Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
‘O que aconteceu nos últimos seis
meses e, infelizmente, está acontecendo hoje no Oriente Médio mantém o mundo em
suspense. A cruel agressão em Israel perpetrada pelo Hamas, com a morte de
1.200 pessoas, a maioria civis pacíficos; o bombardeio em massa e a invasão da
Faixa de Gaza, que deixou quase 34. 000 mortos, em sua maioria civis, muitos
deles crianças; o ataque que destruiu o prédio de uma sede diplomática iraniana
em Damasco; a resposta do Irã com ataques de drones e mísseis contra alvos
militares israelenses e, hoje, a resposta de Israel atacando alvos militares no
Irã : o risco de a escalada degenerar em escolhas sem retorno, arrastando o
mundo inteiro para um conflito de consequências incalculáveis, torna-se mais
real a cada dia.
Com
o Papa Francisco, o único líder mundial de cujas palavras emerge uma
consciência da trágica encruzilhada que enfrentamos, dizemos não à guerra, não
à violência, sim à paz, sim à negociação. Há mais de vinte anos, após o ataque
terrorista de 11 de setembro no coração dos Estados Unidos, São João Paulo II
publicou uma mensagem significativa para o Dia Mundial da Paz intitulada ‘Não
há paz sem justiça, não há justiça sem perdão’. Palavras verdadeiras, palavras
proféticas. A lógica da reação e da vingança, da resposta que sempre deve se
seguir, desencadeia uma espiral da qual é difícil sair e cujas consequências
catastróficas serão pagas pelos povos.
Em
um mundo onde existem pessoas irresponsáveis que, em vez de investir na luta
contra a fome, na melhoria dos serviços de saúde, na energia renovável, na
criação de uma economia menos subserviente aos senhores das finanças e mais
atenta ao bem comum, pensam apenas em investir enormes somas no rearmamento,
nos instrumentos mais sofisticados para produzir morte e destruição, o apelo
não pode deixar de ser dirigido à responsabilidade dos povos. Enquanto os
crentes elevam orações a Deus para inspirar as escolhas dos governantes,
milhões de pessoas unem suas vozes para elevar um grito de paz. A guerra é uma
aventura sem retorno : em um mundo com arsenais repletos de armas nucleares,
essas palavras dramaticamente verdadeiras se tornam cada vez mais reais a cada
dia.’
Fonte : *Artigo na íntegra
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