Por Eliana Maria
(Ir. Gabriela, Obl. OSB)
*Artigo de Katia Viviane da Silva Vanzini
‘É justamente na simplicidade de Santa Rita de Cássia que se explica o
fato de ela ser uma santa tão querida e venerada entre os católicos. Na sua vida
simples – foi filha, esposa, mãe, viúva e religiosa – ela conseguiu realizar
grandes coisas, os ‘impossíveis de Santa Rita’, porque a fé no Deus do
impossível nunca lhe faltou.
O próprio nascimento de Rita pode ter sido um desses impossíveis, pois
seus pais já eram considerados idosos quando ela nasceu, na localidade de Roccaporena,
em Cássia, na Itália. O ano mais provável do seu nascimento seria 1373 (Arias,
2005), sendo batizada com o nome de Margarita. ‘Rita’ provavelmente era um
diminutivo carinhoso.
Os Impossíveis de Santa Rita
São muitos os impossíveis que cercam a história de Santa Rita. Quando
bebê, enquanto seus pais trabalhavam no campo, ela foi cercada por abelhas que
depositavam mel em sua boca sem fazer mal algum. Conta a tradição que, nessa mesma
ocasião, um agricultor passou pela bebê após ter ferido a mão no trabalho e, ao
tentar afastar as abelhas com a mão ferida, teria sido curado imediatamente.
Casamento e Maternidade
Aos 14 anos, Rita foi prometida em casamento e, pouco tempo depois de
casada, teve dois filhos. Seu marido tinha fama de ser de difícil convívio, com
crenças opostas às dela, e há quem diga que era violento e rude. Ela conseguiu
converter o marido e acabar com as desavenças familiares.
No entanto, o marido foi assassinado, começando o calvário na vida de
Santa Rita. Alguns relatos afirmam que, temendo que os filhos vingassem a morte
do pai, Rita teria pedido a Deus que os livrasse desse pecado mortal. Pouco
tempo depois, os filhos faleceram, vítimas de uma doença que assolava a Europa.
Eis então mais um impossível que Santa Rita teria que buscar : sobreviver
à morte do marido e dos filhos e à solidão.
Vida Religiosa
Rita resolveu realizar um sonho de infância, a vida religiosa, buscando o
Mosteiro Santa Maria Madalena, em Cássia. Mas sua entrada foi negada três
vezes. A sua aceitação no mosteiro dependia da pacificação das famílias
envolvidas na morte do marido e, quando conseguiu esse grande impossível, com a
ajuda de seus santos de devoção — São Nicolau Tolentino, São João Batista e
Santo Agostinho — ela foi aceita no mosteiro.
O Estigma na Testa
Um dos maiores símbolos de Santa Rita é o estigma na testa. Conta a tradição
que, numa Sexta-feira Santa, comovida com o sofrimento de Jesus Cristo, ela
teria pedido para sentir uma parcela da dor que Ele sentiu. Um espinho da coroa
se desprendeu e a atingiu na testa, o estigma, uma ferida com a qual conviveu
até sua morte.
Rosas
e Figos
Ao final dos seus dias, doente e debilitada, Santa Rita não deixava de
rezar pelos seus e pediu a Deus um sinal. Pediu a uma parente para buscar no
jardim de sua casa uma rosa e dois figos. Apesar de ser inverno, a parente
encontrou uma rosa e dois figos e os levou à Santa Rita.
Morte
Santa Rita faleceu no dia 22 de maio em 1447, cercada pelas religiosas do
mosteiro. A ferida se transformou numa cicatriz e o ambiente foi invadido pelo
cheiro de rosas. Sua morte foi anunciada pelo replicar dos sinos que tocaram em
toda a região e centenas de pessoas vieram se despedir da monja tão amada por
tantos.
Beatificação e Canonização
O processo de beatificação e canonização de Santa Rita foi tão demorado
que podemos dizer que foi mais um impossível de Santa Rita. A beatificação
ocorreu em 1619 e a canonização em maio de 1900, a primeira santa canonizada no
século XX.
Hoje, Santa Rita é considerada uma das santas mais populares da Igreja
Católica e a Basílica de Santa Rita de Cássia, onde está o corpo incorrupto da
santa, é um local de visitação de devotos do mundo inteiro.’
Fonte : *Artigo na íntegra
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