Por Eliana Maria
(Ir. Gabriela, Obl. OSB)
*Artigo de Ricardo Abrahão
‘‘A minha alma engrandece o Senhor, exulta meu
espírito em Deus, meu Salvador! Porque olhou para a humildade de sua serva,
doravante as gerações hão de chamar-me de bendita! O Poderoso fez em mim
maravilhas e santo é seu nome! Seu amor para sempre se estende, sobre aqueles
que o temem! Manifesta o poder de seu braço, dispersa os soberbos; derruba os
poderosos de seus tronos e eleva os humildes; sacia de bens os famintos,
despede os ricos sem nada. Acolhe Israel, seu servidor, fiel ao seu amor, como
havia prometido a nossos pais, em favor de Abraão e de seus filhos para sempre!’
(Magnificat)
Maria cantou! Cantou porque
escutou. Escutou porque fez silêncio. O canto na Igreja não é simples emissão
sonora. É mergulho no Espírito Santo e expressa o amor de Deus com todo o ser.
E foi nessa escuta que Deus olhou para a humildade de sua serva. No livro Mariologia,
do autor José Cristo Rey García Paredes, publicado no Brasil pela Editora
Ave-Maria, encontramos a excelência do Espírito Santo no canto de Maria :
‘A comunicação do Espírito a Maria não foi
passageira, nem simplesmente funcional, pois essas não são as características
do Espírito no novo eon; é preciso afirmar com Paulo que ‘os dons
de Deus são irrevogáveis’ (Rm 11,29). Não é o Espírito do Novo Testamento o dom
de Deus por excelência? O Espírito que fez a mãe do Filho de Deus, de Jesus,
permaneceu nela como permanente força criadora, como continua fonte de
maternidade e de acolhida da vocação do Pai. Sem o Espírito, Maria teria
cessado de ser a Theotokos. Pela força do Espírito, Maria respondeu
‘fiat’, isto é, viveu um fiat incessante. Não só se
transformou em mãe, também em crente, como o reconheceu, movida pelo Espírito,
Isabel. Sob a força do Espírito, Maria proclamou o Magnificat, ou
fez de sua vida um Magnificat existencial’.
Por isso, não se pode cantar
na Igreja sem jubilus! Só canta o canto novo quem canta com júbilo!
É o verdadeiro canto do coração. Cantar com impulso próprio, com
sentimentalismo, com emoções narcísicas não é cantar com o coração. É um cantar
com ilusão. Júbilo e barulho estão muito longe um do outro! Santo Agostinho nos
ensina : ‘O jubilus é um tom que significa permitir que o
coração gere aquilo que não conseguimos dizer. E a quem cabe esse jubilus senão
ao Deus inexprimível?’. Anselm Grün nos explica de forma clara o pensamento de
São João da Cruz : ‘João da Cruz volta a acatar o tema da jubilatio.
Ele a vê como nível mais alto da união mística : as bodas espirituais e a
transformação em Deus. A jubilatio é o novo cântico que a alma
canta interiormente com a voz que Deus lhe dá. Ela é expressão da alegria
duradoura que Deus dá à alma por meio da experiência de seu amor’.
A Igreja, movida pelo
Espírito Santo, oferece a nós a Liturgia das Horas, o Ofício Divino, como
escola de oração e material suficiente para cantarmos o cântico novo. O Magnificat é
a escola de canto de Maria que nos ensina o silêncio, a escuta e a humildade em
que o Senhor faz maravilhas!’
Fonte : *Artigo na íntegra
https://revistaavemaria.com.br/magnificat-2.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário