Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
jornalista, colunista e pároco
de Santo Afonso de Fortaleza, CE
‘Nada de se preocupar nem se importar com as cinzas,
sem levar em conta a importância grandiosa que se dá à fogueira, com o ardor e
o calor de suas chamas, enormes e intensas. Como se fosse uma fogueira, a
celebração da vida está unida ao sacrifício de Cristo como verdadeira súplica e
perfeito louvor, tudo a partir do cordeiro redentor, que, na obediência à
vontade divina, encontrou seu ponto mais elevado na morte de cruz, ao nos
indicar seu supremo gesto, último e definitivo, mas na alegre ventura e êxito em
favor da criatura humana, no seu fim, de determinante satisfação.
Nas
labaredas da vida, com suas veredas, contamos Jesus de Nazaré, nascido dos
homens e nascido de Deus, tendo sua origem humana na providencial intervenção
divina. A celebração de sua vida, no pão e no vinho, é sustento espiritual e
nela são encontrados os dons da unidade, no mais seguro discernimento. Todos
somos responsáveis pela confiança no testamento de seu amor, que nos assegura a
garantia da vida na sua integralidade, na busca da casa comum para todos, que é
obra das mãos de Deus, afastando-nos das angústias do mundo e de todo e
qualquer ocaso.
Nele,
Deus encaminha as pessoas à felicidade, no espírito das bem-aventuranças, da
plenitude divina, no envolvimento transformador, na mística libertadora que
transfigura as criaturas humanas, dilata e sensibiliza corações. Sendo de Deus
fruto esplendoroso e magnífico da mais pura fecundidade divina, ele é um
presente para o ser humano e para o mundo. Pela fé, temos a segurança de que
aquele que ‘nasceu da Virgem Maria’, bem do seio da humanidade, dele depende
toda a fecundidade humana, na irrefutável afirmação divina, a de que ‘nele tudo
foi criado; não nasceu do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do
homem, mas sim de Deus’ (João 1, 13).
Pensemos,
pois, na fogueira acesa, que inflama com suas chamas, absorvida nas labaredas
da vida, sem nos esquecer das cinzas, transparecendo-as no relativo e no
provisório, voltando-nos para a bem-aventurança eterna, identificados com o
Cristo servidor, perseguido, odiado, insultado, ultrajado e excluído. Ele é
visível naqueles que se dispõem a abraçar – na doação, na renúncia e na
generosidade – sua causa: o projeto de amor. Assim seja!’
Fonte : *Artigo na íntegra
Nenhum comentário:
Postar um comentário