quinta-feira, 21 de maio de 2020

Ascensão de Jesus e Assunção de Maria: qual é a diferença?

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 The Ascension | History Today
*Artigo da Redação da Aleteia

‘O calendário litúrgico da Igreja Católica apresenta duas celebrações de nomes parecidos e significados análogos, mas que são essencialmente diferentes : a Ascensão de Jesus, que celebramos 40 dias após a Páscoa, e a Assunção de Maria, que celebramos em 15 de agosto.

A palavra ‘ascensão’ se refere exclusivamente a Jesus Cristo, pois significa ‘subida’ : Ele ascendeu ao Céu, subiu ao Céu, por Si mesmo, pelo Seu próprio poder como Deus.

Já a palavra ‘assunção’ quer dizer que Maria ‘foi assunta’, ‘foi assumida’, ‘foi tomada’, ‘foi levada’ por Deus. Ela também foi levada ao Céu, mas não por seu próprio poder e sim pelo poder de Deus.

O dogma da Assunção de Nossa Senhora afirma que Maria, Mãe de Jesus, foi glorificada em corpo e alma e levada ao Céu ao final da sua vida terrena. Promulgada em 1º de novembro de 1950 mediante a constituição apostólica Munificentissimus Deus, do Papa Pio XII, esta verdade da fé nos diz que ‘a Imaculada Mãe de Deus, a sempre Virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial’.

A Ascensão de Jesus

A Ascensão do Senhor é celebrada 40 dias depois da Páscoa da Ressurreição, embora grande parte das Igrejas locais a estabeleçam no primeiro domingo após esses 40 dias, para que mais fiéis possam participar da respectiva missa. É o caso do Brasil.

O que diz a Bíblia

Depois de dizer isto, Jesus foi elevado, à vista deles, e uma nuvem o retirou aos seus olhos. Continuavam olhando para o céu, enquanto Jesus subia. Apresentaram-se a eles então dois homens vestidos de branco, que lhes disseram : ‘Homens da Galileia, por que ficais aqui, parados, olhando para o céu? Esse Jesus que, do meio de vós, foi elevado ao céu, virá assim, do mesmo modo como o vistes partir para o céu’’ (At 1, 9-11).

Sentido

Na Ascensão, que se emoldura dentro do Tempo Pascal, Jesus se despede apóstolos, mas apenas no sentido visível : embora eles agora estejam prontos para levar a Igreja adiante, o Senhor continua, invisível, a agir na Igreja. Além disso, esta ‘separação’ é temporária, porque Jesus voltará.

Ao retornar ao Pai, Jesus encerra o ciclo da Sua existência humana, mas, ao mesmo tempo, supera a dicotomia entre os céus e a terra : Ele parte, mas, mais precisamente, nos precede no Paraíso, reiterando que o céu é o nosso destino a ser buscado. A natureza humana, encarnada pelo Verbo em toda a sua pobreza, é elevada aos céus por Ele e, assim, glorificada.

Fontes históricas

Os Evangelhos falam pouco da Ascensão : Mateus e João terminam suas narrações com a aparição de Jesus depois da Ressurreição; Marcos dedica-lhe a última frase do texto, enquanto que Lucas descreve muito mais, principalmente nos Atos dos Apóstolos. Nos Atos, Lucas detalha que 40 dias depois da Páscoa – um número muito simbólico em toda a Bíblia – Jesus conduz os apóstolos para Betânia e, ao chegar no Monte das Oliveiras, chamado por isso de Monte da Ascensão, os abençoa e lhes fala antes de subir ao céu. Neste discurso, Jesus confirma a promessa da vinda do Espírito, que não os deixará sós, e prefigura a Sua própria segunda vinda, no final dos tempos.

Origens da solenidade

A celebração da Ascensão já é testemunhada por Eusébio de Cesareia e pela peregrina Egéria nos primeiros tempos da Igreja. No início, era comemorada junto com a festa de Pentecostes, mas, entre os séculos V e VI, sabemos que ambas as celebrações já estavam separadas, pois existem homilias de São João Crisóstomo e de Santo Agostinho dedicadas especificamente à Ascensão.

‘À direita do Pai’

Nos Evangelhos, há passagens em que Jesus prefigura o que acontecerá na Ascensão. Durante a Última Ceia, por exemplo, Ele anuncia : ‘Voltarei ao Pai’.

A expressão ‘à direita do Pai’ indica o lugar de honra do Filho de Deus que, junto d’Ele, tem a glória eterna. Se Jesus não retornasse ao Pai, não haveria redenção para o homem : é voltando ao Pai que Ele completa a Sua Ressurreição e, em seguida, envia ao mundo o Espírito Santo Consolador.’



Fonte :
*Artigo na íntegra

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