Por Eliana Maria
(Ir. Gabriela, Obl. OSB)
‘Há algo que verdadeiramente me fascina nesta vida : a
possibilidade de não me pertencer, a graça de não ser de mim, a oportunidade de
ser inteiramente de alguém.
A sociedade atual
fala de empoderamento, de autoestima. O mundo apregoa cada vez mais que a
pessoa tem que ser isso ou aquilo, que ela tem que se valorizar e se impor, ter
as rédeas de sua vida em suas mãos, ter sucesso. O Evangelho de Nosso Senhor
Jesus Cristo ensina totalmente o contrário! O Senhor nos disse para
renunciarmos a nós mesmos, tomarmos a nossa cruz e segui-lo (cf. Lc
9,23).
Quando eu tinha 22
anos de idade, no meu primeiro ano de seminário, dos estudos para ser padre
junto aos salvistas, tive a graça de conhecer o Tratado da verdadeira devoção à
Santíssima Virgem, do grande santo francês que entrou no Céu em 1716, o
padre São Luís Maria Grignion de Montfort, e já me consagrei como escravo de
Jesus, por meio de Maria.
Sempre gosto de me
referir ao Tratado como sendo uma pequena grande enciclopédia
sobre Maria Santíssima. Piedoso e formativo, é um opúsculo, mas de uma
densidade pouco vista em muitas obras sobre Nossa Senhora.
O autor é cirúrgico,
ele não se dá a meias palavras. São Luís é firme. Substitui o não me toque do
jansenismo do século XVIII, uma heresia que combateu a devoção a Maria
Santíssima, pelo desejo de salvar cada alma, apresentando sem rodeios quanto a
devoção a Nossa Senhora é útil para a nossa salvação. São Luís mostra qual é a
verdadeira devoção e qual é a falsa devoção a Nossa Senhora.
Sempre ensinei que
quem quer ser santo – e essa é a vocação de todos nós! – deve imitar os santos
no caminho que os levou ao Céu. A consagração a Jesus, sabedoria encarnada, por
meio de Maria Santíssima foi um necessário caminho que trilharam grandes santos
como São João Paulo II, Santa Teresinha do Menino Jesus e Santo Antônio de
Santana Galvão. Frei Galvão, o primeiro santo brasileiro elevado à honra dos
altares, chegou até mesmo a assinar com seu próprio sangue a sua
consagração.
Sou muito feliz em
não me pertencer, em viver numa livre escravidão de amor a Jesus por meio de
Maria. ‘Totus tuus ego sum, et omnia mea tua sunt’ (‘Eu sou todo vosso,
Maria, e tudo o que eu tenho vos pertence’).’
Fonte : *Artigo na íntegra
https://revistaavemaria.com.br/a-graca-de-nao-pertencer-a-si-mesmo.html
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