Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
*Artigo do Padre Geovane Saraiva,
jornalista, colunista e pároco
de Santo Afonso de Fortaleza, CE
‘No mundo, no qual nos encontramos e estamos inseridos,
nada é permanente, mesmo quando as realizações humanas parecem se aproximar do
único e perfeito, as mais estupendas e prodigiosas, na clareza e na consciência
das pessoas em que tudo se encaminha como destino ou revela parecer
magnificamente impecável. Quão misteriosa é a esperança, na trajetória da nossa
gente, pelos sinais benevolentes da complacência de Deus, convencendo-nos
sempre mais da importância da Cartilha, gramática ou enciclopédia do povo de
Deus, o Livro Sagrado, inspirado e inspirador, que, de modo correto, orienta
homens e mulheres nas diversidades de dons, talentos, carismas e funções!
Mistério da esperança, sim, na palavra de Deus,
escrita num passado distante, por pessoas que viveram determinados contextos
diferentes do nosso, com o qual, como dom e graça, possamos muito nos importar!
Ela é sempre atual, viva e eficaz, mais cortante que qualquer espada de dois
gumes, capaz de penetrar, a ponto de dividir alma e espírito, e sempre eterna (cf.
Hb 4, 12). No tema central do livro de Josué, que é a entrada do povo de Deus
na Terra Prometida, após longo e penoso tempo de caminhada pelo deserto, vemos
a ânsia pela libertação da escravidão do Egito, na busca esperançosa das
promessas feitas por Deus a seu povo.
Daí não hesitar, mesmo diante da verdade do acúmulo do
saber, do amor humano, por vezes incomensurável, saber este que está presente e
subsistente no passar das gerações dos pais, filhos, netos e bisnetos. Esse
mesmo amor é o da luminosidade na caminhada humana, na teimosia de seu
prosseguimento, através dos tempos, mas para os que partem, no pôr do sol ou
ocaso, quando nem tudo caminhou satisfatoriamente, faltando o acabamento final,
no encontro das consciências e individualidades das pessoas, à luz da esperança
cristã, no seu sentido mais abrangente.
No setembro do Livro Sagrado, não esquecer a célebre
frase de São Jerônimo, sempre citada no decorrer da história do povo de Deus,
sem se preterir : ‘Ignorar as Escrituras é ignorar o próprio Cristo’.
Eis um amor e um zelo tão profundo do especialista da Palavra de Deus, tendo-a
como manancial inesgotável em sua vida. A partir de São Jerônimo, eis o desafio
mais elevado, o da vida terrestre, o da existência humana, pelo referencial
acima, no desejo do amor eterno, na entrega indulgente e clemente, numa
docilidade insondável e ininterrupta.
Alvorecer ou crepúsculo, sim, em meio aos sinais
transitórios da vida, no persistente convencimento de realização e satisfação,
já aqui, pelas práticas do bem, da justiça e da paz, no sonho para além da
utopia, da plenitude da vida, como na fala do teólogo Hans Küng: ‘Deus é mais real do que toda a realidade;
ele é realidade última no coração dos homens e das coisas. Deus, infinito em
todo o finito; permanente em todo passageiro; incondicional e absoluto em todo
condicional e relativo’. Assim seja!’
Fonte : *Artigo na íntegra
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