Por Eliana Maria
(Ir. Gabriela, Obl. OSB)
‘Certa vez, um homem indagou a outro : ‘Como pode Deus
estar na hóstia?’ Uma resposta a tal questão está no campo da fé da Igreja na
presença real de Cristo no santíssimo sacramento. A veracidade de algo é
comprovada pelo testemunho de duas ou mais pessoas. A fé na eucaristia é
apostólica; Jesus mesmo a instituiu na última ceia, estando reunido com seus
apóstolos. A partir de Pentecostes, quando a Igreja iniciou sua peregrinação
rumo à pátria celeste, este sacramento divino foi dando ritmo aos seus dias e conforto
na presença do Senhor.
Sim, esta é a
convicção de fé da Igreja. O Concílio Vaticano II afirmou que o sacrifício
eucarístico é ‘fonte e centro de toda a vida cristã’. Com efeito, ‘na
santíssima eucaristia, está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, isto
é, o próprio Cristo, a nossa Páscoa e o pão vivo que dá aos homens a vida
mediante a sua carne, vivificada e vivificadora pelo Espírito Santo’, falou o
papa João Paulo II (Ecclesia de Eucharistia, n. 1).
Quanto ao testemunho
de fé dos fiéis na participação da eucaristia, a constituição sobre a Liturgia
orienta que os cristãos não entrem neste mistério de fé como estranhos ou
espectadores mudos, mas participem de forma consciente, ativa, piedosa, com boa
compreensão dos ritos e orações da ação sagrada; sejam formados pela palavra de
Deus; alimentem-se à mesa do Senhor; ofereçam ações de graças a Deus;
ofereçam-se a si mesmos e, juntamente com o sacerdote, ofereçam a hóstia
imaculada; que, por Cristo mediador, progridam na unidade com Deus e entre si,
a fim de que Deus seja tudo em todos (Sacrosanctum Concilium, n. 47).
Que belo testemunho
de amor e intimidade ao tão sublime sacramento a Igreja tem em São Tomás de
Aquino, maior poeta e compositor sobre a eucaristia. Dele, comenta o papa Bento
XVI que, ‘segundo os antigos biógrafos, costumava aproximar a sua cabeça do
tabernáculo, como que para sentir palpitar o coração divino e humano de Jesus’
(Bento XVI. Audiência geral, 23/6/2010).
A indagação daquele
homem sobre a fé na presença real de Cristo na eucaristia, de certo modo,
revela um desejo de conhecer a Deus. Por isso, é tão valioso o pensamento do
Padre Pedro Julião, apóstolo da eucaristia no texto ‘Le Trés Saint Sacrement’
: ‘O culto solene à exposição do Santíssimo é necessário para despertar a fé,
adormecida em tantos homens honestos. (…) A sociedade morre quando não tem mais
um centro de verdade e de caridade, e tampouco vida em família. Muitos se
isolam, se concentram em si mesmos, querem ser autossuficientes. Assim, a
dissolução é iminente! Ao contrário, a sociedade renasce com vigor quando todos
os seus membros se reúnem em torno do Emanuel.’
Por isso, o convite
da Igreja é que se volte o olhar continuamente para o seu Senhor, presente no
sacramento do altar, pois é nele que se descobre a plena manifestação do seu
imenso amor. Ao comungar do corpo e sangue de Cristo, nosso Senhor comunica
também o seu Espírito. Escreve São Efrém : ‘Chamou o pão seu corpo vivo,
encheu-o de Si próprio e do seu Espírito. […] E aquele que o come com fé, come
Fogo e Espírito’ (Ecclesia de Eucharistia, n. 17).
Que o seu amor a
Jesus Eucarístico seja renovado ao receber do seu Espírito a fim de que dê um
bom testemunho de fé para que o mundo creia!’
Fonte : *Artigo na íntegra
https://revistaavemaria.com.br/eucaristia-testemunho-de-fe-da-vida-crista.html
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