível devolver à região essa parte da vida contemplativa, depois de 200
anos.
O papa Bento XVI e a
abadia de Heiligenkreuz
Ao lado da
abadia de Heiligenkreuz fica a Faculdade de Teologia Bento XVI, reconhecida
como pontifícia em 2007. Acadêmicos renomados como Hanna-Barbara
Gerl-Falkovitz, uma das maiores especialistas na obra do teólogo Romano
Guardini e de santa Teresa Benedita da Cruz, ou o canonista Alfred Hierold,
ex-reitor da Universidade de Bamberg, são professores lá.
Atualmente
conta com 342 alunos, de 39 países como Alemanha, Áustria, Índia, Itália,
Nigéria, EUA e Vietnã.
O abade Heim
de Heiligenkreuz, membro do círculo de ex-alunos do papa Bento XVI, recebeu em
2011 o Prêmio da Fundação Joseph Ratzinger-Bento XVI .
Além de monge
e teólogo, ele divulga temas relativos à fé e à teologia por meio de
conferências e da publicação de uma série de livros : ambas as iniciativas são
chamadas de ‘Auditorium’, disse então o cardeal Camillo Ruini.
No dia 9 de
setembro de 2007, o papa Bento XVI falou aos monges de Heiligenkreuz.
‘Quis vir a este lugar rico de história, para chamar a atenção para a diretriz
fundamental de São Bento, sob cuja Regula vivem também os
cistercienses’, disse o papa na ocasião.
Secretário de Bento
XVI e o cardeal Koch em Heiligenkreuz
Em abril deste
ano, foi feita na abadia uma conferência intitulada ‘Beleza, exigências e crise
do sacerdócio’, da qual participou Dom Georg Gänswein, secretário do papa Bento
XVI; e o cardeal Kurt Koch, prefeito do dicastério para a Promoção da Unidade
dos Cristãos da Santa Sé.
O cardeal
falou sobre a importância da Eucaristia para a Igreja; também para os primeiros
cristãos. O secretário de Bento XVI destacou a necessidade de promover ‘uma
teologia sólida do sacerdócio que possa resistir aos mal-entendidos do mundo
moderno’.’
Fonte : *Artigo na íntegra
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