domingo, 28 de abril de 2024

A graça de não pertencer a si mesmo

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 
*Artigo do Padre Marlon Mucio


Há algo que verdadeiramente me fascina nesta vida : a possibilidade de não me pertencer, a graça de não ser de mim, a oportunidade de ser inteiramente de alguém. 

A sociedade atual fala de empoderamento, de autoestima. O mundo apregoa cada vez mais que a pessoa tem que ser isso ou aquilo, que ela tem que se valorizar e se impor, ter as rédeas de sua vida em suas mãos, ter sucesso. O Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo ensina totalmente o contrário! O Senhor nos disse para renunciarmos a nós mesmos, tomarmos a nossa cruz e segui-lo (cf. Lc 9,23). 

Quando eu tinha 22 anos de idade, no meu primeiro ano de seminário, dos estudos para ser padre junto aos salvistas, tive a graça de conhecer o Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem, do grande santo francês que entrou no Céu em 1716, o padre São Luís Maria Grignion de Montfort, e já me consagrei como escravo de Jesus, por meio de Maria. 

Sempre gosto de me referir ao Tratado como sendo uma pequena grande enciclopédia sobre Maria Santíssima. Piedoso e formativo, é um opúsculo, mas de uma densidade pouco vista em muitas obras sobre Nossa Senhora. 

O autor é cirúrgico, ele não se dá a meias palavras. São Luís é firme. Substitui o não me toque do jansenismo do século XVIII, uma heresia que combateu a devoção a Maria Santíssima, pelo desejo de salvar cada alma, apresentando sem rodeios quanto a devoção a Nossa Senhora é útil para a nossa salvação. São Luís mostra qual é a verdadeira devoção e qual é a falsa devoção a Nossa Senhora. 

Sempre ensinei que quem quer ser santo – e essa é a vocação de todos nós! – deve imitar os santos no caminho que os levou ao Céu. A consagração a Jesus, sabedoria encarnada, por meio de Maria Santíssima foi um necessário caminho que trilharam grandes santos como São João Paulo II, Santa Teresinha do Menino Jesus e Santo Antônio de Santana Galvão. Frei Galvão, o primeiro santo brasileiro elevado à honra dos altares, chegou até mesmo a assinar com seu próprio sangue a sua consagração. 

Sou muito feliz em não me pertencer, em viver numa livre escravidão de amor a Jesus por meio de Maria. ‘Totus tuus ego sum, et omnia mea tua sunt’ (‘Eu sou todo vosso, Maria, e tudo o que eu tenho vos pertence’).

 

Fonte : *Artigo na íntegra

https://revistaavemaria.com.br/a-graca-de-nao-pertencer-a-si-mesmo.html


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