Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
jornalista, colunista e pároco
de Santo Afonso de Fortaleza, CE
‘Nada de vaidade, de presunção ou mesmo de opinião
excessivamente elevada e pretensiosa quanto à canonização do Padre Charles de
Foucauld, na sua inspiração divina, ao afirmar que gostaria de ser bom, para
que se pudesse dizer : ‘se assim é o servo, como não seria seu mestre?’ (cf.
Fontes Foucauldianas). A imagem viva do amor por Jesus ele encontrou, quando na
palavra do sacerdote Pe. Hivelin, ao pedir-lhe uma orientação que fosse
plausível a respeito de Deus, em outubro de 1886, aos 28 anos de idade.
Mudar
e estimular, sim, no seu exemplo de vida, a partir daquela feliz circunstância,
decisiva em sua vida, repetidas incontáveis vezes por ele : ‘Quando acreditei
que existia um Deus, compreendi que não podia fazer outra coisa, que não fosse
viver somente para Ele’ (Fontes Foucauldianas). Estímulo, sim, no sentido de
aprender e com ele para melhor se perseguir seu ideal de vida, a conversão do
coração, mas na compreensão dos nossos Tuaregues hodiernos, na esperançosa
confiança no bom Deus, a que penetrou no mais profundo de sua alma, numa
súplica universalmente aberta e acolhedora.
Impulso,
pela espiritualidade de Charles de Foucauld, aquele que foi seduzido pelo amor
de Deus, ao confessar seus pecados e sentir uma indizível alegria, a mesma
alegria do filho pródigo. Mudança pelo desafio de acreditar e concordar com a
mística cristã, no amor dele por todos, indistintamente, sempre de braços
abertos para pessoas boas e não boas. Deus quer, através de São Charles de
Foucauld, canonizado aos 15 de maio de 2022, que não nos afastemos do eixo de
seu legado e itinerário espiritual : o da conversão permanente, da Eucaristia
como centro, a oração do abandono, a busca do último lugar, sem esquecer do
Evangelho da Cruz (cf. Espiritualidade para nosso tempo, Edson Damian, Paulinas,
2007).
O
Deus que lhe falou na sua incredulidade, indiferença e egoísmo, caindo nas mãos
divinas, sendo arrebatado e seduzido por Jesus de Nazaré, que se tornou o único
e maior tesouro de sua vida. Mudança, numa palavra, de ânimo levantado e para
cima, mas na mais viva esperança de vermos novas todas as coisas (cf. Ap 21,
5), ao mesmo tempo agradecidos ao bom Deus pelo dom da vida do Irmão Carlos de
Foucauld – místico, referencial e patrimônio espiritual para a nossa
civilização cristã, na experiência do absoluto de Deus.
Em
São Carlos de Foucauld, Deus quer se manifestar, abrindo caminhos, animando-nos
com o alimento e com a água verdadeira, que, com seu próprio exemplo, faça
jorrar água das pedras ou dos rochedos dos corações humanos, matando a fome e a
sede de sua esposa sedenta: a Igreja. Na caminhada pelos nossos desertos da
vida, não prescindir dos ensinamentos metafóricos da caminhada do povo de Deus,
também jamais preterir do irmão universal, Charles de Foucauld.
Que
o Reino de Deus, na sua universalidade, anunciado e testemunhado pelo Irmão
Carlos de Foucauld, ao quebrar crosta de veladas fronteiras e barreiras
existenciais, mesmo na imaginação, nas convicções e no intolerante silêncio de
irmãos e irmãs na fé, jamais seja causa de empecilhos, mas que facilite como um
farol a iluminar a existência humana.’
Fonte : *Artigo na íntegra
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